Entrevista com Dr. Samuel Kopersztych é médico reumatologista e
trabalha no Hospital das Clínicas da USP e no Hospital Sírio-Libanês de
São Paulo.
Lúpus é uma doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres do que
nos homens, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico,
exatamente aquele que deveria defender o organismo das agressões
externas causadas por vírus, bactérias ou outros agentes patológicos.O fato é que, no lúpus, a defesa imunológica se vira contra os
tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração,
pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica,
às vezes, podem confundir e retardar o diagnóstico.Lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especialistas. Pessoas
tratadas adequadamente têm condições de levar vida normal. As que não se
tratam, acabam tendo complicações sérias, às vezes, incompatíveis com a
vida.
DOENÇA AUTOIMUNE
Drauzio – O lúpus eritematoso sistêmico é
uma doença de autoagressão, uma doença autoimune. Quais as principais
características da doença autoimune?
Samuel Kopersztych
– A doença autoimune é fundamentalmente caracterizada pela formação de
autoanticorpos que agem contra os próprios tecidos do organismo. Por
isso, o nome autoagressão, às vezes, é mais feliz. O paciente,
geralmente do sexo feminino, fabrica substâncias nocivas para seu
organismo e o anticorpo, que é um mecanismo de defesa, passa a ser um
mecanismo de autoagressão. Portanto, o que caracteriza a doença
autoimune é a formação de anticorpos contra seus próprios constituintes.
Drauzio – Teoricamente, esses anticorpos podem agredir qualquer tipo de tecido e provocar as mais variadas doenças?
Samuel Kopersztych –
Eles podem agredir qualquer tipo de território. De modo geral, a maior
agressão ocorre no núcleo da célula, graças ao aparecimento de vários
autoanticorpos contra substâncias presentes em seu interior.Entretanto, o mais importante não é o anticorpo isoladamente. Do
ponto de vista anatomopatológico, o que define a autoimunidade nos
tecidos é a formação dos chamados complexos imunes.
COMPLEXOS IMUNES
Drauzio – O que se entende por complexo imune?
Samuel Kopersztych –
A paciente que tenha a etnia lúpica, ou seja, formação genética
constitucional que a predispõe a desenvolver lúpus, já possui
autoanticorpos em grande quantidade. Quando uma substância vinda do
exterior une-se a eles, forma-se o complexo antígeno-anticorpo. Isso
ativa um sistema complexo de proteínas chamado de complemento e leva à
formação dos complexos imunes, cuja concentração dita a gravidade e o
prognóstico da doença, porque eles se depositam no cérebro e nos rins
principalmente.O complexo imune depositado no rim inflama esse órgão, produzindo a
nefrite lúpica, importante para determinar se a doente vai viver muitos
anos ou ter a sobrevida encurtada.
Drauzio – Qual é a substância exterior que mais agride essas pacientes?
Samuel Kopersztych
– A radiação solar, em especial os raios ultravioleta prevalentes das
dez às quinze horas, é a substância que mais agride as pessoas que
nasceram geneticamente predispostas. Em estudos conduzidos no Hospital
das Clínicas de São Paulo, foi possível detetar inúmeros casos de
pacientes que tinham o primeiro surto logo após ter ido à praia e se
exposto horas seguidas à radiação solar. Em geral, eram pacientes do
sexo feminino, já que a incidência de lúpus atinge nove mulheres para
cada homem. Nos Estados Unidos, há maior prevalência entre as mulheres
negras; no Brasil, verifica-se equivalência de casos em brancas e
negras.
CORRELAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS DE IMUNIDADE E ENDÓCRINO
Drauzio – Você disse que 90% dos casos de lúpus ocorrem em mulheres. Os hormônios sexuais desempenham algum papel nessa doença?
