Como maior e mais importante município da região, Guarabira está localizada
no Piemonte da Borborema, Estado da Paraíba, em região de Depressão. É zona de
transição entre o Agreste e o Brejo. Na área agrestina, o seu relevo
assemelha-se ao do Sertão, com uma vegetação típica de Caatinga. Também está
situado entre os Baixos Platôs Costeiros, conhecidos por Tabuleiros e no
rebordo do Planalto da Borborema, onde surgem as suas principais serras:
Tapado, Quati, Bonfim, Cruzeiro e Mata Limpa, todas com altitudes inferiores a
300 metros. Com essa altitude se destaca a Serra da Jurema, seu pico
culminante.
Está a 97 metros acima do nível do mar, tendo como coordenadas geográficas
06°51’17” de Latitude e 35°29’24” de Longitude. A sua área é de 149,5 km² por
onde se espalha uma população de aproximadamente 60 mil habitantes,
distribuídos pela cidade e município como um todo. Limita-se ao Norte com Pirpirituba e Araçagi, ao Sul com Mulungu e
Alagoinha, a Leste com Araçagi e a Oeste com Pilõezinhos e Cuitegí.
O acesso e partida do município são proporcionados por estradas devidamente
asfaltadas, facilitando a interação com outros municípios e capitais
nordestinas. Está a 98 quilômetros de João Pessoa, capital do Estado e a 100 de
Campina Grande, segunda maior cidade paraibana; a 580 quilômetros de
Fortaleza-CE, via Belém e a 700 via Mamanguape; a 165 quilômetros de Natal-RN,
via Belém e a 180 quilômetros via Mamanguape e a 200 quilômetros de Recife-PE,
via João Pessoa.
É banhado
pelo rio Guarabira, com nascentes no vizinho município de Pilõezinhos, sendo
alimentado pelos afluentes riachos Curral Picado, Poço Escuro, Poções, Quandú,
Tauá e Palmeira. O rio Araçagí, também percorre parte do seu território,
passando pelos povoados de Maciel e Escrivão. É cortado, ainda, pelo rio
Mamanguape que atravessa o distrito de Cachoeira dos Guedes, e se presta,
também, a limitar Guarabira com os municípios de Mulungu e Araçagí. No período
de estiagens o leito e margens desse, são utilizados para plantio de gramíneas
e batata-doce.
As
temperaturas do município variam entre 36° e 20°, sendo os meses de janeiro e
fevereiro os mais quentes e os de julho e agosto os mais frios do ano. Temos um
clima quente e úmido, com chuvas de outono-inverno. Ao longo
da sua evolução, a flora guarabirense sofreu um desbaste acentuado, a ponto de
ter apenas atualmente, 1.000 hectares cobertos de matas, dos quais apenas 6,8%
(seis vírgula oito por cento) são devidamente preservados. Na Serra da Jurema
ainda podem ser encontrados resquícios da Mata Atlântica, fortemente ameaçados
de extinção, devido a presença do Memorial Frei Damião.
Da sua
fauna encontramos ainda, poucos pássaros canoros como galos-de-campina, golados
(coleirinhas), cabeças-pretas (papa-capins), gaturamos, azulões, bigodes,
bem-te-vis, chorões, caboclinhos. Também são encontrados ainda nambus, gaviões,
jabutis, rolinhas, corujas, urubus, cobras, raposas, sagüis, preás,
gatos-do-mato, guaxinins, camaleões, ratos-do-mato e tatus. A
Microrregião de Guarabira é formada pelos municípios de Alagoinha, Araçagí,
Belém, Caiçara, Cuitegi, Duas Estradas, Lagoa de Dentro, Logradouro, Mulungu,
Pilõezinhos, Pirpirituba, Serra da Raiz, Sertãozinho e o próprio, abrangendo
uma área de 1.319 km², ocupada por cerca de 165.000 habitantes espalhados pelas
sedes municipais e zona rural.
Agricolamente,
essa Microrregião se destaca no Estado da Paraíba pela produção de feijão
(Lagoa de Dentro); algodão (Logradouro, Caiçara e Mulungu) e cana-de-açúcar
(Guarabira, Araçagí, Pirpirituba e Alagoinha). Nessa área também surgem
minerais metálicos (Mulungu, Cuitegi, Lagoa de Dentro e Guarabira). No nosso
município também podem ser encontrados alguns tipos de gemas. No século
XVI, a região foi alvo de penetração dos colonizadores portugueses que buscavam
coibir o contrabando freqüente do pau-brasil (ibirapitanga ou arabutan),
praticado pelos franceses apoiados pelos potiguaras da Serra de Cupaoba, atual
Serra da Raiz. As expedições eram rechaçadas violentamente pelos indígenas,
fazendo com que o Governador Feliciano Coelho de Carvalho, realizasse outras
entradas fortemente armadas para dominar definitivamente Cupaoba. O local era
de difícil acesso devido a sua posição geográfica, impedindo a vitória rápida
dos portugueses que mais tarde chegariam mais uma vez, fazendo-se acompanhar do
olindense Duarte Gomes da Silveira, que chegara à Paraíba com o Ouvidor Geral
Martim Leitão. Em 29 de outubro de 1586, os portugueses conseguiram dizimar as
mais de quarenta aldeias espalhadas pela Serra e chefiadas pelos caciques Pao
Seco e Zorobabé. Tomadas as terras dos índios vencidos, foram mais tarde
distribuídas em sesmarias pelas autoridades portuguesas com grande parte dos
que se envolveram no processo de colonização paraibana, bem como com os
sacerdotes que os apoiavam desde o princípio.
Futuramente,
Silveira seria contemplado com o título de capitão-mor da Serra de Cupaoba, em
reconhecimento pelos seus trabalhos no combate aos indígenas ali residentes e
devido às suas realizações na região. Nas proximidades de Araçagi, atual
município vizinho ao nosso, teria erguido currais e praticado agricultura, às
margens do rio Quandús, onde habitava tribo com essa mesma denominação. Em
Guiraobira ou Guirabira, designação tupi da época ao nosso lugar, ergueria o
engenho Morgado, para a produção de açúcar mascavo. Por volta
de 1641, o Governador holandês na Paraíba, Elias Herckmans, fez referência aos
bens de Silveira na região, em documento elaborado como resultado da sua viagem
à Serra de Cupaoba.
Mamelucos
vindos de Olinda, para libertar indígenas aprisionados pelos portugueses;
holandeses que desejavam encontrar minas auríferas e uma raiz de planta
medicinal muito utilizada pelos silvícolas, no tratamento de ferimentos, foram
outros povos que por aqui passaram. A nossa terra foi importante ponto de apoio
e descanso dos desbravadores portugueses, franceses e holandeses, por estar nas
proximidades da Cupaoba e intermediava o acesso a Mamanguape, por onde se dava
o escoamento do pau-brasil contrabandeado pelos franceses, através do porto de
Salema.
Em 21 de
setembro de 1690, o Padre Francisco Ferreira, requereu e recebeu de Amaro
Cerqueira, uma sesmaria com duas léguas em quadro, nas cabeceiras do rio
Goijaemenduba. Nelas estariam as terras de Duarte da Silveira. Aliás, o
historiador José Leal, assim se expressa sobre a fundação de Guarabira “A atual
cidade de Guarabira, segundo se deduz dos documentos da época, foi fundada
neste ano [1694] em terras pertencentes ao Engenho Morgado, de Duarte Gomes da
Silveira”.
Em 1755,
chegou à região o português José Gonçalves da Costa Beiriz, fugindo do seu
país, onde a 10 de novembro ocorrera um terremoto de proporções catastróficas,
matando mais de quarenta mil pessoas, só na cidade de Lisboa. Gostando das
terras que visitou, comprou-as por seis mil cruzados ao Padre Francisco
Ferreira e regressou a Concelho de Póvoa de Varzim, Distrito do Porto, seu
torrão natal, para apanhar os familiares e conduzi-los à sua nova terra. Com
Beiriz vieram os filhos Virgínia, Catarina, Romana e Cosme (sacerdote) e o sobrinho
José Joaquim da Silva, que se casaria futuramente com a prima Virgínia. Com a
ajuda dos escravos, Beiriz ergueu um engenho moderno por ter eixos de ferro,
nas imediações da atual rua Costa Beiriz, centro de Guarabira.
Quando
chegou, Beiriz trazia consigo a imagem da Virgem da Luz, pois lhe fizera a
promessa de erguer uma capela em sua homenagem na localidade que viesse a fixar
residência com os familiares. Edificou-a em 1756 e expôs a imagem da Virgem da
sua devoção e as missas e novenas foram ali oficiadas pelo filho Cosme. A
capela ruiria mais tarde por não resistir às intempéries do tempo, entretanto
uma outra edificada em 15 de maio de 1730, pelo Padre João Milanez, à Virgem da
Conceição, continuaria de pé, recebendo os fiéis da época.
A designação
do lugar, GUIRABIRA ou GUIRAOBIRA vem do tupi-guarani e a sua tradução não
corresponde à unanimidade dos estudiosos da língua silvícola. Segundo Cleodon
Coelho, para o Padre Luiz Santiago, os nossos indígenas denominavam o lugar
como Guara-Bira ou Guara-Pora, e afirmava que a posposição nominal (Bira ou
Pora), indica moradia, traduzindo o vocábulo como “moradia dos guarás”, e como
a região era habitat de garças azuis, freqüentadoras da grande lagoa onde havia
uma plantação natural de embiras, dá-lhe a tradução de “Berço das Garças
Azuis”.
