Currais Novos-Rn - Praça Cristo Rei |
Currais Novos é um município brasileiro no interior do estado do Rio Grande do Norte. Localiza-se na região do Seridó, região central do estado junto à divisa com o estado da Paraíba, a 172 km da capital estadual, Natal. De acordo com a estimativa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano de 2014, sua população era estimada em 44 710 habitantes, sendo o nono município mais populoso do estado.
Desde o início de sua fundação, a cidade sempre se destacou e se diferenciou das outras cidades adjacentes, avançando repentinamente em vários aspectos, sendo eles arquitetônicos, econômicos, geográficos, hierárquicos, culturais, entre outros. No século XX a cidade já contava com idéias cosmopolitas e progressistas possuindo código de postura de acordo com os prenúncios que regem o progresso e a civilidade
da nação brasileira, se tornando uma das cidades mais urbanizadas e
modernas do país, portanto sendo comparada aos principais centros
urbanos existentes. Sendo uma das cidades mais importantes e influentes do Nordeste e a principal da região foi a primeira cidade do Norte-Nordeste a possuir TV a Cabo, e ainda hoje se destaca pela abundância de meios de comunicação.
Seu símbolo turístico é a estátua "Cristo-Rei", réplica fiel, mas em menor proporção, da estátua do Cristo Redentor, que foi trazida da França e doada por Cel. Manoel Salustino em 1937. A cidade destaca-se pelo Carnaxelita, maior micareta
do interior do estado e que notadamente atrai turistas de várias partes
do interior nordestino e também pelo Cactus Moto Fest, um dos maiores
eventos motociclísticos do País e a Festa de Sant'Ana uma das maiores e
mais tradicionais festas religiosas do estado, e pelo Exponovos evento
que engloba (Torneio Leiteiro de Bovinos e Caprinos; Leilão
Agropecuário; Palestras Técnicas; Julgamento de Raças de Bonvinos;
Rodeio - Circuito Nacional / Etapa Nordeste e Festa do Leite), o
Festival Gastronômico de Currais Novos e Pé na Trilha, este último um
evento ecoturístico objetivando promover a divulgação do Ecoturismo na Região do Seridó.
Considerada um centro sub-regional, suas principais atividades econômicas são a agricultura, pecuária e a extração mineral. De forte formação geológica, o município também se destaca por abrigar a Mina Brejuí, a maior mina de scheelita da América do Sul e o Canyon dos Apertados, único canyon de rocha granítica do mundo.
Com o crescimento da feira de gado, o Coronel Cipriano resolveu
desmembrar o espaço de suas terras, dando-lhe o nome de Fazenda Bela
Vista. Após sua morte em 1764, seu filho, o Capitão- Mor Cipriano Lopes
Galvão Filho, assumiu os negócios, reformou os currais e investiu cada
vez mais no comércio do gado. Bela Vista foi ficando casa vez mais
movimentada, já que era ponto de encontro comercial de várias partes do
estado. Todos os tropeiros e viajantes marcavam suas reuniões nos "Currais Novos do Capitão", nome pelo qual o crescente povoado passou a ser designado.
A partir de 1813, com a morte do seu dono, mudou-se o nome
definitivamente para povoado Currais Novos, nome que persiste até os
nossos dias, a preferência pelo nome "Currais Novos" fundamenta-se na
troca feita pelos moradores, isto é, as pessoas que residiam próximo aos
currais velhos existentes no povoado passaram a residir perto dos novos
currais.No início do século XX, surgiu dentre os mais influentes a proposta
de mudança do nome para Galvanópolis, em homenagem ao fundador. Tal
idéia, apesar de ter ganhado força, não atingiu seu objetivo, uma vez
que o próprio nome Currais Novos já relembra toda a origem e história do
município.
Desde a sua fundação, Currais Novos já aspirava ao novo com a edificação
dos currais de gado de Cipriano Lopes Galvão, fundador da cidade. Esses
currais, tidos como modernos atraíam a atenção das pessoas que vinham
de longe para conhecer essa obra que, naquele momento, era fruto de uma
engenhosidade nunca vista na região. E foi desses currais feitos de
pau-a-pique que Currais Novos herdou sua toponímia e, a partir daí, se
expandiu através de uma urbanização geometricamente traçada, de
influência jesuítica, com ruas largas, assumindo ao longo do tempo "
ares de cidade grande ".
