Campos Sales |
Suas principais ações se concentraram na área econômica, uma vez que a crise gerada pela política do encilhamento do governo de Deodoro da Fonseca só se agravava mais. Além de uma inflação em níveis altíssimos e uma desvalorização cada vez maior da moeda, o preço do café, principal produto brasileiro, estava em constante declínio no mercado internacional.
Campos Salles procurou renegociar a dívida externa com os ingleses, maiores credores do Brasil na época. De fato, a Inglaterra aceitou a suspensão temporária do pagamento de juros da dívida e a concessão de dez milhões de libras em troca de uma série de medidas de austeridade: combate à inflação, valorização da moeda e corte de gastos. Além disso, os ingleses exigiram as receitas das alfândegas estatais, da Estrada de Ferro Central e do serviço de abastecimento de água do Rio de Janeiro como garantias, caso o Brasil não fosse capaz de honrar seus compromissos. Este acordo ficou conhecido como funding loan.
O governo brasileiro procurou cumprir o que foi estabelecido: conteve os salários, cortou investimentos, reduziu gastos públicos e aumentou impostos, medidas que prejudicaram grandemente a população assalariada. A ideia de Campos Salles era a de que o Brasil precisava focar na agricultura para exportação – café, borracha e algodão. Na verdade, esta política agradava tanto às elites rurais, grupo dominante que queria todos os investimentos canalizados para suas atividades, quanto às potências estrangeiras, que queriam vender cada vez mais seus produtos manufaturados. Campos Salles foi sucedido por seu aliado, Rodrigues Alves, em 1902.
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