General João Baptista Figueiredo |
O general carioca João Baptista Figueiredo
assumiu a presidência do Brasil em 1979. Seu mandato ficou marcado pela
continuidade do processo de redemocratização iniciado pelo seu antecessor,
Ernesto Geisel, e por ter sido o último presidente do período do governo dos
militares.Quando Figueiredo assumiu o poder, o
regime ditatório sofria um grande desgaste político, não dispondo de legitimidade
de quase nenhum setor da sociedade. Até mesmo a burguesia industrial, antes
aliada dos militares, passou a discordar da forma que os mesmos conduziam a
economia brasileira.
De fato, a situação econômica era
bastante grave. A crise do petróleo de 1974 fez os brasileiros esquecerem de
vez os anos do “milagre econômico”, uma vez que praticamente todo o combustível
vendido
no país era importado, o que gerou uma inflação desenfreada. O pior era que
todo o mundo se encontrava em um momento de recessão, aspecto que impedia a
obtenção de empréstimos no exterior para a realização de novos investimentos.
Até mesmo o prestigiado economista Delfim Neto foi chamado para elaborar um
planejamento com o fim de melhorar a realidade da economia brasileira. Mesmo
assim, o III Plano Nacional de Desenvolvimento não surtiu os efeitos esperados.
Ainda no primeiro ano de seu mandato, Figueiredo
concedeu anistia aos presos políticos e devolveu os direitos individuais dos
exilados, entretanto tal medida também beneficiava os agentes do governo
envolvidos em assassinatos e prática de tortura, aspecto que mostrava que o
presidente não pretendia estabelecer punições aos militarOutro grande avanço em direção à redemocratização
foi o fim do bipartidarismo. Assim, houve uma redefinição das legendas
políticas: o MDB se transformou no PMDB (Partido do Movimento Democrático
Brasileiro), o ARENA passou a se chamar PDS (Partido Democrático Social) e
houve a criação do PDT (Partido Democrático Trabalhista) e PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro).
Em 1983, o deputado mato-grossense Dante de Oliveira propôs uma Emenda Constitucional que previa a reinstituição do voto direto na escolha do sucessor do presidente João Figueiredo, fato que resultou em uma grande mobilização de apoio popular: as “Diretas Já!”. Inúmeros comícios, protestos e aglomerações começaram a eclodir em diversas cidades do Brasil. Com o fim de lutar contra a repressão, o movimento tomou grandes proporções com a adesão de inúmeros artistas, intelectuais, escritores, além de lideranças estudantis e trabalhistas. No dia 16 de abril de 1984, mais de 1,5 milhão de pessoas se aglomeraram em uma grande mobilização na cidade de São Paulo.
Em 1983, o deputado mato-grossense Dante de Oliveira propôs uma Emenda Constitucional que previa a reinstituição do voto direto na escolha do sucessor do presidente João Figueiredo, fato que resultou em uma grande mobilização de apoio popular: as “Diretas Já!”. Inúmeros comícios, protestos e aglomerações começaram a eclodir em diversas cidades do Brasil. Com o fim de lutar contra a repressão, o movimento tomou grandes proporções com a adesão de inúmeros artistas, intelectuais, escritores, além de lideranças estudantis e trabalhistas. No dia 16 de abril de 1984, mais de 1,5 milhão de pessoas se aglomeraram em uma grande mobilização na cidade de São Paulo.
Mesmo tendo sido uma das maiores
mobilizações populares da história do
Brasil, as “Diretas Já!” não foram capazes de fazer com que a emenda Dante de
Oliveira fosse aprovada. Faltaram apenas 22 votos para a aprovação da mesma, em
uma votação marcada pelo enorme número de deputados que não compareceram à
sessão. Mesmo com tal derrota, o movimento serviu para a culminação das
eleições indiretas, as quais resultaram na eleição de Tancredo Neves, em 1985,
dando fim ao período da ditadura militar no Brasil.
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