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Período Joaniano (1808-1821) |
Após a desobediência de Portugal ao Bloqueio Continental,
decreto feito por Napoleão Bonaparte que proibia toda nação de ter
relações comerciais com a Inglaterra, os próprios ingleses sugeriram a
transferência da corte portuguesa para o Brasil. Para fugir de uma
possível invasão francesa, os portugueses fugiram para a colônia do
outro lado do Atlântico, sob a escolta dos navios ingleses.
No meio do caminho, em virtude de condições
climáticas ruins, o grupo acabou sendo separado. Parte dos navios chegou
a Salvador, enquanto a outra desembarcou no Rio de Janeiro. Finalmente,
em março de 1808, a corte portuguesa foi instalada nas terras fluminenses.
Entretanto, a ajuda da Inglaterra tinha um
preço, logicamente. Como os ingleses escoltaram os membros da corte na
fuga para o Brasil e, além disso, se comprometeram a lutar pelo
território de Portugal contra as tropas de Napoleão, requisitaram a Dom
João a adoção de algumas medidas de cunho econômico.
A primeira grande medida imposta pela
Inglaterra foi a abertura dos portos brasileiros às nações amigas de
Portugal, política que passou a valer logo em 1808. Além disso, os
ingleses queriam taxas alfandegárias especiais para seus produtos.
Enquanto um produto estrangeiro pagava uma taxa de 24%, uma mercadoria inglesa pagava algo em torno de 15%.
Tais propostas resultaram em uma verdadeira invasão de produtos ingleses no mercado brasileiro, o que trouxe grandes lucros
à Inglaterra. Embora as cidades portuárias brasileiras tenham se
desenvolvido significativamente com isso, tal fato atrapalhou a criação
de indústrias no Brasil. O governo de Dom João VI também foi marcado por
importantes obras de infraestrutura, como a construção de estradas e
portos, e por inúmeras obras públicas. Foi no Período Joanino que foram
fundados o Banco do Brasil, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico, a Casa
da Moeda e a Academia Real Militar.
Após o Brasil ter sido elevado à condição de Reino
Unido a Portugal e Algarves, em 1815, surgiu em Portugal uma forte
insatisfação popular. Os portugueses queriam que a corte fosse
transferida novamente para Lisboa e exigiam a volta de Dom João VI, uma
vez que, com a derrota definitiva de Napoleão, não havia mais o porquê
de sua permanência na colônia.
Com receio de perder o poder, Dom João VI se viu
obrigado a retornar a Portugal, em 1821, deixando seu filho, D. Pedro,
como príncipe regente do Brasil.
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