Em 1821,
João Gonçalves em Pirpirituba e José Pereira Neves em Guarabira, protestaram
veementemente contra as eleições paroquiais que beneficiariam a aprovação da
Constituição Portuguesa, cujas bases já haviam sido juradas em solene sessão
ocorrida na Câmara. Em 15 de
janeiro de 1837, a Assembléia foi reaberta e o povoado de Guarabira foi elevado
à condição de Vila com o nome de Independência, através do Decreto 17, de 27 de
abril daquele mesmo ano, para homenagear o fato histórico do Grito do Ipiranga
(7/9/1822), protagonizado por D. Pedro I. Nesse momento também foi criada a
Freguesia de Nossa Senhora da Luz, não se sabendo explicar porque não se deu em
nome da Virgem da Nossa Senhora da Conceição, a quem o padre Milanez havia
erguido a primeira capela na região. Em 26 de novembro de 1887, a Lei nº 841,
restituiu ao povoado o nome de Guarabira e lhe elevou à condição de cidade.
Após
alcançar a condição de cidade/município em 26 de novembro de 1887, a área rural
guarabirense apresentou significativas modificações, quando algumas localidades
deixaram de ser isoladas e se transformaram em pequenos núcleos habitacionais,
umas maiores e outras menores, dependendo do seu grau de desenvolvimento
agropastoril. Surgiram Pilõezinhos em 1856, Pirpirituba em 1860, Araçagí,
Mulungu e Alagoinha em 1870 e Cuité (Cuitegí), em 1873.
Em 1938,
o Decreto-Lei nº 1.010 de 30 de março, transformou em distritos todos aqueles
povoados rurais. Pelo Decreto-Lei nº 1.164, de 15 de novembro daquele mesmo
ano, foi alterado o nome do distrito de Cuité para Cuitegí, evitando-se
confundi-lo com o município de Cuité, na região do Curimataú paraibano.
Em 1943,
o Decreto-Lei nº 520 de 31 de dezembro, criou o distrito de Contendas e alterou
os nomes de Mulungu para Camarazal e Alagoinha para Tauatuba. Em 1950, foi
extinto o distrito de Contendas e em 1951, foi criado o distrito de
Pilõezinhos.
A partir
de 1953, os distritos foram alcançando emancipação política: Pirpirituba (Lei
nº 979 de 2/12/1953), Alagoinha (Lei nº 980 de 3/12/1953), Mulungu (Lei nº
2.074 de 29/4/1959), Araçagí (Lei nº 2.147 de 22/7/1959), Cuitegí (Lei nº 2.685
de 26/12/1961) e Pilõezinhos (Lei nº 3.128 de 27/12/1963). Atualmente,
Guarabira, além da própria sede, tem apenas o distrito de Cachoeira dos Guedes.
A transformação dos distritos em cidades diminuiu a área total de Guarabira de
853 km², para 149,5 km².
INTENDENTES,
CONSELHEIROS E PREFEITOS (1890-2008)
Quando da
criação do Conselho de Intendência em 1º de janeiro de 1890, (Decreto nº 7),
foram nomeados intendentes de Guarabira, José Maria de Andrade (presidente),
Firmino Alves Pequeno (vice-presidente) e Francisco de Paula Ferreira
(secretário). Ao renunciarem aos cargos, foram substituídos por José Álvares
Pragana, José Severino de Araújo Benevides e José Leônidas, presidente, vice e
secretário, respectivamente. A Lei nº
9, de 17 de dezembro de 1892, extinguiu as intendências, substituindo-as por
Conselhos Municipais, que se compunham de nove conselheiros nas cidades e sete
nas vilas, com mandatos de 4 anos. Ao presidente do Conselho, escolhido em
eleição no dia da sua instalação, cabia a administração da localidade. .
Em 25 de
outubro de 1900, era extinto o cargo de prefeito, em vigor a partir de 2 de
março de 1895, pela Lei nº 27, pelo que se voltou a obedecer as normas da
antiga Lei nº 9, de 17/12/1892, quando a administração do município voltou a
ser exercida por um Conselho. O cargo de prefeito voltou a vigorar a partir de
14 de novembro de 1904, pela Lei nº 221, extinguindo-se os Conselhos.
Desde
então, a administração pública de Guarabira foi exercida até 1935 por:
Francisco Joaquim (Quincas) de Andrade Moura, de 1896 a 1900, tendo acontecido
a sua nomeação em 1895; Manoel Pereira da Silva Simões, de 1905 a 1909; Luiz
Galdino Sales, de 1909 a 1912; João de Farias Pimentel, de 1912 a 1915); Manuel
Lordão, de 1915 a 1918, quando foi substituído por José Álvares Trigueiro até
1921; Osório de Aquino Torres, de 1921 a 1925, sendo substituído em 1922, por
Amaro Guedes Beltrão até 1925, quando regressou e concluiu o mandato; Antônio
Galdino Guedes, de 1925 a 1929; Sebastião Bezerra Bastos, de 1929 a 1932, tendo
o seu mandato sido concluído por Luciano Varedas; José Tertuliano Ferreira de
Melo, de 1932 a 1935; cônego Francisco Bandeira Pequeno, de 1935 a 1937, tendo
o mandato sido concluído por João Medeiros Filho e Waldemar Menino.
Com a
institucionalização do Estado Novo pelo presidente Getúlio Vargas (1937/1945),
foram cassados os partidos políticos e suspensas as eleições democráticas, através
da Constituição “polaca”, assim denominada por ser inspirada nas constituições
fascistas. Ai, os governadores deram lugar a interventores nomeados por Vargas,
cabendo-lhes a responsabilidade de nomear os novos interventores. Foram
interventores de Guarabira: Sabiniano Alves do Rego Maia, de 1937 a 1940, tendo
o seu mandato sido concluído por Osmar de Araújo Aquino; Osório de Aquino
Torres, de 1940 a 1942; Sebastião Vital Duarte, de 1942 a 1944; Sebastião
Bezerra Bastos, de 1944 a 1945; Antônio Galdino Guedes, de 1945 a 1947, tendo o
seu mandato sido concluído por Cláudio Viana, João de Farias Pimentel Filho,
Osório de Aquino Torres e Sílvio Pélico Porto. Aqui está evidenciada a força
das composições e acordos políticos já nesse período, embora em outros momentos
essas forças políticas se separassem definitivamente assumindo parcelas
importantes do eleitorado guarabirense.
Com o
restabelecimento da democracia, o município foi administrado por prefeitos
escolhidos em eleições: Sabiniano Alves do Rego Maia, de 1947 a 1951, tendo o
seu mandato sido concluído pelo vice-prefeito José (Xixi) Barbosa de Lucena;
Augusto de Almeida, de 1951 a 1955; Osmar de Araújo Aquino, de 1955 a 1959;
novamente Augusto de Almeida, de 1959 a 1963; João de Farias Pimentel Filho, de
1963 a 1969; Gustavo Amorim da Costa, de 1969 a 1973; novamente João de Farias
Pimentel Filho, de 1973 a 1977; Antônio Roberto de Sousa Paulino, de 1977 a
1983, havendo renunciado ao mandato em 31 de maio de 1982 para concorrer a uma
cadeira de deputado estadual na Assembléia Legislativa da Paraíba. O seu
mandato foi concluído pelo vice-prefeito, Antonio do Amaral (31/05/1982/1983).
A seguir foi eleito Zenóbio Toscano de Oliveira que exerceu o mandato de 1983 a
1989; novamente Antônio Roberto de Sousa Paulino, de 1989 a 1992; Jáder Soares
Pimentel, de 1993 a 1997; Maria Hailéa Araújo Toscano, de 1997 a 2000, havendo
sido reeleita para novo mandato de 2000 a 2004 e Maria de Fátima de Aquino
Paulino, de 2005 a 2008.
DESTAQUES
POLÍTICOS (1918-2007)
Eleito
deputado estadual, Manuel Lordão assumiu a Assembléia Legislativa da Paraíba,
de 1918 até 1922. Em 15 de agosto de 1926, Lordão foi assassinado a tiros e em
sua homenagem se deu o seu nome à rua que liga o Teatro Geraldo Alverga Cabral
ao Riacho do Cachorro. Até hoje, essa artéria é conhecida como “Boi Choco”
porque próximo à estação ferroviária moravam franceses que falando na sua
língua pátria, diziam dos pássaros canoros que ali surgiam frequentemente, a
expressão “bois d’oiseau”, ao que pessoas do povo interpretavam como “boi
choco”.
De 1924 a
1930, Antônio Galdino Guedes ocupou uma cadeira na Assembléia Legislativa da
Paraíba, na qualidade de deputado estadual, chegando a ocupar a presidência
desse poder legislativo. Em 29 de julho de 1940, quando desempenhava a função
de Secretário de Estado do Interior, foi nomeado por Getúlio Vargas para
assumir o cargo de Interventor Federal da Paraíba, pelo curto período de 29 de
julho a 16 de agosto daquele mesmo ano em substituição a Argemiro de
Figueiredo, até a posse de Rui Carneiro, novo Interventor paraibano (LEAL;
1989, pp253-254)..
