Embora a volta do regime
democrático no Brasil tenha sido um grande marco positivo na história da
nação, não se pode dizer o mesmo quando se estuda as condições
socioeconômicas do país nos primeiros anos da democracia. Inúmeras foram
as desastrosas experiências que pretendiam conter a inflação
desenfreada, como o Plano Cruzado (1986), por exemplo, o qual se baseou
no congelamento artificial de preços, mas acabou levando ao
desabastecimento de muitos produtos. Um ano depois, em 1987, o Brasil
anunciava a suspensão dos pagamentos aos credores da dívida externa, selando um calote histórico.
Coube ao ministro da fazenda do governo de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, a tarefa de criar um plano que de fato
solucionasse o pesadelo da inflação no país. Lançado ainda no final de
1993, o Plano Real baseou-se na criação de uma nova moeda dentro de um
regime cambial fixo em relação ao dólar americano. O real passou a ter
um teto e um piso pré-definido. Se o valor do real se tornasse acima do
patamar escolhido, comprava-se dólar para desvalorizar a moeda
brasileira, funcionando de forma equivalente em situações inversas.
O Plano Real foi um sucesso,
pois os produtos se tornaram incrivelmente baratos, proporcionando um
grande poder de compra e melhorando a vida dos trabalhadores,
que não sentiam a necessidade de reivindicar melhores salários, e das
empresas, que podiam importar máquinas e matéria-prima com um custo
muito menor. Desta forma, após vários anos de fracassos econômicos e
recessão, finalmente a economia brasileira começava a se reaquecer.
Entretanto, em janeiro de 1999, após o Brasil passar por uma de suas maiores crises financeiras, o Banco
Central do Brasil determinou que o real deixasse de ter câmbio fixo e
adotasse um câmbio flutuante, seguindo as necessidades do mercado. Após
esta medida, a moeda se desvalorizou grandemente.
Para se ter uma ideia, em 1995, R$1
valia US$ 1,20. Já no final de 2002, devido à preocupação em torno da
instabilidade política no Brasil, o real ficou tão desvalorizado, que
U$1 quase chegou a valer R$4. Mesmo assim, o Plano Real é considerado o
mais bem-sucedido de todos os planos econômicos da história do Brasil.
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