quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Natal Capital do Rio Grande do Norte

Natal - Rio Grande do Norte
Natal é um município brasileiro, capital do estado do Rio Grande do Norte, Região Nordeste do país. Pertence à Mesorregião do Leste Potiguar e à Microrregião de Natal. Com uma área de 167,263 km², é a segunda capital brasileira com a menor área territorial (maior apenas que Vitória, capital do Espírito Santo), fazendo desta a sexta maior capital do país em densidade populacional, distando 2 227 quilômetros de Brasília, a capital federal.


Fundada em 1599, às margens do Rio Potenji, a cidade é conhecida mundialmente e conta com importantes monumentos, parques e museus e pontos turísticos, como o Teatro Alberto Maranhão e a Coluna Capitolina Del Pretti, no Centro Histórico, além de outras atrações como a Ponte Newton Navarro, o Museu Câmara Cascudo, o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, o Museu de Cultura Popular, o Parque das Dunas, a Catedral Metropolitana e praias como Ponta Negra e dos Artistas, e eventos de grande repercussão, como a Feira Internacional de Artesanato (FIART), o Carnatal, as festas juninas e as comemorações natalinas. É também conhecida como a "Capital Espacial do Brasil", devido às operações da primeira base de foguetes da América do Sul, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, hoje localizada no município limítrofe de Parnamirim.


Historicamente, a cidade teve grande importância durante a Segunda Guerra Mundial em 1942 durante a Operação Tocha, já que os aviões da base aliada americana se abasteciam com combustível no lugar que hoje é o Aeroporto Internacional Augusto Severo, sendo classificada como "um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo". A capital potiguar foi também uma das doze sedes da Copa do Mundo de 2014.De acordo com a estimativa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2014, sua população é de 862 044 habitantes, sendo o décimo nono município mais populoso do país. Sua região metropolitana, formada por outros nove municípios do Rio Grande do Norte, possui uma população de quase 1,5 milhões de habitantes, formando a quarta maior aglomeração urbana do Nordeste e a décima sétima do Brasil.

Fundada em um dia de Natal, em 25 de dezembro de 1599, o nome do município tem origem no latim natale (algo como "local de nascimento") e, segundo escritores, tem ligação direta com a data de fundação da cidade. Há duas teses sobre a fundação da cidade: a primeira diz que o sítio primitivo da cidade foi demarcado por Jerônimo de Albuquerque no dia 25 de dezembro de 1599, e a outra é que um capitão chamado Manuel Mascarenhas chegou ao local com a missão de construir um forte e uma cidade para assim fortalecer a posição de Portugal e afastar qualquer possibilidade de invasão.Deve ser ressaltado que em alguns sites e documentos oficiais, bem como no artigo 11 da Constituição do Estado do Rio Grande do Norte, a cidade é referida com o artigo masculino: "A cidade do Natal é a Capital do Estado".

Até o ano 1000, aproximadamente, a região do atual município de Natal era habitada por povos indígenas tapuias. Nessa época, a região foi invadida por povos tupis procedentes da Amazônia, os quais expulsaram os tapuias para o interior do continente. No século XVI, a região era habitada por um desses povos tupis, os potiguaras.

A história da Capitania do Rio Grande do Norte teve início a partir de 1535, com a chegada de uma frota comandada por Aires da Cunha, a serviço do donatário João de Barros e do Rei de Portugal. O objetivo era colonizar as terras da região, tarefa esta dificultada pela forte resistência dos indígenas potiguaras e dos piratas franceses que traficavam pau-brasil. Estava iniciada a trajetória histórica da área situada na esquina da América do Sul.


Mais tarde, em 25 de dezembro de 1597, uma nova esquadra comandada por Manuel Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque entrava na barra do Rio Potengi. A primeira providência adotada pelos expedicionários foi tomar precauções contra os ataques indígenas e dos corsários franceses. Doze dias depois da chegada, no dia 6 de janeiro de 1598, começaram a construção de um forte sobre os arrecifes situados nas redondezas da chamada Boca da Barra. A edificação foi chamada de Fortaleza da Barra do Rio Grande e foi concluída no dia 24 de junho do mesmo ano. Nas circunvizinhanças, logo se formou um povoado que, segundo alguns historiadores, foi chamado de "Cidade dos Reis". Tempos depois, o povoado mudou de nome, passando a se chamar "Cidade do Natal".


