Certamente, a escrita
foi uma das mais importantes descobertas do homem. A capacidade de
registrar o pensamento permitiu uma inédita difusão do conhecimento, não
só entre indivíduos, mas também por gerações. Contudo, para a aplicação
deste grande avanço, naturalmente era necessária a criação de certos
instrumentos.
Na escrita cuneiforme, tipo
criado pelos babilônicos, pedaços pontiagudos de madeira ou osso eram
usados para traçar os escritos, marcando permanentemente os blocos de
argila onde eram feitos. Algum tempo depois, os egípcios desenvolveram o
papiro, a primeira forma de papel. Consequentemente, era preciso a
criação de algo para se escrever mesmos. Assim surgiu a ideia de se
utilizar ossos molhados em tintas
vegetais. Durante muitos anos, as penas de ganso foram as principais
formas de se escrever. Somente no final do século XVIII é que pensaram
na substituição de tal instrumento por um objeto manufaturado,
resultando na criação das penas de metal, as quais obtiveram relativo
sucesso na época, embora as penas de ave continuassem a ser usadas. Durante o século XIX, vários estudiosos
tentaram desenvolver uma espécie de caneta com tinta em seu interior, o
que chamamos hoje de caneta tinteiro. Em 1884, Lewis E. Waterman
patenteou tal invenção.
As canetas esferográficas, principal modelo usado
atualmente, surgiram em 1937 por meio do húngaro Ladislao Biro, o qual
se baseou em uma caneta que não borrava e cuja tinta não secava no
depósito, realidade constatada durante o uso das velhas
canetas-tinteiro. Vendo o fato de tais canetas serem mais resistentes que as convencionais e funcionarem em grandes altitudes, onde há menos pressão, o governo
britânico comprou os direitos da caneta patenteada para que pudesse ser
utilizada pela tripulação da Força Aérea Real. Assim, a caneta Biro
ganhou grande notoriedade, tendo sido grandemente utilizada pelos
militares britânicos durante a Segunda Guerra Mundial.
Contudo, pode-se dizer que a
popularização das canetas esferográficas se deu em 1945, por meio do
francês Marcel Bich, o qual desenvolveu um novo processo de fabricação
dos objetos, capaz de reduzir grandemente os custos de produção e os
preços finais repassados aos consumidores. Bich deu a estas canetas o
nome “BIC”, uma abreviação de seu sobrenome. Com anúncios e propagandas
ousadas na TV, o sucesso das canetas BIC foi quase que imediato, se
arrastando até os dias de hoje.
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