quarta-feira, 23 de abril de 2014

Campina Grande um Pouco de sua História



Margens do Açude Velho
As origens da data de criação de Campina Grande geram uma série de controvérsias. Acredita-se que o povoado teria sido fundado por Teodósio de Oliveira Ledo, Capitão-Mor dos sertões, em 1º de dezembro de 1697, conforme alguns historiadores, a partir de um aldeamento dos índios Ariús, escravizados da região das Piranhas e Piancó, no “Sitio Campina Grande”.Os indígenas foram fixados nas proximidades do riacho das piabas, onde logo foram surgindo casebres de taipa, constituindo o primeiro arruamento, que atualmente é a Rua Vila Nova da Rainha.


POVOADO


O aldeamento logo se converteria em povoado, dada a sua posição geográfica, e a sua ligação entre o Litoral e o alto Sertão, com terras adequadas á Cultura de vários cereais indispensáveis á vida dos colonos, ganhando importância como entreposto comercial. Foi edificada uma igreja no alto da colina, a noroeste dessa rua, em torno da qual surgiram novas moradias, dando origem ao largo da igreja, mais tarde largo da matriz (hoje Avenida Floriano Peixoto). 

Há informações que, quando o povoado foi iniciado havia afora a capital, João Pessoa, apenas as localidades de Cabedelo, Baía da Traição, Alhandra e Jacoca, no Litoral. Na região de várzea haviam Monte- mor, Taipu de Pilar, Boqueirão no Cariri, Piranhas e possivelmente Piancó no Sertão. A ação de Teodósio teve grande importância política e histórica, tendo o fato, inclusive, merecido menção na carta de maio de 1699 do Capitão- mor da Paraíba ao rei de Portugal.


HIPÓTESE

Há indícios da localidade já figurar em um mapa, elaborado por Andreas Antonius Horatily, contido no livro Istoria dele guerre del Regno del Brasile Accadute tra la corona de Portogallo e la Republica de Olanda, de autoria de Frei Gioseppe Santa Teresa, publicado em Roma em 1698, antes mesmo da carta de Manoel Soares de Albergaria, Capitão-mor da Paraíba, escrita em 14 de maio de 1699ao rei de Portugal, narrando o feito de Oliveira Ledo.

 

“Surge assim o grande desacordo entre os dois documentos referidos. A carta de Albergaria comunicando a fundação de Campina Grande em fins de 1697 é datada de maio de 1699, portanto um ano e seis meses após o acontecimento. A resposta do rei de Portugal referindo-se ao fato só se verificou a 16 de setembro de 1699(...). Como poderia o resto da Europa, ou mais especificamente a Itália, ter conhecimento de Campina Grande de tal modo que o topônimo já figurasse no mapa de Horatiy em 1698, como povoação? Por outro lado, um livro como o de Frei Gioseppe tomaria certo tempo na redação. 

 

Da mesma forma a confecção de um mapa como de Horatiy. A impressaõ naquela época era demorada não só devido a técnica tipográfica, como também por causa das inúmeras permissões que tinham de ser solicitadas. Além disso, as comunicações com a metrópole eram retardadas pelos meses de viagem marítima nas lentas caravelas. Assim , outros historiadores advogam a tese de que a localidade já existia como povoado e com o nome de Campina Grande, quando Teodósio aldeou os índios.

 

A VILA NOVA DA RAINHA


O povoado tornou-se Vila Nova da Rainha, em 1790, por intermédio da carta Régia de 22 de julho de 1766. Passou a dispor também de câmara Municipal, julgado de Paz, cartório e pelourinho. Formava um incipiente centro urbano, onde as atividades mercantis se concentravam. Em 11 de outubro de 1864, de acordo com a lei provincial nº 137, Campina Grande se eleva á categoria de cidade. Neste momento a Paraíba tinha dezesseis vilas e mais seis cidades – Parahyba (atual João Pessoa), Mamanguape, Areia, Sousa e Pombal. A cidade de Areia, que se tornou cidade já em 1846, havia se tornado a mais destacada da Paraíba, fora a capital, tanto econômica, social e politicamente. 

Além disso, Areia tinha grande influencia cultural e intelectual. Embora Campina Grande não fosse tão Grande tinha grandes três lagos e cerca de trezentas casas distribuídas em quatro ruas – a rua do meio (Afonso Campos), a Rua Grande (Maciel Pinheiro), a rua do Seridó (Barão do Abiai) e a rua do Emboca (Peregrino de Carvalho). Possuía ainda duas igrejas – A matriz (hoje a Catedral) e a igreja de nossa senhora do Rosário, que veio a ser destruída mais tarde pelo prefeito Vergniaud Wanderley (hoje existe outra igreja com o mesmo nome). 