Após a expulsão dos franceses e a construção de uma fortaleza, ainda restava fundar uma cidade. Devido à destruição de documentos por holandeses, a história de fundação da capital potiguar foi perdida. Há uma luta entre historiadores potiguares para reconstituir esse acontecimento, porém ela tem gerado controvérsias no que se refere aos tempos. Por isso, não se sabe ao certo quem fundou Natal. Uma das versões afirma que ela foi fundada após Manuel Mascarenhas Homem ter designado Jerônimo de Albuquerque como comandante da fortaleza, que depois seguiria à Bahia para prestar contas da missão desempenhada. Avanços de pesquisas já comprovaram que Mascarenhas não designou Jerônimo para poder exercer a função de capitão-mor do Rio Grande e que ele não se encontrava presente na data da fundação da cidade, não podendo, portanto, ser considerado como fundador de Natal. Porém, sabe-se que a data de fundação da cidade é 25 de dezembro de 1599. Outra hipótese ainda afirma que Natal foi fundada por João Rodrigues Colaço, e depois da fundação teria sido celebrada uma missa no local que corresponde à atual Praça André de Albuquerque. Com a presença neerlandesa da Companhia das Índias Ocidentais na região, a vida da cidade começou a evoluir. A fortaleza, que antes era de taipa, passou a ser de alvenaria e a se chamar Forte de Kenlen. Natal, então, virou Nova Amsterdã, durante o período da invasão holandesa, compreendida entre 1633 e 1654.

Seu crescimento foi acentuadamente lento nos primeiros séculos de sua existência. Segundo o historiador Câmara Cascudo, Natal tinha apenas 6 393 habitantes no final de 1805, passando para mais de dezesseis mil pessoas no final do século XIX. Somente a partir de 1922 a cidade começou a se desenvolver em ritmo mais acelerado. Além do crescimento, a cidade também começou a ter destaque na história da aviação: hidroaviões começaram a aterrissar sobre as águas do Rio Potenji. Mais tarde, foi a vez dos aviões, que pousavam em um campo de terra firme. A primeira esquadrilha a chegar em Natal e aterrissar sobre o rio Potenji foi a do exército dos Estados Unidos, em 1927, comandada pelo major Herbert Dangue.No dia de Ano-Novo, em 1931, o navio italiano "Lazeroto Malocello", comandado pelo capitão de fragata Carlo Alberto Coraggio, chegou a Natal, trazendo a Coluna Capitolina, doada pelo chefe do governo da Itália, o fascista Benito Mussolini, com o objetivo de comemorar o "raid" Roma-Natal, realizado pelos aviadores Del Prete e Ferrarin. Essa peça foi encontrada nas ruínas da Roma Antiga. Cinco dias mais tarde, no dia dos Reis Magos (6 de janeiro), a capital norte-riograndense foi visitada pela esquadrilha da Força Aérea italiana.


Em 1935, a cidade foi alvo de rebelião e violência com a Intentona Comunista, liderada principalmente por comunistas. Essa rebelião foi gerada principalmente por setores da população descontentes com a atuação de Mário Câmara, governador do Rio Grande do Norte na época. Ela teve início no período noturno de 23 de novembro de 1935, quando, no atual Teatro Alberto Maranhão (antigo Teatro Carlos Gomes), ocorria a colação de grau de Colégio Marista. Dois dias depois, a cidade foi dominada por rebeldes, responsáveis pela organização de um Comitê Popular Revolucionário instalado na Vila Cinanto, a residência oficial do governador do estado na época. Durante esse movimento revolucionário, a população da natalense passou por grandes dificuldades. Várias pessoas foram assassinadas e algumas das agências bancárias, armazéns e lojas saqueadas pelos rebeldes. Enquanto isso, nas cidades de Recife (capital de Pernambuco) e Rio de Janeiro (capital federal da época), o movimento saiu sem obter sucesso, provocando o abandono de Natal pelos rebeldes, que deslocaram rumo à região do Seridó.

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, a cidade continuou seu ritmo de crescimento e evoluiu com a presença de contingentes militares brasileiros e aliados (particularmente norte-americanos), consumando-se o seu progresso com a construção das bases aérea e naval, local de onde as tropas partiam para o patrulhamento e para a batalha na defesa do Atlântico Sul, e na realização das campanhas militares no norte da África. Em 1942, durante a Operação Tocha, vários aviões de países aliados se abasteceram em Natal, no lugar em que foi o Aeroporto Internacional Augusto Severo. Ao mesmo tempo o Departamento de Guerra dos Estados Unidos classificou a cidade como "um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo", juntamente com o Canal de Suez (Egito), o Estreito de Bósforo (Turquia) e o Estreito de Gibraltar (entre a África e a Europa).