Samuel Kopersztych
– É fundamental estabelecer uma correlação entre o sistema de
imunidade, de defesa do organismo, com o sistema endócrino. O estrógeno
(hormônio feminino) é autoformador de anticorpos; a testosterona
(hormônio masculino) é baixo produtor. O estrógeno é sinérgico à
produção de autoanticorpos e a testosterona, supressora. Na mulher
lúpica, ocorre excesso de sinergismo, ou seja, excesso na produção de
anticorpos, que se traduz pela taxa elevada da proteína gamaglobulina
nos exames de laboratório.
Drauzio – Se suprimir a produção de estrógeno, a mulher melhora da doença?
Samuel Kopersztych
– Infelizmente o que acontece com os animais de experimentação, cujos
sintomas melhoram com a administração de hormônios masculinos, não se
repete nas mulheres. Mulheres lúpicas que tomam hormônio masculino
masculinizam-se nesse período, sem manifestar nenhum efeito terapêutico
protetor importante.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
Drauzio – Que indícios podem fazer uma pessoa desconfiar de que está com lúpus?
Samuel Kopersztych
– Havia grande confusão diagnóstica em relação ao lúpus até a Sociedade
Americana de Reumatologia enunciar onze critérios de diagnóstico, em
1971. A mulher que preencher quatro deles seguramente tem a doença.
Os dois primeiros
referem-se à mucosa bucal. Entre outras lesões orais importantes,
aparecem úlceras na boca que, na fase inicial, exigem diagnóstico
diferencial com pênfigo, uma doença frequente em países tropicais. Pode
ocorrer também mucosite, uma lesão inflamatória causada por fatores como
a estomatite aftosa de repetição, por exemplo.O terceiro critério envolve a chamada buttefly rash, ou asa de
borboleta, que muitos admitem como o critério mais importante, mas não
é. Trata-se de uma lesão que surge nas regiões laterais do nariz e
prolonga-se horizontalmente pela região malar no formato da asa de uma
borboleta. De cor avermelhada, é um eritema que geralmente apresenta um
aspecto clínico descamativo, isto é, se a lesão for raspada, descama
profusamente.
O quarto critério é a
fotossensibilidade. Por isso, o médico deve sempre investigar se a
paciente já apresentou problemas quando se expôs à luz do sol e
provavelmente ficará sabendo que mínimas exposições provocaram
queimaduras muito intensas na pele, especialmente na pele do rosto, do
dorso e de outras partes do corpo mais expostas ao sol nas praias e
piscinas.O quinto critério é a
dor articular, ou seja, a dor nas juntas, geralmente de caráter não
inflamatório. É uma dor articular assimétrica e itinerante, que se
manifesta preferentemente nos membros superiores e inferiores de um só
lado do corpo e migra de uma articulação para outra. Geralmente, é uma
dor sem calor nem rubor (vermelhidão) nem edema (inchaço), os três
sinais da inflamação. Há casos, porém, em que esses três sintomas se
fazem presentes, assim como podem ocorrer artrite e excepcionalmente
inflamação no primeiro surto de 90% das pacientes
Drauzio – Quais as articulações mais atingidas?
Samuel Kopersztych –
Preferentemente, as articulações dos membros superiores. A doença
acomete punho, cotovelo, ombro e dedos das mãos, como se fosse um quadro
de artrite reumatoide. Portanto, a artralgia (dor nas articulações) é
um sintoma do lúpus que leva essas pacientes a procurar o
reumatologista. Se não apresentarem dor articular, o diagnóstico clínico
fica em suspenso.
Drauzio – São dores fortes que obedecem a um ritmo diário?
Samuel Kopersztych
– Não há rigidez matutina como na artrite reumatoide. É uma dor
migratória não muito intensa. Isso, muitas vezes, retarda o diagnóstico,
porque a paciente entra em remissão e não procura o médico.
Drauzio – E o sexto critério, qual é?
Samuel Kopersztych – O sexto critério,
e um dos mais importantes, é a lesão renal. Paciente com lesão renal
acompanhada de hipertensão no primeiro surto tem prognóstico mais
reservado. A hipertensão arterial denota que surgiu um processo
inflamatório nas membranas das estruturas envolvidas no sistema de
filtração do sangue que atravessa os rins e a paciente é acometida por
glomerulonefrite.
