Teatro Amazonas - Manaus |
Manaus é um município brasileiro, capital do estado do Amazonas e o principal centro financeiro, corporativo e econômico da Região Norte do Brasil. É uma cidade histórica e portuária, localizada no centro da maior floresta tropical do mundo. Situa-se na confluência dos rios Negro e Solimões. É uma das cidades brasileiras mais conhecidas mundialmente, principalmente pelo seu potencial turístico e pelo ecoturismo, o que faz do município o décimo maior destino de turistas no Brasil. Manaus pertence à mesorregião do Centro Amazonense e à microrregião homônima.
Destaca-se pelo seu patrimônio arquitetônico e cultural, com numerosos
museus, teatros, templos, palácios e bibliotecas. É localizada no
extremo norte do país, a 3 490 quilômetros da capital nacional, Brasília.
É a cidade mais populosa do Amazonas e da Amazônia, com uma população de 2 020 301 habitantes, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2014.7 Em nível nacional, se coloca como a sétima mais populosa do Brasil, além da 131ª mais populosa do mundo. É sede da Região Metropolitana de Manaus, a mais populosa do norte do país e a décima-primeira mais populosa do Brasil, com 2 478 088 habitantes, representando 1,22% da população total brasileira. Em 2008, o World Cities Study Group and Network (GaWC), do Reino Unido, incluiu o seu nome em uma lista de cidades classificadas por sua economia, cultura, acontecimentos políticos e patrimônios históricos. Manaus foi classificada na mesma categoria de outras áreas metropolitanas do mundo de grande destaque, como Ancara, Salt Lake City, Liverpool e Marselha, sendo que a cidade ficou acima de outras como Las Vegas, Sevilha, Austin e Québec Ville.
Originalmente fundada em 1669 pelos portugueses com o forte de São José do Rio Negro, foi elevada à vila em 1832 com o nome de Manaos, em homenagem à nação indígena dos manaós, sendo legalmente transformada em cidade no dia 24 de outubro de 1848 com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro. Somente em 4 de setembro de 1856 voltou a ter seu nome atual. Ficou conhecida no começo do século XX, na época áurea da borracha, atraindo investimentos estrangeiros e imigrantes de algumas partes do mundo, sobretudo franceses. Nessa época foi batizada como "Coração da Amazônia" e "Cidade da Floresta". Atualmente seu principal motor econômico é o Polo Industrial de Manaus.
Com a sexta maior economia do Brasil, a cidade aumentou gradativamente a sua participação na composição da setor econômico nos últimos anos, passando a responder por 1,4% da economia brasileira. No ranking da revista América Economía, Manaus aparece como uma das 30 melhores cidades no ramo de negócios da América Latina, ficando à frente de capitais de países latinos como Assunção, Caracas e La Paz. Foi uma das doze cidades-sede brasileiras da Copa do Mundo FIFA de 2014.
Manaus (AFI: [mɐ̃ˈnaʊ̯s] ou AFI: [maˈnaʊ̯s]) foi fundada em 1669 a partir do forte de São José da Barra do Rio Negro, a sede da Capitania e a sede da Província foi estabelecida na margem esquerda do rio Negro.A origem do nome da cidade provém da tribo dos manaós, habitante da região dos rios Negro e Solimões. A grafia antiga da cidade preservava o "O" e acentuava a vogal precedente: "Manáos". Na língua indígena, Manaus é a variação de Manaos, que não significa Mãe dos Deuses, ao que muitos achavam. No século XIX a cidade chamava-se Barra do Rio Negro.
