Nelson Rolihlahla Mandela |
Na Universidade de Witwatersrand diplomou-se em leis (1942) e uniu-se ao Congresso Nacional Africano (1944) e como membro do CNA destacou-se como ativista político. Então, juntamente com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, o Umkhonto we Sizwe ou Lança da Nação, um braço armado do CNA, e se tornou seu comandante (1944). Depois da eleição (1948) dar a vitória aos afrikaners do Partido Nacional, que defendiam uma política de segregação racial e preconceitos raciais, tornou-se seu mais ativo opositor e passou a atuar diretamente contra as políticas de apartheid do National Party. Participou do Congresso do Povo (1955) em que divulgou a Carta da Liberdade, um documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid. Assim, foi acusado de traição e sofreu um longo processo (1956-1961) do qual finalmente seria absolvido (1961).
Neste período, após o massacre de Sharpeville (1960), quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, desarmados, matando 69 pessoas e ferindo 180, passou a defender a resistência armada e coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo. Acusado de sabotador e guerrilheiro, o Congresso Nacional Africano avaliou a proposta do uso da força para combater a segregação racial e concordou que seus membros que desejassem se envolver na luta armada não seriam punidos. O governo decretou a ilegalidade do CNA e outros grupos anti-apartheid, e passou a caçar o líder negro como um terrorista. No ano seguinte foi preso e condenado a cinco anos prisão com trabalhos forçados, por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Depois (1964), em novo julgamento pela sua ativisade terrorista, foi sentenciado à prisão perpétua, escapando de uma pena de morte por enforcamento.
Cumpriu pena na Robben Island Prison, longe de Cape Town (1964-1982), e depois em Pollsmoor Prison. Porém durante os anos de prisão, cresceu a reputação internacional cresceu continuamente e tornou-se o mais importante líder negro da África do Sul e um poderoso símbolo de resistência do movimento de anti-apartheid. Recusou um acordo condicional proposto pelo governo em troca de sua liberdade permanente. Pressionado pela opinião internacional, o governo deu-lhe finalmente a liberdade no dia 11 de fevereiro (1990), por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk, depois de quase três décadas de reclusão.
O CNA também foi tirado da ilegalidade e depois da liberação, mergulhou fundo em sua luta e realizou (1991) à primeira conferência nacional do CNA na África do Sul e foi eleito seu presidente (1991-1997). Nas eleições presidenciais seguintes, as primeiras como os votos multirraciais, foi eleito como o primeiro presidente negro da África do Sul e exerceu o mandato de cinco anos (1994-1999), comandando a transição do regime de minoria, o apartheid. Reconhecidamente não fez um governo brilhante, mas ganhou respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
Após o fim do mandato de presidente (1999), afastou-se da política partidária e voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Figura dotada de um inesgotável prestígio no país e no estrangeiro, provavelmente o político com maior autoridade moral no continente africano, o que lhe permitiu desempenhar o papel de conciliador em vários conflitos políticos no seu continente, anunciou sua aposentadoria da vida pública aos 85 anos, por causa das suas condições de saúde (2004). Além do Nobel, recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elisabete II, e a Medalha presidencial da Liberdade do presidente estadunidense George Bush, e uma das duas únicas pessoas de origem não-indiana a receber o Bharat Ratna, a mais alta distinção da Índia (1990).
Também se tornou cidadão honorário do Canadá e um dos poucos líderes estrangeiros a receber a Ordem do Canadá (2001). Também foi premiado pela Anistia Internacional com o prêmio Embaixador de Consciência (2006) em reconhecimento à liderança na luta pela proteção e promoção dos direitos humanos. Particularmente se casou três vezes, sendo a primeira com Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou (1957) ainda na prisão, após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se (1996) por causa de divergências políticas entre o casal. No seu 80º aniversário, casou-se então com Graça Machel, viúva de Samora Machel, ex-presidente de Moçambique e aliado do CNA. Publicou The Struggle Is My Life (1986), Forging a Democratic, Nonracial South Africa (1993) e Long Walk to Freedom (1994), entre outros.
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