Outros
homens públicos guarabirenses evoluíram na política estadual como Osmar de
Araújo Aquino, Dep. Estadual e Dep. Federal; Sílvio Pélico Porto (filho natural
de Cruz do Espírito Santo), Dep. Estadual e Secretário de Interior e Justiça do
Estado; Jáder Soares Pimentel, Dep. Estadual e Presidente do IPEP – Instituto
de Previdência do Estado da Paraíba; Gustavo Amorim da Costa, Dep. Estadual,
foi diplomado, porém faleceu dias depois pelo que foi substituído pelo suplente
Frei Marcelino Cantalice; Ronaldo Cunha Lima, Dep. Estadual, Dep. Federal,
Governador e Senador; Antônio Roberto de Sousa Paulino, Dep. Estadual, Dep.
Federal, Secretário de Estado de Articulação Política, Vice-Governador e
Governador da Paraíba; Zenóbio Toscano de Oliveira, Dep. Estadual e Secretário
de Estado da Infra-Estrutura e Roberto Raniery de Aquino Paulino, Dep.
Estadual.
REPRESENTAÇÃO
POLÍTICA ATUAL
O Poder
Executivo municipal é formado por Maria de Fátima de Aquino Paulino e José
Agostinho Sousa de Almeida (Josa da Padaria), prefeita e vice-prefeito,
respectivamente, ambos do PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro.
Com o
resultado eleitoral de 2004, a Câmara Municipal presidida pela segunda vez
consecutiva pelo Vereador José Antonio de Lima, passou a ter dez vereadores
distribuídos pelos PV – Partido Verde (01), PDSDB – Partido da Social
Democracia Brasileira (01), PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(04), PP – Partido Progressista (01), PTB – Partido Trabalhista Brasileiro
(01), PFL – Partido da Frente Liberal (01) e PHS – Partido Humanista da
Solidariedade (01). Com a nova realidade política atual, essa casa legislativa
perdeu as siglas PFL (atual DEM – Democratas), PP (atual PRB – Partido
Republicano Brasileiro) e PSDB (esse perdeu o único vereador que tinha, estando
o mesmo sem partido até hoje).
No
Estado, Guarabira se faz representar na Assembléia Legislativa pelos Deputados
Estaduais Roberto Raniery de Aquino Paulino (PMDB) e Zenóbio Toscano de
Oliveira (PSDB). Também tem representação garantida no Senado da República
através de João Rafael de Aguiar, como 2º Suplente de Senador, pelo Partido da
Social Democracia Brasileira – PSDB.
BANDEIRA,
BRASÃO E HINO
Em 26 de
novembro de 1976, segunda gestão de João Pimentel Filho (1973-77), através da
Lei 57/76, o município foi contemplado com a criação do Brasão de Armas
(formado por um escudo vermelho, seis costas de prata, sendo três em cada
flanco, mantel negro carregado com um facho aceso, encimado por uma estrela de
seis raios nimbada de seis resplendores, todos em cor prata), a Bandeira, o
Estandarte e os Selos do município. A
insígnia é constituída de uma coroa mural de quatro torres, de cor prata,
representando a cidade sede do município, sobre o lema latino “Lúmine gratiae
tue” ou, “Luz da tua graça”, com letras prateadas sobre um listel avermelhado.
No
escudo, as costas de prata sobre o campo vermelho, atributos heráldicos da
família Costa, se referem a José Gonçalves da Costa Beiriz, da cidade; o facho
é uma referência à sublevação diante da reação de 1822, quando municípios
paraibanos se levantaram contra o juramento da Constituição Portuguesa feito
por D. João VI; as cores do escudo homenageiam os matizes da Bandeira da
Paraíba e, finalmente, a estrela nimbada retrata a devoção do povo guarabirense
à Virgem da Luz, nossa padroeira, que através da luz de sua graça, permitiu a
cidade, um caminhar melhor em busca da prosperidade. O hino
teve Genival Macedo como responsável pela letra e música, tendo sido elaborado
para homenagear a terra pelo seu primeiro centenário, enquanto fala do amor de
todos os que sob o seu amparo estão vivendo. É muito singelo, porém de beleza
destacável, falando destacadamente do amor do povo pela sua terra natal e da fé
de prosperidade que nela deposita.
HINO DO
1º CENTENÁRIO DE GUARABIRA
Letra e
Música de Genival Macedo
Teu povo
é forte!
Tua História foi escrita
Com bravura!
Oh, Guarabira!
Centenária e berço de cultura!
Vamos saudar
Os teus filhos
Que te amam com fervor!
Oh, Guarabira!
Centenária de campos verdejantes!
Os que pisam o teu solo
De ti se fizeram sempre amantes.
O teu passado
Foi marcante,
Teu presente é de trabalho!
De progresso, é majestoso;
Oh, Guarabira!
Segue em frente
Desbravando o teu caminho!
E o teu povo,
Esse povo que a História honrará,
Se algum dia for chamado,
Seu sangue de heróis derramará!
Tua História foi escrita
Com bravura!
Oh, Guarabira!
Centenária e berço de cultura!
Vamos saudar
Os teus filhos
Que te amam com fervor!
Oh, Guarabira!
Centenária de campos verdejantes!
Os que pisam o teu solo
De ti se fizeram sempre amantes.
O teu passado
Foi marcante,
Teu presente é de trabalho!
De progresso, é majestoso;
Oh, Guarabira!
Segue em frente
Desbravando o teu caminho!
E o teu povo,
Esse povo que a História honrará,
Se algum dia for chamado,
Seu sangue de heróis derramará!
HINO
OFICIAL
Teu povo
é forte!
Tua História foi escrita
Com Bravura
Oh, Guarabira!
Centenário e berço de cultura!
Vamos saudar
Os teus filhos
Que te amam com fervor!
Oh, Guarabira!
Centenário de campos verdejantes!
Os que pisam o teu solo
De ti se fizeram sempre amantes.
Tua História foi escrita
Com Bravura
Oh, Guarabira!
Centenário e berço de cultura!
Vamos saudar
Os teus filhos
Que te amam com fervor!
Oh, Guarabira!
Centenário de campos verdejantes!
Os que pisam o teu solo
De ti se fizeram sempre amantes.
O teu
passado
Foi Marcante,
Teu presente é de trabalho!
De progresso, é majestoso;
Oh, Guarabira!
Segue em frente
Desbravando o teu caminho!
E o teu povo,
Esse povo que a História honrará,
Se algum dia for chamado,
Seu sangue de heróis derramará!
Foi Marcante,
Teu presente é de trabalho!
De progresso, é majestoso;
Oh, Guarabira!
Segue em frente
Desbravando o teu caminho!
E o teu povo,
Esse povo que a História honrará,
Se algum dia for chamado,
Seu sangue de heróis derramará!
Letra e
Música: Genival Macedo
DISTRITO
DE PAZ E COMARCA
Quando da
criação da Vila Real de Brejo de Areia através de Alvará Régio em 18 de maio de
1815, desvinculando-a da Vila Real do Monte Mor da Preguiça, atual Mamanguape,
instalada em 30 de agosto de 1818, o povoado de Guarabira lhe foi anexado, além
de outros vizinhos como Alagoa Grande, Bananeiras e Pilões. Doze anos depois
(1827), juntamente com Bananeiras, Guarabira passou a integrar a Vila de São
Miguel da Baia da Traição. No
governo de André de Albuquerque Maranhão, em 29 de novembro de 1832, foi criado
o Distrito de Paz de Guarabira e um ano depois, juntamente com Bananeiras se
desvinculou de Vila de São Miguel da Baia da Traição e voltou a compor a Vila
Real do Brejo de Areia, até 27 de abril de 1837 quando o presidente Bazílio
Quaresma Torreão, através do Decreto nº 17 deu-lhe a condição de Vila, com o
nome de Independência, emancipando-a de Bananeiras, definitivamente. Em 1854, o
presidente Francisco Xavier Paes Barreto, transformou-o de distrito em Comarca
de Vila Independência. Entretanto, a 9 de abril de 1857, foi apresentada ao
Ministro do Interior uma exposição de motivos feita pelo presidente Antônio da
Costa Pinto Silva, mencionando dificuldades vividas pela Justiça da Província
com a criação dessa Comarca: “Em Catolé não se sabe o que é justiça; a de
Independência tem adquirido, quanto à parte civil, a celebridade que V. Excia.
não ignora”.
No
governo do presidente Francisco de Araújo Lima, a Lei nº 106, de 11 de dezembro
de 1863, criou a Comarca de Mamanguape na Província, constituída dos Termos de
Mamanguape e Independência. Em 5 de abril de 1870, pela Lei nº 362, o
presidente Venâncio José de Oliveira Lisboa, criou a Comarca de Independência,
que nessa condição permaneceu até 1871, quando sob a presidência de Frederico
de Almeida e Albuquerque, através da Lei nº 446 foi suprimida, voltando a fazer
parte de Bananeiras. Em 1887, Vila Independência foi elevada à categoria de
cidade e de Comarca, sendo essa condição respeitada na República pelas Leis nº
8 (15/12/1892) e nº 256 (18/9/1906).
O Fórum
Municipal, em tempos mais remotos perambulou por várias ruas da cidade, até
porque a Justiça não tinha ainda autonomia financeira para dar aos seus
serventuários uma melhor condição de trabalho. Daí, esteve em determinado
momento no prédio da atual Biblioteca Pública, à Praça Nossa Senhora da Luz, em
outro instante foi transferido para o prédio onde atualmente está o Colégio
Santo Antonio, à Rua Antonio da Cunha Uchôa. Futuramente, foi construído um
prédio que se prestaria a abrigar o Fórum, bem como, a COTEGUARA – Companhia
Telefônica de Guarabira, à Rua Sólon de Lucena. Com o passar dos anos, os
administradores municipais deram à companhia telefônica, novas instalações,
permitindo espaço único à Justiça.