Ainda no passado, a palavra Manau era atribuída a uma das muitas tribos que habitaram o rio Negro. Os etnólogos afirmam que os índios Manaos
são de origem aruaque. Outras formas de se escrever o nome da cidade
também foram utilizadas. Em 1862, na edição da tipografia escrita por
Francisco José da Silva Ramos, o nome da cidade aparece com a grafia Manáus (acentuando a letra A e substituindo a letra O por U). Porém, na última página da tipografia, está grafado Manaos, nome comumente usado pelos habitantes da cidade e historiadores. Em uma manchete denominada Notizie Interessanti sulla Província delle Amazzoni – nel nord Del Brasile ("Notícias interessantes sobre a Província das Amazonas - no norte do Brasil"), editada em Roma, em 1882, o nome da cidade está grafado Manaos
repetidas vezes. O nome atual da cidade, Manaus, só foi grafado pela
primeira vez em 1908, na tipografia do escritor Bertino de Miranda.
Antes de os europeus chegarem à Amazônia,
no século XVI, eram numerosos os povos indígenas que habitavam a
região. Estes dividiam-se em diferentes etnias, que se diferenciavam por
suas línguas e costumes e dedicavam-se à pesca e à cultura da mandioca,
promovendo um intenso comércio intertribal. Suas habitações eram amplas
e arejadas, feitas de troncos de árvores e cobertas de palha. Dentre os
povos que habitavam a região do atual Rio Negro, três se destacavam
pelo elevado número populacional e influência ante os conquistadores: os
Manáos, os Barés e os Tarumãs. Os Manáos constituíam o grupo étnico
indígena mais importante da região, onde habitavam as duas margens do
Rio Negro e possuindo população de cerca de 10 mil índios no século XVII, número avaliado após os primeiros violentos conflitos travados com os portugueses colonizadores.
A região onde atualmente se encontra o estado do Amazonas era parte integrante da Espanha, à época do descobrimento do Brasil pelos portugueses, entretanto foi ocupada e colonizada por Portugal. O período de povoação europeia na Amazônia inicia-se entre os anos de 1580 e 1640, época em que Portugal e Espanha
permaneceram sob uma só coroa, não havendo desrespeito oficial aos
interesses espanhóis por parte dos portugueses quando penetraram na
região amazônica.
A ocupação do lugar onde se encontra hoje Manaus foi demorada devido
aos interesses comerciais portugueses, que não viam na região a
facilidade em obter grandes lucros a curto prazo, pois era de difícil
acesso e era desconhecida a existência de riquezas (ouro e prata). Entre 1637 e 1639, o explorador português Pedro Teixeira partiu com uma expedição de Cametá até a cidade de Iquitos, no Peru, com a finalidade de tomar posse da região em nome do Império Português.
A primeira tentativa de ocupação da região de Manaus ocorreu em 1657,
quando tropas de resgate comandadas pelo cabo Bento Miguel Parente
saíram de São Luís
acompanhadas de dois padres: Francisco Veloso e Manuel Pires. Durante
algum tempo, a tropa fixou-se na foz do rio Tarumã, onde foi fincada uma
cruz e, como de costume, rezada uma missa. Em 1658, outra tropa de
resgate oriunda também do Maranhão
chegou à região, procurando além dos nativos, as chamadas drogas do
sertão. Os nativos tinham suas aldeias saqueadas pelos exploradores e os
rebeldes que recusavam-se a serem escravizados eram mortos. O interesse
em construir um forte
na localidade surgiu apenas em 1668, quando o capitão Pedro da Costa
Favela, caçador de índios, ao retornar ao Pará, convenceu o governador
Antônio Alburquerque Coelho de Carvalho da necessidade tática de se
guarnecer a região contra o assédio dos holandeses e espanhóis. A missão
de construir um simulacro de fortaleza foi dada a Francisco da Mota
Falcão, que recebeu o auxílio de Manuel da Mota Siqueira.
Assim sendo, a colonização européia na região de Manaus começou em 1669, com uma fortaleza em pedra e barro, com quatro canhões. O Forte de São José da Barra do Rio Negro foi construído para garantir o domínio da coroa de Portugal na região, principalmente contra a invasão de holandeses, na época aquartelados onde hoje é o Suriname.