A cidade de Currais Novos foi colonizada inicialmente por Criadores de Gado, dentre os quais o mais importante foi Cipriano Lopes Galvão, nomeado Coronel do Regimento de Cavalaria da Ribeira do Seridó pelo então governador Pedro de Albuquerque Melo, e agricultores que têm em sua origem cristãos-novos vindos dos Açores e de Portugal continental.
Cipriano Lopes Galvão veio de Igarassu- PE com sua esposa Adriana de
Holanda e Vasconcelos no ano de 1754 para a região do Totoró. No local,
fixou residência e fundou uma fazenda de gado. Quando requereu as terras
em 1754, cujo requerimento consta no livro número 5 de Sesmarias do Rio Grande do Norte, já morava no local há anos e tinha seu rebanho bovino com os devidos empregados, chamados de vaqueiros. É certo que sua sesmaria abrangia desde a bifurcação entre os rios Totoró e Maxinaré até a região do Rio São Bento.
Na época, não existia o município de Acari nem o de Vila do Príncipe (atual Caicó) e toda a região, então denominada Ribeira do seridó, pertencia à Paraíba.Aproveitando as boas pastagens que o Rio São Bento oferecia, o gado
de seu rebanho se deslocava até aí para se alimentar e beber, fato que
dificultava o trabalho dos seus empregados. Observando tal dificuldade,
resolveu construir currais de pau-a-pique,
com troncos de aroeira, nos quais tirava- se o leite das vacas,
adestrava-se os bezerros e marcava-se o restante do gado com o método do
ferro moldado e aquecido no fogo. Contavam com uma infra- estrutura
para a troca e comercialização, bem como para a hospedagem dos parceiros
comerciais. A partir destes, casas começaram a ser construídas e vários
outros fazendeiros passaram a requerer terras nas circunvizinhanças
para aproveitar a proximidade com a emergente feira de gado.
No ano de 1755, houve uma grande seca. O Coronel Cipriano Lopes
Galvão viu-se muito aflito com a inexistência de água para seu rebanho.Celestino Alves, em Retoques da História de Currais Novos, nos cita: O Capitão fez uma promessa: se Deus fosse servido para que chovesse e enchesse as cacimbas
para escapar o gado, ele erigiria uma capela em homenagem à gloriosa
Senhora Santa Ana na sua fazenda. Tal promessa foi feita em 26 de julho,
dia em que a água acabou totalmente. Na mesma noite , choveu e os rios e
cacimbas encheram, formando um novo poço próximo aos currais, ao qual chamou de Poço de Sant'Ana.
Em 1808, a dita promessa foi cumprida com a construção da capela por
seu filho, o Capitão-Mor Cipriano Lopes Galvão, que teve sua autorização
outorgada pelo Bispo de Olinda em 24 de fevereiro de 1808, tendo o
lançamento da pedra fundamental ocorrido em 26 de julho do mesmo ano pelo padre Francisco Brito Guerra. A doação de meia légua de terras na ponta da Serra do Catunda está registrada em escritura lavrada em 5 de janeiro de 1808.A partir daí começou a construção acelerada de casas ao redor do templo e surgiu o início da construção da atual zona urbana.
O Totoró ficava na Ribeira do Seridó, pertencente à comarca da Paraíba. Criado o município de Caicó em 31 de julho de 1788, com a denominação oficial de Vila do Príncipe, Currais Novos passou a partencer a Caicó.Depois da morte do idealizador da capela em 13 de dezembro de 1813,
o Capitão Gonsalo Lopes Galvão ficou na chefia das terras e do povoado.
Organizou a construção das casas obedecendo o alinhamento de ruas,
construiu a primeira casa paroquial e a primeira escola (só para meninos, como era de costume), além de outras obras de urbanização.
Passou então ao município de Acari com a criação deste em 11 de abril de 1833.Durante o reinado de Dom Pedro II, a povoação foi instituída Distrito de paz, através da resolução provincial nº 301 de 6 de setembro de 1854.A Vila foi criada e desmembrada de Acari em 15 de outubro de 1890 pelo Decreto Estadual nº 59, do então governador provisório Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, com instalação em Sessão Solene realizada no dia 26 de fevereiro de 1891 pelo então presidente da Intendência acariense, O Capitão Cipriano Bezerra de Santa Rosa.