Atualmente
o edifício do Fórum Dr. Augusto de Almeida constitui uma das belíssimas
construções modernas na cidade de Guarabira, proporcionando também conforto a
todos os que necessitam dos serviços ali oferecidos à população. Depois de
reforma geral de antiga casa residencial de senhor de engenho à Praça Nossa
Senhora da Luz, a Promotoria Pública atende à população em sede própria e onde
também funciona uma Escola Superior do Ministério Público. A Junta
de Conciliação, presta atendimento ao público em prédio que lhe foi doado pela
prefeitura municipal, à Rua Osório de Aquino, antiga Rua da Baixinha, no centro
da cidade, depois de reformas feitas para melhor acomodação dos seus
servidores.
MODERNIZAÇÃO
DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA LUZ
A Igreja
matriz de Nossa Senhora da Luz, promovida a essa condição pela Lei Provincial
nº 17, de 27 de abril de 1837, quando o povoado foi transformado em Vila
Independência, passou por diversas remodelações desde o momento em que era
capela até se transformar em igreja matriz da Virgem da Luz, graças às doações
em gado, dinheiro e outros, vindas de governantes e pessoas do povo. Uma outra
modalidade muito utilizada para angariar valores, eram as comissões formadas
por senhoras e senhoritas da sociedade local, pertencentes geralmente e em sua
grande maioria à classe média. Visitavam em dias previamente marcados o
comércio local e também percorriam fazendas e engenhos para conseguir doações a
serem investidas nas obras de modernização do templo católico.
Entre o
final de janeiro e 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora da Luz, a cidade se
preparava para a festa da padroeira que se iniciou em 1901, conforme Cleodon
Coelho na sua obra “Guarabira Através dos Tempos”. No interior do pavilhão,
inicialmente armado à frente da igreja matriz, se apresentavam cantores e
orquestras importantes do estado e de outros rincões nordestinos, abrilhantando
as nove noites festivas enquanto nas suas proximidades funcionavam os parques
de diversões que acolhiam as crianças guarabirenses. O dinheiro arrecadado nos
leilões, vendas de ingressos individuais, mesas e bebidas no pavilhão, era
entregue depois da última noite de festa ao pároco do município para que dele
fizesse o uso que lhe conviesse.
As
reformas na igreja começaram em 1906, com o padre Francisco Sampaio e novamente
em 1911 pelo Padre Inácio de Almeida. Nesses dois períodos foram construídos
alguns altares e remodelados outros. Em 1931, o Cônego Emiliano de Cristo, fez
outras modificações, dando nova fachada e torre em que instalou um relógio
adquirido por compra, tendo contado nessa oportunidade com importantíssima ajuda
dos prefeitos Ferreira de Melo, Sabiniano Maia e Sebastião Duarte, nos momentos
em que estiveram à frente da gestão administrativa do nosso município. Na década
de 1980, a igreja matriz foi reformada novamente quando foram retirados alguns
altares dos corredores laterais internos e se fez a modificação de outros. O
antigo altar principal onde era exposto o Santíssimo foi totalmente demolido e
erigido um outro em seu lugar. Substituiu-se o forro de madeira do teto, onde
se via uma tela que retratava a Virgem da Luz, pintada pelo artista plástico
guarabirense Antônio Sobreira e se extinguiu a mesa onde se ajoelhavam os fiéis
para receberem a Comunhão. Houve contestação de populares e políticos, causando
reação do clero que não se sentiu bem em ser criticado.
Por
muitos anos, os nossos católicos ansiavam por ver a igreja promovida à condição
de Catedral. O pároco Geraldo da Silva Pinto iniciou uma série de
transformações no prédio onde residia, atrás da igreja matriz, na Praça
monsenhor Walfredo Leal, preparando-o para acolher um futuro bispo. Em 11 de
outubro de 1980, foi criada em Roma pelo Papa João Paulo II, através da Bula
“Cum Exoptaret” e devidamente instalada em 27 de dezembro de 1981, a Diocese de
Guarabira. Foi nomeado primeiro bispo, Dom Marcelo Pinto Carvalheira, empossado
por Dom Hélder Câmara, da diocese de Olinda e pelo Arcebispo paraibano Dom José
Maria Pires. À solenidade compareceram 14 Bispos, 35 Sacerdotes, autoridades
diversas e cerca de 20.000 pessoas. Em 13 de janeiro 1996, Dom Marcelo foi nomeado
Arcebispo da Paraíba, substituindo Dom José Maria Pires, tendo a
responsabilidade da nossa Diocese ficado a cargo do Monsenhor José Nicodemos
Rodrigues de Sousa, na qualidade de Administrador Diocesano. Em 4 de
fevereiro de 1998, era nomeado Dom Antonio Muniz Fernandes, até então Superior
Provincial dos Carmelitas de Recife, para substituir Dom Marcelo Carvalheira,
tendo sido empossado na nossa Diocese em 7 de junho de 1998..
Em 1995,
outro passo importante foi dado pela igreja católica, quando monsenhor José
Nicodemos criou ao lado do antigo Colégio Nossa Senhora da Luz (atual Centro
Educacional Nossa Senhora da Luz), administrado pelas Irmãs dos Pobres de Santa
Catarina de Sena, conforme vontade do cônego Emiliano de Cristo, o Seminário
São José, onde estudantes de toda a região se iniciam nos estudos que lhes
permitirão chegar ao diaconato e sacerdócio. Os
evangélicos começam a surgir em Guarabira por volta de 1937 quando foi
construída a Igreja Congregacional e em 15 de fevereiro de 1948, a Igreja Evangélica
Assembléia de Deus que continuam até hoje prestando importante serviço
religioso aos que não quiseram continuar caminhando com os católicos.
DESENVOLVIMENTO
URBANO
A Agência
Postal chegou à Vila Independência em 1838, facilitando as comunicações entre
os que aqui estavam e parentes e amigos que residiam em outras plagas do país.
O serviço deixava muito a desejar, devido à falta de transportes mais rápidos.
Por volta de 1918, é que se instalou o telégrafo, dando-se a implantação do
serviço de telegramas transmitidos através do código Morse. Em 4 de
junho de 1884, a cidade era sacudida por enorme entusiasmo popular, diante da
inauguração da Estação Ferroviária Conde D’Eu que recebeu na sua plataforma a
máquina “Maroca” com vagões de passageiros repletos de autoridades civis e
militares lideradas, pelo próprio presidente da Província, José Aires do
Nascimento. O trem da The Conde D’Eu Railway Company, aqui chegou graças aos
esforços do ministro do Império, Diogo Velho, e do deputado Anísio Salatiel. Com
a República, aquela companhia foi substituída pela Great Western Railway
(Estrada de Ferro Great Western), apoiada também por capitais ingleses.
A partir
de 1964, os governos ditatoriais mostraram total desinteresse pelo sistema
ferroviário de transportes, pelo que se deu a sua privatização e transformação
em RFFSA – Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima. Entre 1980-90, aconteceu
a sua desativação completa, restando como marcos de uma época de progresso
ferroviário, paredes de velhas estações e escombros de outras, na zona rural de Cachoeira dos Guedes e Itamatay, trilhos, pontes, dormentes e alguns postes de
ferro.
O centro
da cidade, onde atualmente está o calçadão da Avenida Dom Pedro II, até 1905,
era ocupado por uma lagoa de águas contaminadas por dejetos de porcos que ali
se banhavam freqüentemente e por lixo atirado pelas meretrizes que moravam às
suas margens, em casebres de palha. Enquanto isso dificultava o acesso de
pessoas vindas de outras regiões para solução de seus problemas. Havia ainda
ameaça de doenças como a maleita.
Daí, na
gestão do Cel. Manoel Simões (1905/1909), iniciou-se o trabalho de aterramento
do local, continuado na gestão do Prefeito Luiz Galdino Sales (1909/1912),
quando conseguiu um aumento de 10:000$000 (dez mil réis) no orçamento municipal
para esse fim. Construiu numa das suas margens, um aterro que facilitava o
acesso de pessoas vindas de Pilõezinhos, Pirpirituba, Cuitegí e outros lugares.
Na administração do Cel. José Álvares Trigueiro (1915/1918), através dos Presidentes
Sólon de Lucena e Camilo de Holanda, foram conseguidas ajudas significativas
para continuidade desse trabalho, utilizando-se material de extensa barreira
existente nas suas imediações. Depois das escavações nasceu a Rua da Barreira
que mais tarde seria batizada definitivamente como Quintino Bocaiúva.
O
aterramento dessa lagoa permitiu que para ali se transferissem estabelecimentos
comerciais e casas residenciais e, futuramente, seriam edificados um cata-vento
para abastecimento do mercado público, nas imediações da atual praça de táxi 01
e um posto de combustíveis, do senhor Neco Ataíde, nas proximidades da esquina
da Rua Presidente Getúlio Vargas. Além dessas construções em pleno centro da
Avenida Dom Pedro II, o senhor Batista da Costa instalou uma indústria de sabão
em pedra, próxima à atual agência do Banco do Nordeste. Na década de 1950,
essas construções passaram a ser removidas pelo poder público municipal, para
permitir o crescimento e desenvolvimento da nossa urbe.
