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O Boko Haram é um grupo terrorista
surgido na Nigéria que, muitas vezes, é denominado como “grupo radical
islâmico”, pois as suas ações correspondem ao fundamentalismo religioso
de combate à influência ocidental e de implantação radical da lei
islâmica, a sharia. O nome Boko Haram significa “a
educação não islâmica é pecado” ou “a educação ocidental é pecado” na
língua Hausa, um idioma bastante falado no norte do território
nigeriano.
O surgimento do Boko Haram ocorreu em 2002 como uma seita religiosa, fundada por Mohammed Yusuf
na cidade de Maiduguri, capital do estado de Borno, na Nigéria. Para
Yusuf e os seus seguidores, a cultura ocidental reproduzida na sociedade
seria a principal razão para os males do país, sendo necessária a sua
erradicação para combater a corrupção e o descaso das autoridades para
com o povo. O líder atual do Boko Haram é Abubakar Shekau.
Com o passar do tempo, o Boko Haram foi se tornando
um grupo militar cada vez mais bem armado, recebendo vários treinamentos
e ações de formação por parte da Al-Qaeda do Magreb e
de alguns outros grupos militares radicais existentes na região
setentrional da África. Em 2009, com a morte de Mohammed Yusuf durante
um confronto armado, o Boko Haram tornou-se uma organização militar
totalmente radical. No entanto, somente em 2013 os Estados Unidos
passaram a considerar, oficialmente, o Boko Haram como grupo terrorista,
que é hoje um dos maiores da atualidade.
O principal objetivo do Boko Haram
atualmente, além de combater os princípios e legados ocidentais deixados
pela colonização britânica no país, é a construção de uma república
islâmica. Para conseguir esse objetivo, o grupo terrorista utiliza
muitos métodos radicais, incluindo a realização de atentados e o
sequestro para realizar avanços territoriais. O Boko Haram também age
por meio do sequestro de mulheres, utilizando-as para a obtenção de
resgates e, principalmente, negociando-as como escravas sexuais.
A ação mais notória do grupo até hoje ocorreu em
abril de 2014, quando o Boko Haram sequestrou cerca de 276 mulheres
entre 16 e 18 anos. Segundo relatos de algumas das que conseguiram
escapar, os militantes utilizavam-nas como escravas sexuais e
vendiam-nas para membros da organização a um preço médio de 12 dólares.
Indícios posteriores também afirmaram que boa parte das mulheres foi
utilizada em diversos combates.
Não há números concretos sobre a ação do Boko Haram,
mas estima-se que o grupo terrorista já tenha executado mais de três mil
pessoas, número que se eleva continuamente a cada conflito ocorrido. O
grupo já tomou boa parte do território da Nigéria, sobretudo as suas
áreas ao norte e a nordeste, em um mapa difícil de ser representado,
pois, a cada mês ou semana, um nova cidade é tomada ou perdida para as
tropas do governo nigeriano, realinhando as fronteiras da república
radical islâmica.
Os milhares de combatentes e militantes do Boko Haram
vêm lutando não tão somente contra as tropas governamentais da Nigéria,
mas também contra o apoio de outros países. Chade e Níger, que formam
uma coalização africana, vêm atuando no território nigeriano para
combater as ações da milícia terrorista, que eventualmente realiza
atividades fora da Nigéria e ameaça, com uma possível expansão, os
países circunvizinhos, principalmente Camarões, que já sofreu alguns
atentados.
As ações do Boko Haram são uma demonstração da
expansão da atividade de grupos terroristas pelo mundo, algo que se
intensificou nos períodos posteriores à Guerra Fria. O líder Abubakar
Shekau jurou, inclusive, uma lealdade a outro grupo terrorista radical, o
Estado Islâmico.
Essa postura não se trata, ao menos por enquanto, de uma aliança entre
os dois grupos, mas pode indicar um paralelo sem igual para o
crescimento da ação de grupos radicais pelo mundo.
INFORNATUS
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