O Forte situava-se próximo a foz do Rio Negro e desempenhou sua missão
durante 114 anos, sendo o capitão Angélico de Barros o seu primeiro
comandante.
Em 3 de junho de 1542 o rio Negro foi descoberto por Francisco Orellana,
que lhe pôs o nome. A região onde se encontrava o Forte de São José da
Barra do Rio Negro foi habitada primeiramente pelas tribos manaós, barés, banibas e passés, as quais ajudaram na construção do forte e passaram a morar em palhoças humildes nas proximidades do mesmo. A tribo dos "manáos" (na grafia antiga, atualmente mais conhecido como manaós),
considerada orgulhosa pelos portugueses, negava-se a ser dominada e
servir de mão de obra escrava e entrou em confronto com os colonizadores
do forte. As lutas só cessaram quando os militares portugueses começaram a ligar-se aos manaos através de casamentos com as filhas dos tuxauas, iniciando assim, à intensa miscigenação na região e dando origem aos caboclos. Um dos líderes da tribo dos manaós foi o indígena Ajuricaba,
forte opositor da colonização dos portugueses e que apoiava, no
entanto, os holandeses. A morte de Ajuricaba foi um grande mistério: Foi
aprisionado e enviado ao Pará, tendo morrido no percurso da viagem.
Devido à colonização portuguesa,
foi efetuado um trabalho de esquecimento ou tentativa de apagar os
traços e obras históricas dos povos indígenas. Pode-se notar isso pela
destruição do cemitério indígena, onde se encontra atualmente, a Praça
Dom Pedro e o Palácio Rio Branco. Quando o governador Eduardo Gonçalves Ribeiro
remodelou a praça e mandou nivelar as ruas que a contornavam, grande
números de igaçabas foi encontrado e atualmente não existe nenhum marco
indicando a sua existência.
A população cresceu tanto que, para ajudar no catecismo, em 1695 os missionários (carmelitas, jesuítas e franciscanos) resolveram erguer uma capela próxima ao forte de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira da cidade. A Carta Régia de 3 de março de 1755 criou a Capitania de São José do Rio Negro, com sede em Mariuá (atual Barcelos), mas o governador Lobo D'Almada,
temendo invasões espanholas, passou a sede novamente para o Lugar da
Barra em 1791, por se localizar na confluência dos rios Negro e
Solimões, que era um ponto estratégico. O Lugar da Barra perdeu seu status político-administrativo sob influência de D. Francisco de Souza Coutinho, capitão-geral do Grão Pará,
que iniciou campanha contra a mudança de sede, o que levou a ser
desfeito o ato através da Carta Régia de 22 de agosto de 1798 e, em maio
de 1799, a sede voltou a Barcelos. Em consequência da perda de seu status, tornou-se inevitável a decadência do Lugar da Barra.
Em outubro de 1807, o governador da Capitania, José Joaquim Victório da
Costa, deixou Barcelos, transferindo a administração da Capitania
definitivamente ao Lugar da Barra.
Manaus localiza-se na microrregião homônima e na Mesorregião do Centro Amazonense, na margem esquerda do Rio Negro, sendo a maior cidade da Região Norte do Brasil, com uma área de 11.401,058 km² e uma densidade de 152,50 hab./km². Ilhas, arquipélagos e áreas ecológicas são encontrados próximos à cidade, com destaque para o arquipélago de Anavilhanas, situado nas divisas com Novo Airão, e o Encontro das Águas, famoso cartão-postal da cidade. Limita-se com os municípios de Presidente Figueiredo, Careiro, Iranduba, Rio Preto da Eva, Itacoatiara e Novo Airão.O relevo é caracterizado por planícies, baixos planaltos
e terras firmes, com uma altitude média inferior a 100 metros. As
planícies são constituídas por sedimentos recentes da Era Antropozóica;
tornam-se bastante visíveis nas proximidades dos rios. As elevações são
encontradas nos limites com Roraima e Venezuela, onde encontramos as
serras de Itapirapecó, Imeri, Urucuzeiro e Cupim.