Com a
ocupação do centro da cidade, por pessoas mais afortunadas, novas ruas foram
sendo abertas na periferia, onde passaram a residir os mais humildes, em
pequenas casas de palha, taipa e piso de barro. Essas artérias tinham nomes
interessantes como Mosquito, Tambor, Juá, Riacho do Cachorro, Mangueira, Lenço,
Manteiga, Estação, Rodagem, Barreira, Rio, Macaíba, Beco de Candeia, Barra,
Chamego, Baixinha, Lagoa, Sol, Estrela, Furna da Onça, Metade, Jaqueira etc.
Geralmente tinham formatos sinuosos porque acompanhavam o traçado dos caminhos
e estradas ou o percurso do próprio rio Guarabira (São Manoel, Cordeiro, parte
da Rua Prefeito Manuel Lordão, Juá e Joca Carteiro).
Ruas
muito antigas como José Bonifácio (Juá), Getúlio Vargas, Joca Carteiro, São
Manoel, Hermenegildo de Almeida (bairro São José), José Américo de Almeida
(bairro do Nordeste) e parte da Prefeito Manuel Lordão, conservam ainda as suas
sinuosidades. Ampliou-se
o seu espaço habitacional para abrigar os Coronéis (de patentes), fazendeiros e
donos de engenhos vindos da zona rural, uma vez que conquistaram uma forma de
fugir da rotina campesina e a possibilidade de residir melhor em amplos
casarões em torno da Igreja Matriz, alguns deles com sobrados, sótãos e porões.
Em outras ruas mais próximas, surgiram armazéns com sobrados que tinham a dupla
missão de moradia e estabelecimento comercial, facilitando a vida dos seus
proprietários. Começa a se dar na Vila o delineamento do espaço da burguesia
rural e comercial.
Conforme
Cleodon Coelho (1955; p.X), um desses sobrados era “pertencente ao comerciante
João Rodolfo, cuja frente de artísticos azulejos vindos de Portugal mostrava ao
povo em tons vivos a grandeza econômica de uma época fugidia”. E, pela sua
imponência provocava estupefação na matutada que, contemplando o seu fulgor, conhecia-o
como “uma casa de vidro”. Posteriormente, como outros sobrados, seria demolido
para dar espaço ao moderno. Em 1953,
o governador paraibano José Américo de Almeida, irmão do nosso amigo e
residente Augusto de Almeida que aqui se fizera farmacêutico e político,
assinou contrato para a construção da barragem de Tauá, em Cuitegí, apesar de
muitas vozes políticas terem opinado pela sua construção em Pilõezinhos. Assim,
nasceu o abastecimento d’água de Guarabira, extinguindo a profissão de
botadores d’água até então existentes na cidade, transportando em lombos de
burros o precioso líquido vindo preferencialmente dos mananciais da região das
Lages e do Tapado.
Passeando
atualmente por ruas da nossa cidade, ainda encontramos casarões, prédios e
sobrados, vestígios de épocas remotas, que resistiram ao tempo e à vontade
demolidora do homem na sua eterna sede de modernização. Desse período falam bem
a Praça Nossa Senhora da Luz, a antiga Rua da Barra (atual Presidente Getúlio
Vargas), a Praça João Pessoa, a Rua Prefeito Manuel Lordão (Boi Choco), a
antiga Rua do Sol (atual Dr. Sales), o calçadão (proximidades do Edifício
Beleza), a Praça Antônio Guedes, a Rua Epitácio Pessoa e a Praça da Bandeira
(atual Praça da Juventude).
A partir
de 1983, a Dom Pedro II passou por novas transformações, havendo recebido um
calçadão, cujas ruas laterais foram totalmente asfaltadas em toda a sua
extensão. Esse benefício alcançou também, as ruas Dr. Sales, Osório de Aquino,
Epitácio Pessoa, São Manoel, Costa Beiriz, Dez. Pedro Bandeira, parte da Rua 15
de novembro (até a agência do Banco do Brasil), Cônego João Gomes Maranhão,
Presidente Getúlio Vargas e Deputado Osmar de Aquino; avenidas Padre Inácio de
Almeida e Rui Barbosa; praças Ferreira de Melo, João Pessoa e Antonio Guedes, grande
parte do bairro do Cordeiro e José Américo de Almeida, no bairro do Nordeste,
até a rodovia Guarabira/Araçagí. Em 1916,
o Cel. Antônio (Tota) Florentino da Costa Miranda, vindo do município de
Caiçara, aqui se estabeleceu na rua do Juá, negociando com algodão em rama,
beneficiado por suas máquinas descaroçadoras. O local era propício a essa
atividade uma vez que os seus prédios, no início da rua, logo após a cadeia
pública, estavam às margens da então rodovia que ligava Guarabira a Belém e
estado do Rio Grande do Norte. Depois de celebrar convênio com a Prefeitura
Municipal, através do Prefeito José Álvares Trigueiro, por meio da sua Empresa
de Luz Elétrica, produzida a motor, eletrificou algumas ruas centrais de
Guarabira.
Entre
1983/1989, gestão do Prefeito Zenóbio Toscano de Oliveira, deu-se início a
transformações radicais na Praça da Bandeira, onde funcionava o baixo
meretrício sob o nome de Estrela. As muitas “pensões” que ali funcionavam,
foram aos poucos sendo demolidas pela administração municipal. No final dessa
gestão já não existiam prostíbulos e, futuramente, na gestão da Prefeita Maria
Hailéa (Léa) Araújo Toscano (1997/2000), sua esposa, foi edificada a moderna
Praça da Juventude, além da Praça do Encontro, no bairro do Nordeste, sobre antigo
açude e lixão ali existente, até então. Na
administração municipal do Prefeito Jáder Soares Pimentel (1993/1997), deu-se a
construção do CAIC, moderno prédio para a educação, no bairro do Nordeste.
Na
Segunda gestão da Prefeita Léa Toscano (2000/2004), foi edificada a Praça do
Novo Milênio, no bairro Novo, até as imediações do Víctor’s Center Hotel, onde
na passagem do século, a GUARAVES comemorou inaugurando um belíssimo Monumento.
Ainda nessa gestão, a Prefeita construiu o Canal do Juá, canalizando o riacho
que causava transtornos aos moradores daquela área quando dos momentos chuvosos
e o ladeou com uma nova via de acesso ligando aquele bairro ao do Nordeste.
EDUCAÇÃO
E CULTURA
Em 1932,
foi construída uma praça defronte da Agência dos Correios e Telégrafos, centro
da cidade, onde foi erigido um coreto que recebia nos dias de festas e
domingos, bandinhas que tocavam as retretas, animando o povo e os namorados. As
festas de final de ano, após as missas celebradas na Igreja matriz, eram
comemoradas pelo povo da cidade e zona rural, nessa mesma localidade.
Atualmente é denominada Praça João Pessoa, totalmente reformada para receber o
público em geral, principalmente a juventude que ali encontra demonstrações
culturais e folclóricas promovidas pela atual administração municipal. Em 1933
chegou a Guarabira para dirigir o Grupo Escolar Anthenor Navarro, à Rua
Prefeito Manuel Lordão, o professor José Soares de Carvalho, pai da senhora
Alda Pimentel, esposa do médico e ex-prefeito de Guarabira Dr. João Soares
Pimentel Filho, a quem coube a responsabilidade de realizar a sua inauguração
festiva.
Em 11 de
abril de 1940, o Prefeito Sabiniano Maia criou a primeira Biblioteca Pública
Municipal, instalada em 6 de junho daquele mesmo ano. Em 6 de julho de 1948,
atendendo a propositura do Vereador Manuel de Freitas, sancionou a Lei nº 08,
dando à Biblioteca o nome de José Rodrigues de Carvalho. Depois de muitas
reformas sofridas por outros administradores, essa Biblioteca continua servindo
ao município, tendo se conservado o nome inicial.
COLÉGIO
NOSSA SENHORA DA LUZ. Monsenhor Emiliano de Cristo, juntando-se à Arquidiocese
da Paraíba, comprou um antigo prédio e terreno na atual Rua Dr. Sales, antiga
Rua do Sol, onde deu início à construção de um educandário que se prestaria a
educar a criançada da nossa cidade. Para dirigi-lo, entregou-o às Irmãs dos
Pobres de Santa Catarina de Sena. Em 1935, aqui se fizeram presentes a Madre
Ester Veritá e a Irmã Petri, para inspecionarem as instalações construídas pelo
pároco guarabirense e instalarem definitivamente o colégio que passou a
funcionar em 27 de fevereiro de 1937, com o Curso Comercial, até 1º de julho
daquele mesmo ano, quando foi criada a Escola Primária Santa Catarina de Sena.
Em
fevereiro de 1938, o pároco e a direção daquela unidade escolar, substituíram o
Curso Comercial pelo Curso Normal, em atenção aos fortes apelos por parte da
grande maioria da população.
Ao
Monsenhor Emiliano se juntaram o monsenhor Odilon Coutinho e o prefeito
Sabiniano Maia, influenciando o então governador da Paraíba Argemiro de
Figueiredo, que através do Decreto Estadual nº 1.413, de 29 de maio de 1939,
autorizou definitivamente o funcionamento da Escola Normal Nossa Senhora da
Luz. Em 27 de novembro de 1941, a primeira turma concluía os estudos, no prédio
construído e concluído por Sabiniano Maia (1939/1940). O Curso infantil passou
a ser efetivado a partir de 1º de abril de 1951. Futuramente,
o educandário encerraria as suas atividades, tendo as freiras se retirado para
outros estados e, as instalações que estavam sob a responsabilidade da Diocese
de Guarabira, foram vendidas a particulares que deram continuidade ao ensino.
