A radioatividade
(AO 1945:
radioactividade) (também chamado de radiatividade (AO 1945:
radiactividade)) é um fenômeno natural
ou artificial, pelo qual algumas substâncias ou elementos químicos,
chamados radioativos, são capazes de emitir radiações, as quais têm a propriedade de
impressionar placas fotográficas, ionizar gases,
produzir fluorescência,
atravessar corpos opacos à luz ordinária, etc. As radiações
emitidas pelas substâncias radioativas são principalmente partículas alfa, partículas beta e raios gama. A
radioatividade é uma forma de energia nuclear, usada em medicina (radioterapia), e consiste no fato de alguns átomos como os do urânio, rádio e tório serem “instáveis”, perdendo constantemente
partículas alfa, beta e gama (raios-X). O urânio, por
exemplo, tem 92 prótons, porém através dos
séculos vai perdendo-os na forma de radiações, até terminar em chumbo, com 82 prótons estáveis. Foi observada pela primeira
vez pelo francês Henri Becquerel em
1896 enquanto trabalhava em materiais fosforescentes.
A
radioatividade pode ser:
Radioatividade
natural ou espontânea: É a que se manifesta nos elementos radioativos e nos
isótopos que se encontram na natureza e poluem o
meio ambiente.
Radioatividade
artificial ou induzida: É aquela que é provocada por transformações nucleares
artificiais.
Radioatividade
artificial
Produz-se
a radioatividade induzida quando se bombardeiam certos núcleos com partículas
apropriadas. Se a energia destas partículas tem um valor adequado,
elas penetram no núcleo bombardeado formando um novo núcleo que, no caso de ser
instável, se desintegra posteriormente. Foi realizada pela primeira vez pelo
físico neozelandês Ernest Rutherford,
ao bombardear átomos de nitrogênio, com partículas alfas, obtendo oxigênio. Sendo estudada pelo casal
“Joliot-Curie” (Frédéric Joliot e Irène Joliot-Curie),
bombardeando núcleos de boro e alumínio com partículas alfa, eles observaram que as
substâncias bombardeadas emitiam radiações após retirar o corpo radioativo
emissor das partículas alfa. O estudo da radioatividade permitiu um maior
conhecimento da estrutura dos núcleos atômicos e das partículas subatômicas.
Abriu-se a possibilidade da transmutação dos elementos, ou seja, a
transformação de elementos em elementos diferentes. Inclusive o sonho dos alquimistas de transformar outros elementos em ouro
se tornou realidade, mesmo que o processo economicamente não seja rentável.
Tipos
de decaimento
Quanto
aos tipos de radiação radioativa, descobriu-se que um campo elétrico ou magnético podia separar as emissões em três tipos
de raios. Por falta de melhores termos, os raios foram designados alfabeticamente como alfa, beta e gama, o que se mantém até hoje. Enquanto que o
decaimento alfa foi apenas observado nos elementos mais pesados (número atómico
52, telúrio, e maiores), os outros dois tipos de
decaimento foram observados em todos os elementos.Ao analisar-se a natureza dos
produtos do decaimento, tornou-se óbvio a partir da direção das forças eletromagnéticas
produzidas sobre as radiações pelos campos magnético e elétrico externos, que
os raios alfa tinham carga positiva, os raios beta carga negativa, e que os
raios gama eram neutros. A partir da magnitude de defleção, era claro que as
partículas alfa eram muito mais maciças do que as partículas beta. Fazer passar
partículas alfa através de uma janela de vidro muito fina e encerrá-las numa lâmpada de néon
permitiu aos investigadores estudarem o espectro de emissão
do gás resultante, e finalmente demonstrarem que as partículas alfa são núcleos
de hélio. Outras experiências mostraram a semelhança
entre a radiação beta clássica e os raios catódicos: são ambos fluxos de eletrões. De
igual modo, descobriu-se que a radiação gama e os raios-X são formas semelhantes de radiação
eletromagnética de alta-energia. A relação entre os tipos de
decaimento começou também a ser estudada: por exemplo, o decaimento gama era
quase sempre encontrado em associação com outros tipos de decaimento, ocorrendo
quase ao mesmo tempo, ou posteriormente. Descobriu-se que o decaimento gama
como fenómeno separado (com a sua própria meia-vida, hoje designado como transição
isomérica) na radioatividade natural era o resultado do decaimento
gama de isómeros
nucleares metastáveis excitados, por sua vez criados por meio de
outros tipos de decaimento.
Embora os
decaimentos alfa, beta e gama sejam os mais comuns, outros tipos seriam descobertos.
Pouco depois da descoberta do positrão em produtos de raios cósmicos,
percebeu-se que o mesmo processo que opera no decaimento beta clássico pode também produzir
positrões (emissão positrónica).
Num processo análogo, descobriu-se que ao invés de emitirem positrões e
neutrinos, alguns nuclídeos ricos em protões capturavam os seus próprios
eletrões atómicos (captura eletrónica),
e emitem apenas um neutrino (e geralmente também um raio gama). Cada um destes
tipos de decaimento envolve a captura ou emissão de eletrões ou positrões
nucleares, e leva o núcleo a aproximar-se da razão entre neutrões e protões que
tem a menor energia para um dado número total de nucleões (neutrões mais protões).Pouco tempo após
a descoberta do neutrão em 1932, Enrico Fermi descobriu que certas reações de
decaimento raras produziam neutrões como partícula de decaimento (emissão
de neutrões). A emissão protónica
isolada acabaria por ser observada em alguns elementos. Foi também descoberto
que alguns elementos mais pesados podem sofrer fissão espontânea
resultando em produtos de composição variável. Num fenómeno chamado decaimento
aglomerado, observou-se que eram emitidas ocasionalmente pelos
átomos combinações específicas de neutrões e protões (núcleos atómicos),
que não as partículas alfa.
Foram
descobertos outros tipos de decaimento radioativo que emitiam partículas já
conhecidas, mas por meio de mecanismos diferentes. Um exemplo é a conversão
interna, a qual resulta na emissão eletrónica e por vezes emissão de
fotões de alta-energia, embora não envolva nem decaimento beta nem decaimento
gama. Este tipo de decaimento (como o decaimento gama de transição isomérica)
não transmuta um elemento em outro.
São
conhecidos eventos raros que envolvem a combinação de dois eventos de
decaimento beta com ocorrência simultânea. É admissível qualquer processo de
decaimento que não viole as leis de conservação da energia ou do momento (e
talvez outras leis de conservação), embora nem todos tenham sido detectados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário