terça-feira, 9 de julho de 2013

Governo Sarney (1985-1990)


José sarney (esquerda) Tancredo Neves (Direita)
Após a frustração do movimento pelas “Diretas Já” e a não aprovação da emenda Dante de Oliveira, o político mineiro Tancredo de Almeida Neves foi eleito presidente do Brasil de forma indireta, pelo Congresso Nacional, em 1985. Embora as eleições diretas ainda não fossem uma realidade, Tancredo seria o primeiro presidente civil após o longo período do governo dos militares, algo que representava um significativo passo para o processo de redemocratização do país. No entanto, o mineiro nem chegou a tomar posse em razão de problemas de saúde, tendo falecido em abril daquele ano. 

Com a morte de Tancredo Neves, as forças democráticas temiam que os militares novamente assumissem o poder e ameaçassem o tão almejado processo de redemocratização. Desta forma, se uniram para apoiar o vice-presidente, José Sarney, uma vez que, como Tancredo nem havia assumido o poder, havia dúvidas quanto à legitimidade da posse de seu vice. 

Durante o governo Sarney, um passo fundamental para o fim definitivo da ditadura foi dado: a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte e a elaboração de uma nova Carta Magna. De fato, a Constituição de 1988 foi capaz de eliminar as sustentações do regime autoritário, garantindo a separação dos poderes, a realização de eleições diretas e amplas garantias civis aos cidadãos brasileiros.

Na área econômica, vemos os principais problemas durante o mandato de José Sarney. Quando o presidente assumiu, o cenário da economia brasileira era terrível: altos índices de inflação, desemprego e uma crescente dívida externa herdada de governos anteriores. A solução encontrada por Sarney foi o Plano Cruzado, o qual previa, entre outras medidas, a adoção de uma nova moeda – o Cruzado – e o congelamento de preços e salários. 

Inicialmente, a estratégia elevou o poder de compra da população, que fazia questão de fiscalizar e denunciar eventuais remarcações de preços nas gôndolas. Entretanto, o Plano Cruzado acabou gerando uma grande crise no sistema produtivo brasileiro, de forma que passaram a faltar produtos nas prateleiras. Com o fim de tentar recuperar a economia, outros planos, como Cruzado II, Bresser e Verão foram realizados, contudo nenhum obteve os resultados esperados.

O fim do governo Sarney foi marcado pela realização das primeiras eleições diretas após o período do regime militar. Em 1989, o político alagoano Fernando Collor de Mello foi eleito presidente da República com cerca de 35 milhões de votos.

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