Possuía também uma cadeia e uma câmara Municipal, entre outras construções. Apesar de todo o desenvolvimento comercial que a cidade obteve o aspecto urbano da mesma não mudava praticamente nada. Em alguns anos, apenas os prédios da cadeia nova, na casa de caridade, do grêmio de instrução e paço Municipal foram construídas fazendo com que no fim do século XIX, Campina Grande tivesse cerca de 500 casas.Vários nomes dentre os quais – “Largo Novo”, “Praça da Uruguaiana”, “Praça das Gameleiras”, “Praça da Independência”, e por fim, “ Praça Epitácio Pessoa”. Em 1870 uma lei (lei provincial nº 381) proibia que se fizesse banhos ou lavagem de roupas e de animais no Açude novo, assim como ficou proibido vaquejadas nas ruas da cidade. Em 1872, conforme o decreto imperial, do dia 18 de setembro de 1865 faz padrão o sistema decimal Francês em Campina Grande.    


A TRAGÉDIA DE 1856


Em 1852 a população da vila já era de 17.900 pessoas. Mas em 1856, uma epidemia de cólera-morbo matou cerca de 1.550 pessoas do lugar, diminuindo quase 10% de sua população. A epidemia retornou em 1862, desta vez vitimando 318 campinenses. O cemitério das Boninas, que ficava nos fundos do colégio Alfredo Dantas ( Antigo Grêmio de instrução Campina-Grandense), foi um dos lugares improvisados para o sepultamento desses mortos. Só em 1895 é construído o cemitério nossa Senhora do Carmo, no alto da rua da areia( atual rua João Pessoa). 

Até o ano de 1897, os mortos eram sepultados no cemitério das Boninas (O cemitério Velho). Em 1817, tem início a Revolução Pernambucana e a Vila Nova da Rainha participou com Padre Virgínio Campêlo e Padre Gonçalves Ouriques, que não lutaram com armas, mas participaram com falas e com Padres. Com a derrota do movimento, foram presos por 3 anos na Bahia. Sete anos depois , em 1824, a vila nova da rainha participou da confederação do Equador, dando auxílio com a “hospedagem” de presos trazidos do Ceará, dentre eles Frei Caneca, que ficou preso onde hoje existe o Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande. Em 1848, a vila também tem participação na revolução Praieira. A participação de Campina Grande nessas três revoluções foi representada na Bandeira de Campina Grande na Forma de três Espadas.


CONSTRUÇÃO DAS BARRAGENS


Em 1828, foi construído um açude na vila nova da rainha, pois esta possuía apenas riachos. Sobre o riacho das Piabas foi construído o Açude Velho que hoje é conhecido como Açude Velho, cartão postal de Campina Grande. O Açude Velho começou pequeno, mas logo foi ampliado até adquirir as proporções que têm hoje, com uma área de 250m2 . Dois anos depois, em 1830,outro açude foi construído para auxiliar o primeiro, este ficou conhecido como Açude Novo. Ambos os açudes ajudaram a população a melhor resistir a uma desastrosa seca ocorrida em 1848. Um terceiro açude ainda foi criado, desta vez sobre o Riacho de Bodocongó. O nome do terceiro açude foi ”Açude de Bodocongó”, entregue á população no dia 15 de janeiro de 1917. Este açude propiciou o desenvolvimento da região, onde surgiu o Bairro de Bodocongó.


Bandeira de Campina Grande


Pesquisa Realizada Pelo Professor Jorge Lucena.

 
 INFORNATUS
 
     
      



2 comentários:

  1. Excelente homenagem á Rainha da Borborema essa, professor Jorge. Um resumo muito interessante e não cansativo da História daquela que tanto orgulho tem dado á Paraíba, graças à sua pujança econômica e cultural, sem mencionar a bondade e generosidade do seu povo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Professor Martinho! O seu elogio é pra mim motivo de orgulho e de grande incentivo diante desse e de outros trabalhos que eu construi e que posso vir a construir, a sua credibilidade e experiência diante de nossa sociedade, classifica-o como autoridade na área, dotando com isso o seu elogio de igual capacidade, tenho certeza que o cidadão Campinense sente-se orgulhoso pela forma com que o senhor ver a nossa cidade, um grande abraço!

      Excluir