Foto: mfisica.nonio.uminho.
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Na forma
mais usual, é formada por um transformador com núcleo de ar, com um capacitor primário carregado a uma tensão de alguns
(5-30) kV se descarregando sobre a bobina primária através de um centelhador. A bobina primária possui poucas espiras
de fio grosso (1-20), podendo ser cilíndrica, plana ou cônica, e é montada
próxima à base da bobina secundária. O circuito secundário é formado por uma
bobina secundária cilíndrica com por volta de mil espiras, montada centrada
sobre a bobina primária, que ressona com sua própria capacitância distribuída e
com a capacitância de um terminal montado no topo da bobina. Estas
capacitâncias distribuídas dependem apenas da geometria do sistema, e formam a capacitância secundária. A base da bobina
secundária é ligada à terra, ou a um condutor com grande capacitância
distribuída, que serve como "contrapeso". Os circuitos primário e
secundário são ajustados para ressonar na mesma freqüência, usualmente na faixa
de 50 a 500 kHz. O sistema opera de forma similar a dois pêndulos acoplados com massas
diferentes, onde as oscilações a baixa tensão e
alta corrente no circuito primário são gradualmente transferidas para o
circuito secundário, onde aparecem como oscilações com baixa corrente e alta
tensão. Quando se esgota a energia no circuito primário,
o centelhador deixa de conduzir, e a energia fica oscilando no circuito
secundário apenas, alimentando faíscas e corona de alta freqüência.
Desempenho
Bobinas
de Tesla alcançam 250 kV com relativa facilidade, e algumas chegam a 1,5 MV ou
mais.
Usos
Bobinas
de Tesla já foram usadas em transmissores de rádio primitivos, dispositivos de
eletroterapia e geradores de alta tensão para aplicações em física de alta
energia. A aplicação mais comum atualmente é para demonstrações sobre
eletricidade em alta tensão, gerando faíscas elétricas que podem ter vários
metros de comprimento.
Física do mecanismo
Sendo L1,
C1 a indutância e a capacitância do circuito primário e L2,
C2 o mesmo do circuito secundário, a máxima tensão de saída
(ignorando perdas) pode ser obtida, pela conservação da energia, como:
Vsaida
= Vinicial √(C1/C2) = Vinicial √(L2/L1)
A
sintonia na mesma freqüência implica L1C1 = L2C2.
O
coeficiente de acoplamento entre as bobinas primária e secundária tem valores
ideais, ignorando perdas, que são da forma k = (b2-a2)/(b2+a2),
onde a e b são inteiros com diferença ímpar, como a:b = 1:2, 2:3, 5:8, etc.,
que definem o modo de operação. Esses valores resultam em transferência completa
de energia em b semiciclos de oscilação. Isto é crítico apenas em bobinas
construídas para transferência rápida de energia, como no modo 1:2, que resulta
em k = 0.6 e transferência em um ciclo. Em bobinas feitas para demonstrações,
coeficientes de acoplamento por volta de 0,1 são o usual, modo 9:10, com
transferência em cinco ciclos.
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