Drauzio – Isso quer dizer que o rim começa a filtrar mal e deixa passar pelo poro renal substâncias que deveria reter?
Samuel Kopersztych
– Se esse distúrbio não for tratado convenientemente, a paciente evolui
para insuficiência renal rapidamente progressiva. Na verdade, é o rim
que dita o prognóstico em 90% dos casos, que será pior ainda se for
acompanhado do sétimo critério:
a lesão cerebral. Seu primeiro sinal é uma convulsão, um ataque
epilético comum que pode ser confundido como característico de doença
exclusivamente convulsiva e relegar o diagnóstico e tratamento do lúpus
para segundo plano.
Drauzio – Qual é a lesão cerebral mais frequente?
Drauzio – Qual é a lesão cerebral mais frequente?
Samuel Kopersztych –
A lesão cerebral mais frequente revelada pelo exame anatomopatológico é
a tromboembolia, ou seja, a deposição de coágulos no cérebro sob a
forma de trombos locais ou de um êmbolo originário de outra região do
corpo que entope o vaso cerebral. Como consequência, o tecido que
depende dessa irrigação entra em anóxia e morre por falta de oxigênio.
Além disso, quadros neurológicos graves, como hemiplegia (paralisia de
um lado do corpo), plegia (paralisia parcial de uma parte do corpo) e
quadriplegia (paralisia dos membros superiores e inferiores) parece
estarem ocorrendo com maior frequência nos dias de hoje em virtude do
aumento da sobrevida das pacientes.O comprometimento cerebral, em geral, não acontece no início da
doença. No entanto, se estiver ligado à lesão renal, as dificuldades
terapêuticas se agravam bastante.
INCIDÊNCIA DE PENIAS
Drauzio – E o oitavo critério?
Samuel Kopersztych
– No território do sangue, o lúpus estabelece as chamadas penias. Em
20% dos casos, a anemia hemolítica coincide com a ruptura dos vasos
sanguíneos e a fragilidade dos glóbulos vermelhos, levando à anemia
hemolítica autoimune, uma manifestação da síndrome pré-lúpica. A
paciente pode ir ao consultório do hematologista com esse problema e
logo em seguida ou alguns anos depois manifestar o quadro clínico
completo do lúpus eritematoso.
Outra manifestação de penia mais incidente é a leucopenia, ou seja, a
diminuição de glóbulos brancos, dos leucócitos. Em 40% dos casos, a
leucopenia é traduzida pela produção de anticorpos principalmente
dirigidos contra os neutrófilos, um tipo específico de glóbulos brancos
que hoje faz parte do diagnóstico laboratorial do lúpus.Outra possibilidade é a ocorrência da plaquetopenia, ou púrpura
trombocitopênica idiopática, uma lesão provocada por anticorpos contra
as plaquetas que não tem etiologia definida e que pode preceder, em
alguns anos, a instalação do lúpus.
Essas penias são importantes e, muitas vezes, levam a paciente lúpica
à esplenectomia, ou seja, à retirada do baço, porque os clínicos já
sabiam de longa data que sem ele melhora a produção de glóbulos
vermelhos. O baço funcionaria como uma esponja que reteria os anticorpos
contra substâncias do sangue, e isso acentuaria a diminuição dos
glóbulos vermelhos, brancos e das plaquetas. Retirando-se o baço, esses
elementos seriam redistribuídos na circulação.Acontece que pacientes lúpicas infectam-se com muita facilidade. A
experiência nas enfermarias mostra que a retirada do baço em pacientes
que sofreram acidentes de automóvel ou em crianças com traumatismos
abdominais coincide com grande número de infecções, principalmente por
salmonelas, bactéria que antigamente causava o tifo. Por isso, a
retirada do baço numa paciente lúpica deve ser bem analisada.
GRAVIDEZ NAS PACIENTES LÚPICAS E OUTROS CRITÉRIOS
Drauzio – E o nono critério?
Drauzio – E o nono critério?