Em 28 de janeiro de 1943, foi a vez de Natal ser a sede de uma conferência, que contou com a participação de Getúlio Vargas (presidente do Brasil) e Franklin Delano Roosevelt (presidente dos Estados Unidos). Nessa mesma data, houve um acordo sobre a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, iniciou-se a construção de uma base aérea estadunidense, que mais tarde viria a receber o nome de "Trampolim da Vitória", atualmente localizada em Parnamirim. A partir daí, norte-americanos começaram a ocupar o território, culminando com a mudança de hábitos do município, fazendo, também, com que a população natalense crescesse e se multiplicasse, e a cidade perdesse todos os seus hábitos de "cidade provinciana". Uma maior relação entre natalenses e militares estadunidenses foi estabelecida, com a realização de inúmeros bailes, tendo como consequência uma espécie de "entrada" de vários ritmos vindos do exterior.

Depois disso, a cidade não parou de crescer e, ano aniversário de quatrocentos anos da cidade, em 1999, Natal detinha já um número de setecentos mil habitantes. Atualmente, é uma cidade moderna, que apresenta alguns dos melhores índices socioeconômicos do Nordeste brasileiro, uma das menores desigualdades sociais do país e uma economia moderna e dinâmica. Atravessada pelo Rio Potenji, que separa a zona norte das demais zonas da cidade, Natal realçou sua beleza e se tornou cada vez mais moderna e diferente das demais capitais da região Nordeste, com as suas avenidas e ruas largas, especialmente nos bairros de Tirol e Petrópolis.Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, está localizado na mesorregião do Leste Potiguar e microrregião homônima, a uma altitude média de trinta metros acima do nível do mar, distante 2 227 quilômetros (km) de Brasília, a capital federal (1 779 km em linha reta). Com uma área territorial de 167,273 km², limita-se com os municípios de Extremoz ao norte, Parnamirim ao sul e Macaíba e São Gonçalo do Amarante a oeste, além do Oceano Atlântico a leste.

O relevo do município, com altitudes inferiores a cem metros, é constituído pela planície costeira, que abrange uma série de terrenos planos de transição entre o mar e os tabuleiros costeiros, alterados pela presença de dunas. Natal situa-se em uma área de abrangência terrenos formados por sedimentos do Grupo Barreiras, oriundos da Idade Terciária, com a predominância variada de arenitos. Geomorfologicamente predominam os tabuleiros, formado por uma cobertura espessa de dois metros de areia, nas cores castanha ou vermelha, e borda coberta pelas dunas, que se estende por vinte quilômetros de comprimento, chegando em alguns pontos a atingir noventa metros de altura. Apenas no Parque das Dunas, elas são mais fixas e cobertas por vegetação nativa.


O tipo de solo predominante é a areia quartzosa distrófica, com textura formada por areia, baixo nível de fertilidade e excessiva drenagem. Há ainda os solos indiscriminados de mangue, nas margens do rio Potenji, e uma pequena porção do latossolo vermelho amarelo, no extremo sudoeste do município.O município possui seu território localizado dentro de um conjunto de quatro bacias hidrográficas, sendo a do Rio Potenji a maior delas, cobrindo 31,19 % da área de Natal, seguido pela faixa litorânea oriental de escoamento difuso (30,9 %) e pelas bacias dos rios Doce (23,43 %) e Pirangi (15,3 %). Dois importantes rios de Natal são o Potenji, que nasce no agreste do Rio Grande do Norte e percorre 176 quilômetros, desembocando no Oceano Atlântico, e o Jundiaí, afluente do Rio Potenji. Também se destaca o rio Pitimbu, que nasce no município de Macaíba, corta o bairro natalense de Pitimbu, na Zona Sul, e deságua na Lagoa do Jiqui, no município de Parnamirim. Outros rios que cortam a cidade são o Guariju e o Jaguaribe.

O clima de Natal é o tropical chuvoso quente com verão seco, com temperatura média anual de 26 °C, podendo chegar a 30 °C no verão. No inverno essa média cai para 24 °C. Devido à sua localização no litoral, o efeito da maritimidade é bastante perceptível, ocasionando em amplitudes térmicas relativamente baixas. Com aproximadamente três mil horas de insolação por ano (a maior dentre as capitais brasileiras), Natal possui o título de Cidade do Sol, já que, em alguns dias, o tempo ensolarado pode chegar a até quinze horas. Segundo estudo feito pela NASA, o ar natalense é o mais puro de todo o continente americano. A umidade relativa do ar é alta durante o ano todo, com média de 77 %.