Atualmente recebe a denominação de Centro Educacional Nossa Senhora da Luz.
COLÉGIO
SANTO ANTONIO. Em 1951, a comunidade guarabirense também se interessou pela
idéia de criação de um Colégio Comercial que instruísse estudantes de ambos os
sexos, bem como, às empresas aqui estabelecidas, oferecendo-lhes mão-de-obra
melhor qualificada. Daí, a Portaria 184/51 deu à cidade o direito de implantar
o Curso Comercial, em caráter provisório, até que a documentação fosse
devidamente apreciada pelo Inspetor de Ensino Comercial, Dr. Lafaiette Belfort
Garcia.
Em 25 de
fevereiro de 1953, foi anunciado o primeiro Exame de Admissão ao Curso Básico,
nos termos dos Artigos 20, 21 e 22, do Decreto nº 6.141, de 28/12/1943, tendo
se candidatado 66 pessoas para preenchimento das vagas existentes. Em 20 de
março desse mesmo ano, o dr. Lafaiette Belfort, Inspetor de Ensino a quem coube
apreciar a documentação, ofereceu parecer favorável à criação da Escola
Comercial em Guarabira. Daí, foi criado o Regimento Interno que disciplinaria
as atividades burocráticas e administrativas do educandário e, mais tarde, em
reunião solene, escolheu-se por aclamação o nome do monsenhor Emiliano de
Cristo para ser o seu primeiro diretor.
Para o
seu funcionamento, não havendo prédio próprio, foram utilizadas salas do Grupo
Antenor Navarro, à Rua Prefeito Manuel Lordão. Viveu momentos de dificuldades,
porém, geralmente sanadas pelo poder público na pessoa do prefeito Augusto de
Almeida e pelo Secretário de Estado da Educação da Paraíba de então, dr. Ivan
Bichara Sobreira. Por vezes, os professores não recebiam seus salários, devido
à inadimplência existente. Mas, todos continuavam dando suas aulas, com
verdadeiro amor à causa do ensino.
Tempos
depois, o curso Básico era insuficiente para continuar educando a juventude
guarabirense, surgindo então o segundo grau, graças à Lei nº 64/75 e, pela
Resolução nº 333/82, do Conselho Estadual de Educação, foi-lhe dado também, o
devido reconhecimento.
Durante
sua existência esse educandário foi conhecido como Colégio Comercial, Escola
Técnica de Comércio Santo Antônio, Colégio Comercial Santo Antônio e Colégio
Santo Antônio, sempre voltado para oferecer um ensino de qualidade e capaz de
preparar a juventude para o trabalho nas mais diversas atividades empresariais
da região e de Guarabira.
GINÁSIO E
COLÉGIO ESTADUAL DE GUARABIRA. Em 1962, no governo Pedro Moreno Gondim, o
deputado estadual Sílvio Pélico Porto, que tinha domicílio eleitoral nesta
cidade, influenciado pelo professor Edgardo Júlio Pereira da Silva, conquistou
a criação do nosso Ginásio Estadual, iniciando-se o ano letivo série a série,
pelo 1º ano, funcionando inicialmente em sala de aula do Colégio Comercial
Santo Antonio e no turno vespertino, na Rua Antonio da Cunha Uchôa. Em 1966,
deu-se a colação de grau da primeira turma desse Ginásio Estadual. No ano
seguinte, 1967, os concluintes da primeira turma do Ginásio passaram a
freqüentar o 1º ano Científico, já em prédio próprio, no Bairro Novo, onde
atualmente funciona a Escola Estadual do Ensino Fundamental “Professor Antônio
Benvindo”, funcionando nos três turnos. Esse prédio veio a ruir tempos depois.
Alunos, professores e corpo administrativo foram deslocados para outros
educandários da cidade, para que não fossem interrompidas as atividades
letivas. Alguns
anos depois, foi inaugurado o novo prédio do Colégio Estadual Professor José
Soares de Carvalho, nas proximidades do Terminal Rodoviário Antonio Gentil de
Amorim, entre os bairros, Bela Vista e Primavera.
FAFIG E
UEPB. Em 8 de junho de 1967, na gestão do prefeito Pimentel Filho, nasceu a Lei
Municipal nº 132, publicada no Diário Oficial do Estado em 09/09/67, criando a
FAFIG – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Guarabira, muito embora,
até o final da sua gestão, não haja funcionado, apesar de ter sido exposta uma
placa em estilo out door, no casarão onde seria edificada a sua sede e onde
atualmente se encontra a Câmara Municipal.
Em 20 de
outubro de 1969, o prefeito Gustavo Amorim da Costa, criou a Fundação
Educacional de Guarabira, a quem cabia exercer a administração da Faculdade que
teve como seu primeiro diretor, padre José Paulino, irmão de Maria Paulino,
esposa do prefeito municipal. Em 24 daquele mesmo mês, foram elaborados os
Estatutos da Fundação e publicados no Diário Oficial do Estado e registrados no
Cartório do 2º Ofício de Títulos de Documentos da Comarca de Guarabira.
Em
20/01/70, o Conselho Estadual de Educação da Paraíba, através da Resolução nº
02/70, autorizou o funcionamento da nossa Faculdade e o padre José Paulino,
conseguiu fazer com que se realizasse no primeiro semestre daquele ano, o concurso
vestibular. Os alunos aprovados entravam no Ciclo Básico, composto de 06
disciplinas e após a sua conclusão, ingressavam no Ciclo Profissional, composto
de 12 disciplinas.
Não
havendo espaço físico para acomodar os estudantes aprovados, o corpo docente e
parte administrativa da Faculdade, o padre Paulino, juntamente com Gustavo
Amorim, buscou no Colégio Nossa Senhora da Luz, através da igreja católica, a
alternativa capaz de solucionar o problema, com funcionamento noturno.
Pelo
Decreto Federal nº 63.509, de 15 de abril de 1971, publicado no Diário Oficial
da União de 16 de abril daquele mesmo ano, a Faculdade começou as suas
atividades acadêmicas, apesar de já se achar funcionando conforme autorização
do Conselho Estadual de Educação, através da Resolução nº 02/70.
Na gestão
do prefeito Roberto Paulino (1977/1983), deu-se início e conclusão à construção
do prédio da Faculdade, com recursos próprios da edilidade, no bairro de Areia
Branca, km 1 da Rodovia PB 075. Em 1982, deu-se a sua transferência definitiva
do Colégio Nossa Senhora da Luz, onde funcionara até aquele momento.
No
governo de Tarcísio de Miranda Burity (1986/1990), o deputado estadual Roberto
Paulino, deu origem ao Projeto de Lei nº 81/87, de 23 de setembro, tratando da
estadualização da nossa Faculdade. Aprovado pela Comissão de Justiça da
Assembléia Legislativa do Estado, em 22 de outubro, foi sancionado pelo
Governador, em 26 de novembro daquele mesmo ano, (data da emancipação política
de Guarabira), transformando-se na Lei Estadual 4.977/87. Nesse momento
histórico, assumiu-se definitivamente como Universidade Estadual, Campus III.
Atualmente, essa Universidade oferece os Cursos de História, Geografia, Letras
e Direito, além de Especialização nessas áreas.
A
história educacional de Guarabira foi muito feliz uma vez que ao longo do
tempo, de acordo com a necessidade do município, surgiram educandários
estaduais como o Antenor Navarro (o mais antigo da cidade), Prof. Antonio
Benvindo, John Kennedy, Vereador João Francelino, Dez. Pedro Bandeira, Prof.
Edgardo Júlio, Pref. Gustavo Amorim e Monsenhor Emiliano de Cristo. Enquanto
isso, o ensino privado se estabeleceu também, através do QI (Questão de
Inteligência), Chapeuzinho Vermelho, Cecília Meireles, Nossa Senhora de
Lourdes, João XXIII, CCAA, Seminário São José, Positivo, Parthenoon (Curso de
Enfermagem) e Cursinhos Pré-Vestibulares.
A cultura
é influenciada pelo Teatro Geraldo Alverga, Galeria de Artes Antônio Sobreira,
Centro de Documentação Cel. João Pimentel e Museu Fernando Cunha Lima, atualmente
de Arte Sacra, administrado pela igreja católica. Nesses locais, a literatura
de cordel, peças teatrais, cantores, poetas, expositores, músicos e artistas
plásticos encontram oportunidade de expressão e renovação dos seus
conhecimentos.
FRAGMENTOS
HISTÓRICOS
MOVIMENTO
DE 1822. Segundo Horácio de Almeida, entre 1817 e 1824, ocorreu na Paraíba uma
movimentação contrária à Constituição Portuguesa que havia sido jurada por Dom
João VI, sendo proclamada em 17 de abril de 1821, pelo governo da Paraíba. A Paraíba
expressou a sua insatisfação através de um partido anticonstitucionalista,
criado e liderado por João Alves Sanches, proprietário do engenho Pacatuba e
Cel. Matias da Gama Cabral de Vasconcelos. Esse movimento foi derrotado em
Itabaiana e, Sanches Massa e Matias da Gama, fugiram para Cuité de Guarabira,
atual Cuitegí. Ali, juntaram-se a outros insatisfeitos e rumaram em direção de
Alagoa Grande do Paó. Aumentando o número de revoltosos, os carambolas, como
eram denominados, marcharam sobre a Vila Real do Brejo de Areia, onde se
juntaram ao insurreto Antonio José da Silva, que liderava um grupo naquela
Vila. Esse
movimento foi derrotado em 28 de fevereiro de 1822, culminando com a prisão de
Antonio José, Sanches Massa e Matias da Gama.