Samuel Kopersztych – É
o critério imunológico. Pacientes lúpicas apresentam uma reação
falsamente positiva para sífilis e manifestam a síndrome anticoagulante
lúpica que se caracteriza por trombose, embolias e abortos de
repetição.
Drauzio – A gravidez é contraindicada para as pacientes lúpicas?
SamuelKopersztych –
Há um conceito difundido inclusive entre alguns médicos de que
pacientes lúpicas não devem, não podem e não engravidam em virtude de um
problema imunológico. O argumento é que algumas dessas mulheres
produzem anticorpos contra um constituinte especial chamado
fosfolípedes, ou seja, substâncias com o radical fósforo do tipo
gorduroso situadas na circulação. Esses anticorpos são responsáveis pela
incidência de abortos recorrentes, aliás, outro sinal de pré-lúpus.
Drauzio – Isso quer dizer que elas engravidam e abortam repetidamente?
Samuel Kopersztych
– Além de abortos de repetição, essas mulheres formam coágulos em
várias partes do corpo. Formam trombos no cérebro e formam êmbolos.
Paciente lúpica que não tenha esse componente talvez possa ter uma
gravidez normal. No entanto, nas portadoras de lesão renal, aumenta
muito a possibilidade de abortos ou de dar origem a um feto com pouca
chance de sobrevivência. Na verdade, algumas não têm dificuldade para
engravidar, mas a gravidez pode ser tempestuosa e difícil e exige
segmento pré-natal feito por especialista.
Drauzio – Como você orienta uma mulher jovem com lúpus que quer ter filhos?
SamuelKopersztych–
Acho que ela precisa ser informada do risco que correrá. Em 80% dos
casos, pode haver uma piora da doença, exatamente o contrário do que
ocorre com a artrite, que melhora durante a gravidez.
Drauzio – Você poderia citar o décimo e o décimo primeiro critério?
Samuel Kopersztych
– A incidência de pericardites (inflamação do pericárdio, membrana que
envolve externamente o coração) e de pleurites (inflamação da pleura,
membrana que recobre o pulmão) também podem ocorrer em pacientes com
lúpus. Em 70% dos casos, a pericardite é subclínica e diagnosticada
apenas nas autópsias. Esse é o décimo critério; o décimo- primeiro é o
fator antinúcleo.
EXAMES LABORATORIAIS
Drauzio – Além do quadro clínico, o diagnóstico de lúpus pode contar com um quadro laboratorial bastante característico, não é?
Samuel Kopersztych
– O teste básico de laboratório é a pesquisa do fator antilúpus. O
patologista vai avaliar o caso através de métodos de união
antígeno-anticorpo com corante fluorescente. No exame de sangue comum,
por meio dessa técnica, ele observa como cora o núcleo das células das
pacientes lúpicas. Às vezes, cora difusamente; às vezes, em pontilhados
pequenos e, às vezes, numa reação em anel. A resposta difusa indica
lúpus benigno com lesão de pele e de articulações, mas sem
comprometimento dos rins e do cérebro. Já, o achado em anel
correlaciona-se com lesão renal e forte complexo autoimune circulante.
Portanto, esse simples exame de sangue não invasivo dá ao clínico uma
ideia do diagnóstico e do prognóstico. Se o fator antilúpus aparecer em
alta concentração numa jovem, com quase toda a certeza, num futuro
próximo, ela irá encaixar-se em todos os critérios de diagnóstico do
lúpus.
EVOLUÇÃO DA DOENÇA
Drauzio – Você citou formas de evolução mais lenta e mais acelerada do lúpus. O que determina tal diferença?
Samuel Kopersztych –
Quanto mais jovem for a mulher, pior será o diagnóstico. Lúpus
dificilmente aparece em meninas que ainda não menstruaram. Em geral, o
acometimento coincide com a época da menstruação e atinge mulheres na
faixa entre 15 e 30 anos. Se não há lesão renal e cerebral no primeiro
surto, trata-se de uma forma benigna de lúpus caracterizada por lesões
de pele, asa de borboleta, dor nas juntas, sintomas facilmente
controláveis com medicação. É também provável que a paciente não
apresente os problemas correlacionados com o passar da idade e morra de
outra causa que não o lúpus.