A precipitação acontece sob a forma de chuva, com média de 1 465 milímetros anuais, sendo que a maior parte cai entre os meses de março a julho, às vezes acompanhadas de raios e trovoadas. Chegadas de frentes frias, embora muito raras, também podem acontecer. Ventos mais fortes acontecem principalmente entre os meses de agosto e outubro, sendo que uma das rajadas mais fortes foi registrada em 18 de setembro de 2010, quando a velocidade do vento chegou a 70 km/h. Nevoeiros são comuns, especialmente nos meses mais chuvosos.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1970, 1983 (a partir de 1º de agosto) a 1984 e a partir de 1986, a menor temperatura registrada em Natal foi de 10,6 °C em 9 de outubro de 1967, e a maior atingiu 34 °C em 25 de dezembro de 2006. O maior acumulado de precipitação (chuva) observado em 24 horas foi de 253,2 mm em 30 de julho de 1998. Outros grandes acumulados foram 222,1 mm em 15 de junho de 2014, 216,8 mm em 2 de julho de 2008, 210,4 mm em 9 de junho de 2008, 184,4 mm em 27 de junho de 2000, 171,9 mm em 8 de agosto de 2008, 168,4 mm em 5 de maio de 1988, 167,7 mm em 18 de junho de 1986, 163,5 mm em 16 de maio de 2005, 153,1 mm em 17 de junho de 2001 e 152,4 mm em 15 de julho de 2004. O mês de maior precipitação foi julho de 1998, quando foram registrados 791,8 mm, contudo o recorde absoluto foi de 907,6 mm em abril de 1973, sendo que esse mesmo ano foi também o mais chuvoso, quando caíram 3 510,9 mm. O menor índice de umidade relativa do ar foi de 32 %, em 9 de março de 1970.

A população do município de Natal, no censo demográfico de 2010, era de 803 739 habitantes, sendo o sétimo município mais populoso do Nordeste e o vigésimo do Brasil, concentrando 25,4% da população estadual. Da população total, 425 792 eram do sexo feminino (52,98%) e 277 947 do sexo masculino (47,02%), o que resulta em razão sexual de 88,76, a menor entre os municípios do Rio Grande do Norte.  Todos os seus habitantes viviam na zona urbana, não possuindo, portanto, população rural. Em relação à faixa etária, 176 182 possuíam menos de quinze anos (21,92%), 571 116 entre 15 e 64 anos (71,06%) e 56 441 acima dos 65 anos (7,02%). A densidade populacional era 4 808,20 habitantes por quilômetro quadrado (hab./km²), a sexta maior dentre as capitais brasileiras. Sua região metropolitana, formada por Natal e mais nove municípios do Rio Grande do Norte, possuía 1 351 004 habitantes, formando a quarta maior aglomeração urbana do Nordeste e a 15ª do país. Para 2014, a estimativa populacional é de 862 044 habitantes.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2003 a incidência de pobreza era de 40,86%, sendo que o índice subjetivo era de 39,94%. Entre 2000 e 2010, o percentual da população que vivia com renda domiciliar per capita inferior 140 reais caiu de 24,7%, percentual que reduziu para 11,8%, apresentando uma redução de 52,8%. Em 2010, 88,2% da população vivia acima da linha de pobreza, 7,57% entre as linhas de indigência e pobreza e 4,23% abaixo da linha de indigência. No mesmo ano, o valor do índice de Gini era de 0,61 e os 20% mais ricos contribuíam com 66,17% da renda municipal, valor 24,33 vezes maior do que a participação dos 20% mais pobres, que era de 2,72%. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) do município era de 0,763, considerado alto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), sendo o segundo maior do Rio Grande do Norte, atrás somente de Parnamirim, e o 320º do Brasil.

Segundo a prefeitura, existem registros de loteamentos irregulares, favelas, mocambos, palafitas ou assemelhados, sendo que em 2010 81 442 habitantes (10,13% da população) viviam nelas. Muitos destes são pessoas que vieram de outras cidades ou mesmo estados à procura de melhores oportunidades de vida em Natal, porém não conseguiram emprego e acabaram em afixar-se em aglomerados subnormais. Estima-se que haja cerca de setenta, que estão concentradas principalmente na Zona Oeste da cidade, entre os conjuntos habitacionais da zona Norte, entre loteamentos clandestinos e ainda às margens da entrada da cidade. Para reverter a situação houve a tentativa de remoção de moradores de favelas para novas casas ou mesmo conceder o auxílios a algumas famílias. Outros projetos incluem a construção de conjuntos habitacionais em espaços vazios da cidade, conforme diretrizes do Plano Diretor de Natal.


 
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