Após o desmembramento, o município de Currais Novos teve sua área
delimitada pelo topógrafo Juventino da Silveira Borges. A posse da
Intendência foi solenizada pelo Governador do Estado, sendo constituída
pelos cidadãos: Laurentino Bezerra de Medeiros Galvão (presidente),
seguindo-se dos Conselheiros (no papel de vereadores) Juventino da
Silveira Borges, Sérvulo Pires de Albuquerque Galvão Filho, Francisco
Bezerra de Medeiros e Moisés de Oliveira Galvão.O município foi elevado à condição de cidade pela Lei nº 486, de 29 de novembro de 1920, sancionada pelo Governador Antônio José de Melo e Sousa, no 32º ano da República. Nessa época, a população era de 14 mil habitantes, com 12 ruas, 1 avenida, 2 praças e 3 travessas.
O município de Currais Novos está inserindo em terrenos do Planalto da Borborema,
com altitudes variando entre 200 e 500 metros. As principais serras são
a do Chapéu, Vermelha, do Piauí, do Doutor e de São João.
O principal ecossistema da cidade é a Caatinga do Seridó,
vegetação de transição entre o campo e Caatinga Arbórea, com árvores de
porte médio e baixo, e abundância de cactos e manchas desnudas. Ainda
se faz presente na região a Floresta Subcaducifólia, na Serra de
Santana.Segundo o Plano Nacional de Combate à Desertificação (PNCD), que
define desertificação como a degradação de terras nas zonas áridas,
semi- áridas e sub- úmidas, resultante de fatores diversos tais como as
variações climáticas e as atividades humanas, Currais Novos está
inserido em uma área susceptível em categoria muito grave.
É marcada pela temporariedade de seus rios, ou seja, rios que secam em
um período do ano em decorrência do desprovimento de chuvas. No entanto,
também existem rios de regime perene ( que não secam )no agreste e no
litoral. Dentre os rios que compõem a hidrografia, os principais são:
Mossoró, Apodi Assu, Piranhas, Potengi, Trairi, Jundiaí, Jacu, Seridó,
Curimataú.
A cidade cresceu e desenvolveu-se através da criação de gado bovino e
teve toda a sua história atrelada a ciclos econômicos bem definidos,
sendo o primeiro o ciclo do gado, sucedido pelo ciclo do algodão
e depois pelo ciclo da mineração, liderado pela Mina Brejuí, fundada em
1943 pelo então desembargador Thomáz Salustino Gomes de Melo.
Durante décadas a Mina Brejuí foi a maior exportadora de sheelita do
hemisfério sul do planeta até quando teve um declínio na década de 1990 e
retomou as suas atividades no ano de 2006,
voltando novamente a ser um dos maiores exportadores de scheelita do
mundo e gerando 200 empregos diretos, com perspectiva de expansão do
setor, ligado, também, ao turismo, desenvolvido nos túneis inativos, nas
trilhas e no Memorial Thomáz Salustino, museu que conta a história da
família de mesmo nome e dos tempos áureos da mineração.
O artesanato mineral está em alta e contribui em muito para a divulgação da cidade nacionalmente e internacionalmente.A pecuária é extensiva, envolvendo, principalmente, a criação de suínos, bovinos, eqüinos, asininos, muares, ovinos, caprinos
e coelhos (ainda inexpressiva). A produção de leite bovino e caprino
vem se destacando e é uma das maiores regiões produtoras do Seridó.
A agricultura também segue o regime extensivo, muitas vezes de subsistência, envolvendo a policultura. Destaca- se, na horticultura, a produção de coentro, tomate, alface e pimentão. Apresenta limitações muito fortes no uso agrícola, principalmente pela falta d'água, erosão e pelos impedimentos do uso de maquinários, em decorrência do solo pedregoso, rochoso e meio acidentado.Destaca-se ainda a pesca, a extração vegetal e mineral (principalmente de sheelita) e a silvicultura.O pólo turístico está em formação, com a abertura de novos hotéis e
pousadas e a divulgação emprendida pela Prefeitura Municipal e outros
setores nas diversas áreas do país.Em 2002, conforme estimativas do IBGE, o PIB era de R$ 96,208 milhões e o PIB per capita, R$ 2.358,00.
INFORNATUS
Nenhum comentário:
Postar um comentário