Se no primeiro surto, porém, ela manifestar lesão renal ou cerebral
ou, o pior de tudo, as duas ao mesmo tempo, é sinal de mau prognóstico.
Além disso, pesam fatores puramente imunológicos, por exemplo, a queda
de algumas proteínas do sangue como complemento e o aparecimento de
infecções. A evolução das pacientes no Hospital das Clínicas indica que
o aparecimento de infecções é fator decisivo na evolução e prognóstico
da doença.Nos EUA, estatísticas mostram que a mulher negra tem evolução pior
do que a branca. O que vimos no HC, entretanto, é que aqui há uma
equivalência da doença entre mulheres brancas e negras.
TRATAMENTO
Drauzio – No passado, todos os casos de lúpus eram tratados com cortisona e seus derivados. Hoje, existem recursos mais eficazes?
Drauzio – No passado, todos os casos de lúpus eram tratados com cortisona e seus derivados. Hoje, existem recursos mais eficazes?
Samuel Kopersztych –
Temos recursos melhores, inclusive em relação à própria cortisona. Os
corticoides modernos não são dotados de efeitos colaterais como aumento
de pressão e grande retenção de sal e água. Outros podem ser injetados
por via endovenosa. É o chamado pulso terapêutico que consiste em
hospitalizar a paciente e infundir de uma só vez, numa única aplicação,
grande quantidade de corticoide.
Drauzio – Os pacientes suportam bem essa técnica terapêutica?
Samuel Kopersztych
– Suportam bem e a tendência à infecção é menor. O grande impulso,
porém, foi conseguido com o advento de uma droga chamada ciclofosfomida,
imunossupressor usado nos primórdios dos transplantes renais, e que
pode ser aplicada nas pacientes com lúpus sob a forma de pulso
terapêutico. Outras drogas usadas inicialmente nesse tipo de transplante
foram aproveitadas pelos reumatologistas para controlar a formação dos
complexos imunes.Gostaria, ainda, de mencionar a plasmaférese, método terapêutico que
pode ser aplicado quando a lesão renal está muito ativa. A doente é
internada para retirar grande quantidade de plasma. Com isso, o
hematologista elimina os complexos imunes circulantes em benefício da
evolução benigna das lesões renais e cerebrais.
Drauzio – Contando com os recursos que temos atualmente, se for bem cuidada, uma mulher com lúpus têm condições de levar vida normal?
Samuel Kopersztych –
Com segmento ambulatorial bem feito, tem condições de levar vida
normal. Lúpus é uma doença grave, especialmente se houver lesão renal e
lesão cerebral, mas hoje podemos contar com um contingente terapêutico
importante e com antibióticos mais modernos que protegem contra
infecções e garantem sobrevida maior para essas pacientes.
ORIENTAÇÕES ÀS PACIENTES
Drauzio – Sumariamente, que cuidados devem tomar as mulheres com lúpus?
Samuel Kopersztych–
Ela deve proteger-se da radiação solar e usar fotoprotetor mesmo na
cidade, porque não é só na praia e na piscina que o sol é intenso.Deve procurar engravidar com parcimônia e sob grande supervisão. Deve
tomar cuidado com a administração de pílulas anticoncepcionais, pois o
aumento nos níveis de estrógeno pode desencadear novo surto da doença.É importante, também, tomar cuidado para não contrair infecções.
Evitar grandes conglomerados ou agrupamentos de pessoas e o contato com
portadores de doenças infecciosas, que possam ser transmitidas, é uma
precaução válida e indispensável.Além disso, é preciso estar sempre atento ao psiquismo da paciente
lúpica, que se altera muito com a doença. Às vezes, a primeira
manifestação é um surto psicótico ou de ansiedade. Por isso, o
equilíbrio emocional é meta importante na vida dessas mulheres.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/clinica-geral/lupus/
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