QUEBRA-QUILOS
(1874) Quando a Coroa portuguesa determinou mudanças no sistema de pesos e
medidas, a população paraibana demonstrou certa insatisfação e, em Guarabira,
também não foi diferente. Por volta de 1874, pessoas inconformadas com essas
modificações invadiram a Câmara e destruíram totalmente os pesos e medidas que
ali estavam guardados para serem distribuídos com os feirantes, no momento
adequado. Não satisfeitas, atearam fogo aos papéis e documentos dos arquivos do
Legislativo e Executivo. Diante disso, o então agente executivo e legislativo
guarabirense, Firmino Alves Pequeno, solicitou a interferência policial para
coibir os abusos, sendo prontamente atendido pelo tenente Alfredo Ramos Chaves,
que assim, conseguiu interromper as arruaças.
Nesse mesmo
ano, comerciantes da nossa cidade se mostraram insatisfeitos com o
desenvolvimento comercial da própria cidade, uma vez que no povoado de Cuitegi,
a cerca de 9 quilômetros de distancia, politicamente pertencente ao nosso
município, ocorria semanalmente significativa feira livre, para onde acorriam
os prósperos fazendeiros e senhores de engenho daquela região e proximidades,
afastando-os da nossa convivência comercial. Cuitegi era povoado
geograficamente privilegiado, pelo que se tornou importante ponto de passagem e
descanso de tropeiros vindos de Goiana no estado de Pernambuco, com destino à
próspera cidade de Mamanguape, no litoral norte paraibano. Daí se desenvolveu
no lugarejo um comércio pequeno, mas bem organizado, formado de farmácias,
lojas de tecidos, armazéns de estivas, ferragens e compra e venda de algodão em
rama, curtume e mercearias.
As
autoridades administrativas guarabirenses ouvindo as queixas e insatisfações do
comércio local, tentaram sanar as dificuldades e procuraram conversar e convencer
os feirantes de Cuitegi a se instalarem também em Guarabira, com o que todos
sairiam ganhando. Receosos de não terem aqui o mesmo sucesso que tinham ali, os
feirantes recusaram-se a atender o convite e permaneceram trabalhando naquela
localidade.
Silenciosos
os nossos políticos resolveram agir de outra forma: num certo dia chegaram a
Cuitegi, onze soldados e um tenente do exército, que extinguiram a feira e
obrigaram os feirantes a seguirem em fila indiana à cidade de Guarabira,
conduzindo sobre animais e nos próprios ombros, toda a mercadoria que estavam
comercializando naquela localidade. Aqui, foram localizados na rua pública para
negociar os seus produtos. Não tiveram do que se arrepender, uma vez que o
sucesso alcançado chegou a fazer com que a feira durasse três dias.
ANTONIO
SILVINO. Por volta de 1911, o cangaceiro Antônio Silvio, que se escondia numa
espécie de caverna nas proximidades da cidade de Gurinhém, esconderijo capaz de
deixá-lo “imperceptível aos olhos” do policiamento militar da época, apareceu
de repente com o seu bando, em Cachoeira dos Guedes, atual distrito
guarabirense. Tendo recebido de pessoas do lugar certa importância em dinheiro,
não incomodou as famílias e nem provocou invasões das propriedades rurais.
Na cidade
de Guarabira, o cangaceiro além de perambular pelas ruas, dirigiu-se até os
Correios e Telégrafos, de onde emitiu telegrama desaforado ao Governador do
Estado. A atitude representava um tipo de zombaria diante da impotência das
autoridades constituídas do momento, em efetuar a sua prisão.
Em visita
realizada ao povoado de Cuitegí, Silvino e seu bando adentraram repentinamente
uma mercearia ali existente, na esquina próxima ao atual posto de combustíveis.
E se dirigindo às prateleiras por trás do balcão, retirou várias mercadorias
que atirou a parcela do povo que se achava nas proximidades, embora receosos de
alguma atitude de violência. Ao recolher o dinheiro do apurado da mercearia,
separou parte de maior valor e guardou consigo enquanto atirou ao povo o
dinheiro miúdo. Essa atitude transmitiu aos incautos a idéia errônea de que o
cangaceiro era um bandoleiro que roubava dos ricos para doar aos pobres.
Por volta
de 1932, Guarabira, Areia, Alagoa Grande e Bananeiras, até então se
sobressaindo melhor do que muitas outras cidades paraibanas, diante da grande
seca que assolava o estado e outros do Nordeste, foram invadidos por cerca de
quatro mil flagelados sertanejos que buscavam às portas residências e
comerciais dessas cidades, doações capazes de minorar-lhes o sofrimento advindo
da sede e fome.
GUARABIRA
ATUAL
A cidade
é dividida em bairros como Rosário, São José, Esplanada, Primavera, Bela Vista,
São Manoel, Cordeiro, Santa Terezinha, Novo, Nordeste I e II, Juá, Nações,
Areia Branca e Alto da Bela Vista, conhecido também como bairro dos Sem Terra.
Compreende ainda, conjuntos habitacionais como Mutirão, Deputado Antonio Mariz,
Osmar de Aquino, Assis Chateaubriand, Clóvis Bezerra, Nossa Senhora Aparecida,
Frei Damião e o da CEHAP, vizinho ao Clóvis Bezerra. Na zona
rural temos os povoados de Pirpirí, Maciel, Contendas, Passagem, Tananduba,
Escrivão, Catolé, Carrasco, São José do Miranda, Itamataí, Vila Padre Cícero,
Passassunga, Catolé, Encruzilhada, Corujas e Cachoeira dos Guedes, como os mais
importantes. Todos são servidos por linhas telefônicas da TELEMAR e postos de
correios, escolas públicas municipais, postos de saúde e pequenas praças (em
quase todos).
A
economia rural é compreendida por fazendas que se dedicam à criação de gado
bovino e caprino (corte e leite); quatro engenhos produtores de aguardente de
cana: João Abílio (cachaça de cabeça), Santo Antonio, Palmeira e Serra da
Jurema (tipos nacional e exportação); cerâmicas industriais principalmente na
região de Cachoeira dos Guedes (tijolos, telhas e utensílios artesanais);
granjas avícolas; agricultura como cana-de-açúcar, castanha, urucum, caju,
batata-doce, macaxeira, laranja, fava, feijão, mandioca, maracujá e milho.
Essas atividades campesinas são assistidas não somente pelas agencias do Banco
do Brasil e Nordeste, como também pela Cooperativa Agrícola Mista.
As feiras
livres no centro comercial da cidade, acontecem às quartas-feiras e sábados,
nos dois mercados públicos e se expandem por várias ruas e avenidas mais
próximas (Leonel Ferraz, José de Sá e Benevides, José Álvares Trigueiro, Joca
Amorim, Napoleão Laureano, José da Cunha Rego, etc.). Nos demais dias da semana
se pode comprar de tudo nas proximidades desses mercados e aos domingos, ocorre
a feira do Acari, no bairro do Nordeste, nas ruas públicas e no próprio mercado
municipal ali existente. Comercialmente,
a cidade é a mais importante de toda a região, para ela convergindo
diariamente, pessoas dos mais diferentes e longínquos municípios do estado e do
Rio Grande do Norte. Os nossos estabelecimentos comerciais e industriais,
apoiados financeiramente pelas agências bancárias do Brasil, Nordeste, Caixa
Econômica, BRADESCO e Real, se distribuem pela cidade inteira oferecendo à
comercialização os mais variados tipos de mercadorias e produtos. E, devido ao
grande número de empresas, ruas e avenidas antes inteiramente residenciais,
perderam essa característica: 15 de Novembro, Costa Beiriz, Osório de Aquino,
Epitácio Pessoa, prefeito Manoel Simões, Amália Coelho, Sabiniano Maia, cônego
João Gomes Maranhão, Quintino Bocaiúva, prefeito Manoel Lordão, Floriano
Peixoto, partes da Rua Augusto de Almeida, José Álvares Trigueiro e Napoleão
Laureano, etc.
Os mais
diversos tipos de empresas comerciais prestam serviços aos guarabirenses e a
toda a região que diariamente converge para este centro com a finalidade de
realizar as suas compras: miudezas, perfumarias, sapatarias, casas
especializadas em artigos de couro (sapatos, alpargatas, sandálias, botas,
botinas, arreios, bolas, etc.), relojoarias, joalherias, butiques, artesanatos,
materiais elétricos, ferragens, ferramentas para todas as profissões, materiais
de construção, oficinas mecânicas e funilarias/pinturas, revendedoras de
automóveis, postos de combustíveis (gasolina, diesel, álcool e gás),
bicicletas, tratores e equipamentos respectivos, seguradoras diversas
(automóveis, residências, contra incêndios, roubos, etc.), praças de táxis e
moto-táxis, conveniências, motos, farmácias, drogarias, artigos veterinários e
rurais, casas de tecidos, sacolões de frutas/verduras e legumes, especializadas
em cama, mesa e banho, confecções, mortuárias, sorveterias, bares, padarias,
distribuidoras de gás liquefeito, utilidades plásticas, computadores, óticas,
lanchonetes, artigos religiosos, mercearias, supermercados, bancas de revistas
e jornais, livrarias, papelarias, tipografias, açougues, cabeleireiros,
barbeiros, salões de beleza, academias de musculação e estética, armazéns de
secos e molhados, compra e venda de produtos rurais (algodão, gengibre,
castanha de caju, agave, pimenta do reino, urucum, milho, mel e cera de abelhas
italiana, uruçu, etc.), de plantas medicinais, frigoríficos de peixes, aves
(galinhas, patos, guinés e avestruzes), bombonières, lanchonetes, restaurantes,
eletrodomésticos e móveis, serrarias, madeiras de diversos tipos,
distribuidoras de trigo, distribuidoras de bebidas e refrigerantes, casas
lotéricas, pneus novos e recauchutados, peças de automóveis, sucatas de
automóveis e motos, lavadoras de automóveis e motos.