Os rios que passam por Manaus são o Negro e o Solimões e, ao se encontrarem, formam o grande rio Amazonas.
O Rio Negro é o maior afluente da margem esquerda do rio Amazonas, o
mais extenso rio de água negra do mundo e o segundo maior em volume de
água — atrás somente do Amazonas. Tem sua origem entre as bacias do rio Orinoco e Amazônica e também conecta-se com o Orinoco através do Canal do Cassiquiare. Na Colômbia, onde tem a sua nascente, é chamado de rio Guainia. Seus principais afluentes são o Rio Branco e o rio Vaupés, que disputa ser o começo do rio Orinoco junto com o rio Guaviare, drena a região leste dos Andes na Colômbia. Após passar por Manaus, une-se ao rio Solimões e passa a chamar-se rio Amazonas. O rio Solimões começa no Peru e, ao entrar no Brasil, no município de Tabatinga, recebe o nome de Solimões.
O rio Amazonas é o maior rio da Terra, tanto em volume d'água quanto em
comprimento (6.992,06 km de extensão). Tem sua origem na nascente do
rio Apurímac (alto da parte ocidental da cordilheira dos Andes), no sul
do Peru, e deságua no oceano Atlântico, junto ao rio Tocantins.
O clima de Manaus é considerado tropical úmido de monções (tipo Am segundo Köppen),9 com temperatura média anual de 26,7 °C e umidade do ar relativamente elevada durante o ano, com médias mensais entre 79 % e 88 %. O índice pluviométrico é elevado, em torno de 2 300 milímetros anuais, sendo março o mês mais chuvoso (335 mm) e agosto mais seco (47 mm). As estações do ano são relativamente bem definidas no que diz respeito à chuva: o inverno é relativamente seco, e o verão chuvoso. Já houve ocorrências pontuais de chuva de granizo na cidade.Devido à proximidade da Linha do Equador, o calor é constante do clima local. São inexistentes os dias de frio no inverno, e raramente massas de ar polar
muito intensas no centro-sul do país e sudoeste amazônico têm algum
efeito sobre a cidade, como ocorreu em agosto de 1955, mas apesar de
raras, todos os anos influenciam no clima, fazendo com que a temperatura
possa cair para 18 °C. A proximidade com a floresta normalmente evita extremos de calor e torna a cidade úmida.
No dia 26 de novembro de 2009, foi registrado um caso de chuva ácida
em Manaus. A poluição do ar, causada em grande parte pelo acúmulo de
fumaça de queimadas, associada ao dióxido de carbono emitido por carros,
foi a causa deste fenômeno. Apesar de a incidência de chuva ácida ser
comum em algumas capitais brasileiras onde há grande concentração de
carros, em Manaus e em outras cidade do Amazonas a situação se agrava
com o período prolongado de estiagem com a fumaça das queimadas.Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 2013, a menor temperatura registrada em Manaus foi de 8,4 °C em 16 de setembro de 1991, seguido pelos 12,1 ºC em 9 de julho de 1989, e a maior atingiu 38,3 °C em 30 de setembro de 2010, superando os 38,2 ºC em 12 de novembro de 1982. O maior acumulado de chuva em 24 horas foi de 180,8 mm em 8 de abril de 1967. Outros grandes acumulados foram 168,3 mm em 8 de março de 1968, 155 mm em 15 de janeiro de 1996, 154,4 mm em 20 de abril de 2000, 151 mm em 20 de março de 1983 e 150,8 mm milímetros em 8 de março de 1978. Em março de 1968 foi registrado o maior volume total de chuva em um mês, de 632,8 mm. O menor índice de umidade do ar foi de 31 %, em 6 de dezembro de 1993.
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