quarta-feira, 27 de março de 2013

Governo Médici (1969-1974)



Após a morte de Costa e Silva em 1969, antes do término de seu mandato, os grupos militares acabaram conseguindo aprovar o nome do general gaúcho Emílio Garrastazu Médici à presidência. Representante dos setores militares mais conservadores, Médici governou o Brasil em um contexto de considerável estabilidade política, aspecto que se deu em grande parte graças à repressão policial-militar sistemática a toda forma de oposição.

Esta realidade, inclusive, foi um dos elementos que mais marcaram o mandato do general gaúcho, uma vez que tal período é considerado como o de maior repressão da história do Brasil. A partir de 1968, houve um amplo uso de instrumentos de tortura com o fim de conseguir confissões dos suspeitos acusados de se oporem ao regime, sem contar a grande repressão que os órgãos de imprensa sofriam, o que impossibilitava as denúncias contra os abusos cometidos pelos militares. 

Outro grande destaque do governo Médici foi sua política econômica. Seu Ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto, propôs um conjunto de medidas que visavam o investimento em empresas estatais de áreas estratégias, como as de siderurgia, petroquímica e geração de energia. Apoiada pela recuperação da capacidade fiscal do Estado e por uma maior estabilidade monetária conquistada anos antes, a estratégia deu tanto certo que resultou em um inédito período de crescimento econômico, variando entre 7 a 13% ao ano. 

Ao mesmo tempo em que a economia crescia como nunca, o governo realizava grandes obras de infraestrutura, como a construção da hidrelétrica de Itaipu, a ponte Rio-Niterói e a faraônica rodovia transamazônica. Todos estes fatores contribuíam para a criação de uma sensação de modernidade, uma imagem ufanista de um “Brasil potência”. O governo explorava esse clima de euforia atribuindo o sucesso econômico ao regime militar, por meio da criação de slogans como "Ninguém mais segura este país" ou "Brasil, ame-o ou deixe-o".

Brasil, ame-o ou deixe-o
Famoso slogan usado pelo governo 

No entanto, o crescimento econômico brasileiro estava muito mais atrelado a fatores externo do que à administração dos militares. Desta forma, quando ocorreu a crise do petróleo em 1973 o Brasil foi fortemente afetado, visto que praticamente todo o combustível no país era importado. Findava-se assim a época das “vacas gordas” geradas pelo milagre econômico e se iniciava um período de grande aumento da dívida externa brasileira e da concentração de renda. Médici foi substituído pelo também general Ernesto Geisel a partir de 1974.

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