O carioca Nilo Procópio Peçanha assumiu a presidência do Brasil
em 1909, mediante o falecimento de Afonso Pena antes do término de seu
mandato. Embora tenha governado por um curto período, podemos registrar
fatos importantes ocorridos durante sua administração. A criação
do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) foi um deles, marcando uma
inicial preocupação para com as comunidades indígenas, as quais,
mediante a crescente ocupação de suas terras pelos “homens brancos”,
corriam o risco de desaparecer. Outras ações de destaque foram a
reinauguração do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, e a
criação do ensino técnico-profissional no país.
Durante o mandato de Nilo Peçanha vemos uma
importante mudança na estrutura política do Brasil, pois, pela primeira
vez, o arranjo político do “café-com-leite” foi rompido. De fato, São
Paulo e Minas Gerais lançaram seus próprios candidatos, criando assim
uma disputa eleitoral nunca antes vista.
Apoiados
pelos baianos, os paulistas lançaram o nome de Rui Barbosa à
presidência, candidato que pregava a moralização do processo eleitoral e
o antimilitarismo, conjunto de propostas ousadas que ficou conhecido
como Campanha Civilista. Minas Gerais, apoiado pelo Estado do Rio Grande
do Sul, lançou o marechal Hermes da Fonseca, um nome conservador que
agradava às elites oligárquicas, o qual acabou vencendo a disputa. Embora Hermes da Fonseca tenha assumido a presidência
em 1910, temos aqui os primeiros sinais de enfraquecimento da hegemonia
política das oligarquias.
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