Informalmente
o comércio também é muito desenvolvido compreendendo relógios, brinquedos, Cds
e Dvds, rádios, balas e chocolates, picolés e sorvetes, saladas de frutas, etc.
Muitos são os pais de família que tiram daí o seu sustento bem como o da
própria família. Tentar organizar as ruas da cidade, retirando-os dos locais em
que estão trabalhando por muitos anos, é causar um grande problema social.
Estão espalhados pela cidade inteira principalmente no próprio calçadão da
Pedro II e avenidas que o acompanham, ruas transversais como 15 de Novembro, Pref.
João Pimentel Filho, Praças Ferreira de Melo, João Pessoa e Alimentação, Padre
Inácio de Almeida e 7 de Setembro, Costa Beiriz, Napoleão Laureano, Augusto de
Almeida, José Álvares Trigueiro, José de Sá e Benevides, Joca Amorim, José
Epaminondas, etc. Industrialmente
produzimos alimentos humanos, rações animais (aves, cães e peixes), sandálias,
sapatos, chuteiras, arreios e selas, bolos, calças jeans e sociais, blusões de
frio, lençóis, colchas, toalhas, roupões de banho, telhas comuns e de cerâmica,
tijolos artesanais e industriais, postes, cobongós, móveis, doces, bebidas
alcoólicas, vinagre, placas de automóveis e motos, etc.
O
município é sede regional de órgãos públicos importantes como: CAGEPA, SAELPA,
SEBRAE, INSS, EMATER, FUSEP, SESC, CIRETRAN, CREC, IBGE, IPEP, UNIMED, IV
Batalhão da Polícia Militar, Quartel de Corpo de Bombeiros, Superintendência de
Polícia Civil, Junta de Conciliação e Julgamento, Superintendência de Finanças
do Estado, Unidade de Medicina Legal, Seccional da OAB, Rotary Club, Lojas
Maçônicas Tiradentes, Acácia do Brejo e Ascendino Toscano de Brito. Os
serviços de hotelaria são oferecidos ao público pelo Victor’s Center Hotel,
GUARATUR Hotel, Hotel Lucena e Hotel Novo Rio, além de outros mais simples e
modestos espalhados pela cidade.
Nos
campos médico, odontológico, veterinário e laboratorial, a cidade também é
muito bem servida através do Pronto Socorro de Fraturas, Casa de Saúde e
Maternidade Senhora da Luz, Hospital Regional Antônio Paulino Filho, Clínica
Santa Clara e Clínica Materna. O
calçadão da Avenida Dom Pedro II, no centro, é considerado uma vitrine em
potencial, recebe mensalmente cerca de 200 mil pessoas, sobretudo, por conta do
fluxo diário de estudantes vindos de cerca de 40 municípios paraibanos e do
Estado do Rio Grande do Norte, em busca do seu aprimoramento cultural.
A Igreja
Católica e Prefeitura edificaram o Memorial Frei Damião, na Serra Mata Limpa,
próxima à Serra da Jurema, sendo a estátua do frade capuchinho a 2ª maior do
Brasil, e pela sua imponência e prestígio do frade que por estas terras
perambulou dezenas de anos, atrai muitos romeiros e turistas. Esperam as
autoridades religiosas e políticas do município, que esse monumento possa
trazer maior desenvolvimento econômico para a cidade de Guarabira, através do
turismo religioso. O
município é servido por linhas interestaduais e intermunicipais cumpridas por
empresas de ônibus que circulam diariamente nas rodovias asfaltadas: São José,
Boa Viagem, Viação Itapemirim, Transnorte, Viação Planalto, Viação Nordeste e
Paraibano. Ligam-nos a qualquer parte do Nordeste e do país, através dos
terminais rodoviários “Antônio Gentil de Amorim”, em homenagem ao diretor
presidente da Empresa Expresso Guarabirense e “Gustavo Amorim da Costa”,
homenageando o ex-proprietário da Empresa Expresso Paraibano. Essas empresas
por longos anos foram o orgulho do município, empregando centenas de pais de
famílias como motoristas, cobradores, mecânicos, borracheiros, lavadores, etc.,
até que não mais puderam continuar a sua tarefa e faliram completamente, para
tristeza de tantos que delas tiraram o seu sustento.
Na atual
administração da prefeita Fátima Paulino, há um esforço enorme em se resgatar a
cultura guarabirense, havendo se iniciado pela reestruturação da Banda de
Música Municipal Raimundo Soares, que havia sido completamente extinta em
gestões anteriores. Investe a prefeitura o máximo possível na Festa da Luz (de
27 de janeiro a 2 de fevereiro), com apresentação de bandas de renome nacional
e internacional no palco Luz; valorização dos cantores do próprio município que
se apresentam nos palcos Pilõezinhos e Cuitegi; festas juninas com apresentação
e disputa de quadrilhas juninas do estado com finalização na cidade de Campina
Grande; concurso se sanfoneiros no mesmo período; revitalização da exposição de
animais no evento denominado EXPOGUARA, no Parque de Exposição Augusto de
Almeida, próximo ao Cemitério Bom Jesus, às margens da rodovia estadual
Guarabira/Pirpirituba.
A
imprensa falada se dá através das Rádios Rural (AM), Cultura (AM) Constelação
(FM) e Guarabira FM. Também existem as chamadas rádios alternativas que
funcionam com caixas de sons na posteação das ruas e avenidas da cidade:
Estação Esplanada, cobrindo o bairro Esplanada e Rua Pref. Manuel Lordão;
Cidade, com atuação no centro comercial, principalmente; Nordeste Alternativa,
operando para grande parte do bairro do Nordeste; Independente, cobrindo o
bairro São José; Nação Cordeirense, desenvolvendo atividades nos bairros do
Cordeiro, Bela Vista, Primavera e São Manoel e rádio Esperança, com sede no
Fórum Municipal, criada pelo juiz de direito Bruno César Azevedo.
Fonte: Prof. Martinho Alves de Andrade
INFORNATUS
Parabéns ao professor Martinho pelo excelente trabalho de pesquisa. Atentar que o texto precisa de atualização.
ResponderExcluirOk! Apesar da grande quantidade de informações, já existe a necessidade de atualização de algumas informações, sugerimos que procurem acessar o blog do professor Martinho de Guarabira, onde as atualizações já foram publicadas.
ExcluirExcelente trabalho. Parabéns! (Claro que como todo trabalho historiográfico, sempre necessita algumas atualizações) Porém excelente trabalho de pesquisa...até Antônio Silvino, rs
ResponderExcluirObrigado pelo seu elogio Antonio Silvino ! Estamos a sua disposição, o seu elogio é a maior fonte de energia para a continuação desse trabalho, divulgue-nos para que mais pessoas possam ter acesso ao nosso trabalho, abraços e boa Pesquisa!
Excluirmt bacana,parabéns,eu nasci aí cresci até aos dezesete anos e nunca esqueço minhaterra querida,ainda tenho parentes aí e sonho ainda ve,los,Deus abençoe guarabira e vcs que fazem esse blog,abraços.
ResponderExcluirObrigado Raminho! Ajude-nos a divulgar o nosso blog e bons estudos!!!
ExcluirGosto, preciso e quero ter uma biografia de Cleodon Coelho, meu tio, irmão de minha mãe, Edeltrudes. Por favor se ouderem me atender usem o endereço "edelviocoelholindoso@gmail.com".Desde jã, agradeço.
ResponderExcluirAté hoje nada recebi. Uma palavra de gentileza, talvez pedindo alguma explicação sobre meu pedido. Nada. O Cleodon Coelho escreveu o livro "Guarabira através do tempo". Seu nome completo deve ser Cleodon Ataide Coelho. Continuo interessado por sua história. Não posso entender todo um aparato assim e tão pouco interesse em servir.
ResponderExcluirObrigado e desculpe-me a importunação.
Boa noite Edélvio! Peço-lhe desculpas por não tê-lo atendido antes, estava esperando uma oportunidade para lhe dar uma resposta positiva, infelizmente não posso lhe dar mais informações tão precisa quanto você precisa, mas tenho uma ótima notícia pra você que pode lhe ajudar, o Professor Martinho Alves é Historiador e foi quem escreveu esse trabalho historiográfico e nos permitiu a publicação, ele com toda certeza poderá lhe dar as respostas que você procura, entrarei em contato com o Professor nos próximos dias e enviarei para o seu email uma linha de contato com o professor, para que você possa encontrar as respostas que procura, um grande abraço e desculpe novamente a nossa falta de contato!
ExcluirParabéns pelo trabalho! Excelente pesquisa. Nasci em Pernambuco, mas tenho uma ligação com a Paraíba, através dos meus antepassados por parte de Bisavô, José Thomas de Aquino e Antonia Francisca de Aquino (Sobrenome de solteira: Souza) viviam na região Barra Vermelha, Cuité e a bela cidade de Guarabira. Um abraço a todos!
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