segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A História do Trem


Acredita-se que o jesuíta belga Ferdinand Verbiest tenha sido um dos precursores do trem ao idealizar em 1681, em Pequim, uma máquina auto propulsora a vapor. Em 1769, Joseph Cugnot, militar francês, construiu em Paris uma máquina a vapor para o transporte de munições. Após várias tentativas fracassadas, Richard Trevithick, engenheiro inglês, conseguiu em 1804, construir uma locomotiva que fora capaz de puxar cinco vagões com dez toneladas de carga e setenta passageiros à velocidade vertiginosa de 8 km por hora.

Outro inglês, John Blenkinsop, construiu uma locomotiva em 1812 que usava dois cilindros verticais, capazes de movimentar os dois eixos, unidos a uma roda dentada que faziam acionar uma cremalheira. Esta máquina usava também carris de ferro-fundido, que vieram a substituir definitivamente os trilhos em madeira usados até então. Estes trilhos ou linhas de madeira haviam sido desenvolvidos na Alemanha por volta do ano de 1550 e serviam carruagens que eram puxadas por animais, principalmente por cavalos, mas também por vezes, à força de braços. 

No entanto, o grande passo para o desenvolvimento da locomotiva e do trem, por consequência, foi dado por George Stephenson. Este inglês, mecânico nas minas de Killingworth, construiu a sua primeira locomotiva a quem chamou Blucher, em 1814. A Blucher, que se destinava ao transporte dos materiais das minas, conseguiu puxar uma carga de trinta toneladas à velocidade de 6 quilômetros por hora. Stephenson viria a construir a primeira linha férrea, entre Stockton e a região mineira de Darlington, que foi inaugurada em 27 de Setembro de 1825 e tinha 61 km de comprimento; quatro anos mais tarde, foi chamado a construir a linha férrea entre Liverpool e Manchester. Nesta linha foi usada uma nova locomotiva, batizada Rocket, que tinha uma nova caldeira tubular inventada pelo engenheiro francês Marc Seguin e já atingia velocidades da ordem dos 30 km/hora. 

No início do século XIX, as rodas motrizes passaram a ser colocadas atrás da caldeira, aspecto que permitiu aumentar o diâmetro das rodas e, consequentemente, o aumento da velocidade de ponta. O escocês James Watt, com a introdução de várias alterações na concepção dos motores a vapor, designadamente na separação do condensador dos cilindros, muito contribuiu também para o desenvolvimento dos caminhos de ferro. A partir daqui, a evolução do trem e das linhas ferroviárias tornou-se efetiva, transportando o progresso à volta do globo. Na metade do século XIX já havia milhares de quilômetros de vias férreas por todo o mundo: na Inglaterra, 10 mil; nos EUA, 30 mil. Neste último, com a colonização do Oeste, esta cifra atingiu mais de 400 mil quilômetros no início do século XX. 

Num ápice, as locomotivas passaram do vapor à eletricidade. No dia 31 de Maio de 1879, Werner von Siemens apresentou na Exposição Mundial de Berlim a primeira locomotiva elétrica. No entanto, o seu desenvolvimento só foi significativo a partir de 1890, mantendo-se a sua utilização até aos nossos dias. A invenção da locomotiva elétrica não é pacífica: há quem atribua igualmente esta invenção tanto ao norte americano Thomas Davenport como ao escocês Robert Davidson. 

Nos fins do século XIX, Rudolf Diesel inventou o motor de injeção a diesel e com ele novas locomotivas foram desenvolvidas usando esta nova tecnologia; foram também criadas locomotivas que utilizavam os dois conceitos (elétrico e diesel), sendo por isso bastante versáteis. Estas máquinas começaram a ganhar terreno às velhinhas locomotivas a vapor que, no entanto, se mantiveram na ativa até 1977, ano em que foram definitivamente afastadas, acusadas de serem causadoras de diversos incêndios.Mais recentemente foram desenvolvidas também locomotivas com turbinas a gás e com elas, chegamos aos trens de alta velocidade, capazes de atingir os 300, 400 e mais quilômetros por hora, designadamente em condições de testes. 

A França foi o maior impulsionador deste tipo de trem, com o seu TGV “Train Grand Vitesse”; em 23 de Setembro de 1981 foi inaugurado o primeiro traço da linha Paris – Lyon e em 3 de Março de 2007, um TGV passou a atingir os 574,8 km por hora na nova linha Paris-Estrasburgo, batendo o anterior recorde de velocidade ferroviário que era de 515 km/h. Em 1993 é inaugurada a linha que une Paris à Bélgica, Holanda, Alemanha e ao Reino Unido através do Túnel da Mancha.A França continua sendo a maior impulsionadora dos trens de alta velocidade, mas não foi o primeiro país a introduzi-los: 17 anos antes, no dia 1 de Outubro de 1964, os japoneses inauguraram a sua primeira linha de alta velocidade, ligando Tóquio a Osaka com as famosas locomotivas Shinkansen. 

O trem de levitação magnética, mais conhecido por Maglev, são as últimas novidades na tecnologia ferroviária, embora a primeira patente de um trem de levitação magnética tenha sido registrada em 1969.


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