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Expressão máxima do populismo, Jânio fazia
promessas de moralização da política, utilizando a imagem de uma vassoura para
passar a ideia de que “varreria” a corrupção do país. No entanto, a falta de um
posicionamento político e as contradições de Quadros resultaram em um governo
curto, confuso e que acabou provocando uma grave crise institucional.
Na área econômica, foram adotadas medidas
conservadoras, seguindo à risca as medidas propostas pelos credores
internacionais, como a desvalorização da moeda e o congelamento dos salários,
por exemplo. Aparentemente, isto dava indícios de uma aproximação do governo
com o bloco capitalista, o que, de fato, não ocorreu. Pelo contrário, Jânio Quadros pregava um
posicionamento independente. Assim, reatou as relações diplomáticas com a União
Soviética, recusou convites de encontros com o presidente dos Estados Unidos,
John Kennedy, e chegou a condecorar o líder revolucionário cubano Ernesto Che
Guevara, o que mostrou um claro alinhamento ao bloco socialista e gerou pesadas
críticas ao
seu governo.
Paralelamente a toda a polêmica criada por sua
política diplomática e suas consequências, Jânio Quadros adotava medidas
contraditórias e de pouca importância, como a proibição do uso de biquínis em praias e das
brigas de galo, por exemplo. Tudo isso, aliado ao fato de que a inflação
continuava em altos níveis, resultou em uma grande insatisfação popular. Em 25 de agosto de 1961, o Brasil foi
surpreendido pelo pedido de renúncia de Jânio Quadros. Para muitos
historiadores, isto não passou de uma manobra política com o fim de tentar
gerar uma comoção popular. Assim, o Congresso se veria obrigado a pedir seu
retorno e Jânio voltaria fortalecido da situação.
Carta de renúncia de Jânio Quadros
Porém, não foi o que ocorreu. A
população viu sua renúncia com grande indiferença. O Congresso aceitou-a
prontamente, tendo Ranieri Mazilli, presidente da Câmara, ocupado o cargo até a
volta do vice-presidente, João Goulart, de uma visita à China.
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