sábado, 11 de novembro de 2017

Bactérias Multirresistentes (MR)

As Bactérias Multirresistentes (MR) estão cada vez mais frequentes nos ambientes hospitalares. Esses tipos de microrganismos possuem a capacidade de resistir aos efeitos de um antibiótico. A resistência aos fármacos pode ser adquirida via: transformação, conjugação, transdução, mutação e seleção natural. A principal medida para reduzir a disseminação de patógenos no ambiente hospitalar é a correta higienização das mãos. A OMS recomenda que a lavagem das mãos deve ocorrer em cinco situações: 
  1. Antes do contato com o paciente;
  2. Antes da realização de procedimento asséptico;
  3. Após a exposição a fluídos corpóreos;
  4. Após contato com o paciente;
  5. Após contato com o ambiente próximo ao paciente. 
O uso dos EPIs recomendados é de extrema importância para evitar a transmissão e a infeccção por seres microscópicos.Os itens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser submetidas à limpeza e desinfecções a cada período em ambientes hospitalares. As Bactérias Multirresistentes (MR) são divididas em três grupos:
  1. MDR (“Multidrug-resistant”) é quando as bactérias são resistentes a um ou mais antimicrobiano de três ou mais categorias testadas.
  2. XDR (“Extensively drug-resistant”) é quando os microrganismos são resistentes a um ou mais antimicrobiano em quase todas categorias (exceto uma ou duas).
  3. PDR (“Pandrug-resistant”) é quando há resistência a todos os agentes antimicrobianos testados.
As MRs mais encontradas em ambientes hospitalares são:
  1. Klebsiella pneumoniae: são bactérias oportunistas e Gram negativas que causam infecções nosocomiais além de causar infecção dos tecidos moles e infecções de incisões cirúrgicas. Normalmente apresentam resistência a cefalosporinas de 3ª ou 4ª geração, monobactâmicos e carbapenens (imipenem ou meropenem) com ou sem mecanismo resistência KPC (enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase).
  2. Enterobacter cloacae: são bactérias Gram negativas que causam infecções do trato urinário, ferida cirúrgica e até mesmo bacteremia . No entanto, as infecções mais frequentes são do tipo nosocomial em pacientes imunocomprometidos.
  3. Escherichia coli: são bactérias as quais certos serotipos podem causar graves intoxicações alimentares. Elas possuem lipopolissacarídeo (LPS) que ativam o sistema imunológico de forma desproporcionada e a vasodilatação excessiva provocada pelas citocinas produzidas pode levar ao choque séptico e morte em casos de septicemia. Podemos classificar essas bactérias em: EPEC, ETEC, EIEC, EHEC, DAEC, EAEC, UPEC e SEPEC.
  4. Stenotrophomonas spp.: Existem dois tipos dessa bactéria, S. africana e S. maltophilia, as quais são aeróbicas e gram negativa. São responsáveis por infecção no trato respiratório.  
  5. Serratia spp.: A infecção por Serratia é responsável por 2% das infecções nosocomiais de corrente sanguínea, do trato respiratório inferior, do trato urinário, feridas cirúrgicas, pele e tecidos em pacientes adultos. Houve surtos de meningite por S. marcescens, infecção da ferida e artrite em enfermarias pediátricas. Esse tipo de bactéria pode causar endocardite e osteomielite nos seres humanos viciados em heroína.
  6. Enterobacter aerogenes: é uma bactéria nosocomial e patogênica que causa infecções oportunistas incluindo a maioria dos tipos de infecções. Normalmente, essa bactéria ocasiona infecção em catéter venoso e procedimentos cirúrgicos.
  7. Burkholderia cepacia: é um grupo de bactérias composto de pelo menos nove espécies diferentes: B. cepacia, B. multivorans, B. cenocepacia, B. vietnamiensis, B. stabilis, B. ambifaria, B. dolosa, B. anthina e B. pyrrocinia. São transmitidas por fluídos ou cateteres contaminados ocasionando infecções no trato respiratório.
  8. Chryseobacterium spp.: São bactérias responsáveis por infecção no trato respiratório e acesso venoso através da má higienização da incubadora. Existem várias espécies desse grupo de bactérias: Chryseobacterium aahli (Loch and Faisal 2014), Chryseobacterium angstadtii (Kirk et al. 2013), Chryseobacterium antarcticum (Yi et al. 2005 e Kämpfer et al. 2009), Chryseobacterium anthropi (Kämpfer et al. 2009), Chryseobacterium aquaticum (Kim et al. 2008), Chryseobacterium arthrosphaerae (Kämpfer et al. 2010), Chryseobacterium artocarpi (Venil et al. 2014), Chryseobacterium balustinum (Harrison 1929 e Vandamme et al. 1994), Chryseobacterium bernardetii (Holmes et al. 2013), Chryseobacterium bovis (Hantsis-Zacharov et al. 2008), Chryseobacterium contaminans (Kämpfer et al. 2014), Chryseobacterium elymi (Cho et al. 2011), Chryseobacterium flavum (Zhou et al. 2007), Chryseobacterium gallinarum (Kämpfer et al. 2014), Chryseobacterium gleum (Holmes et al. 1984 e Vandamme et al. 1994), Chryseobacterium hagamense (Cho et al. 2011), Chryseobacterium indologenes (Yabuuchi et al. 1983 e Vandamme et al. 1994), Chryseobacterium jejuense (Weon et al. 2008), Chryseobacterium kwangjuense (Sang et al. 2013), Chryseobacterium pallidum (Herzog et al. 2008), Chryseobacterium scophthalmum (Mudarris et al. 1994 e Vandamme et al. 1994), Chryseobacterium taiwanense (Tai et al. 2006), Chryseobacterium vietnamense (Li and Zhu 2012) e Chryseobacterium meningosepticum (King 1959).
Existem certas espécies de bactérias que são do tipo MRSA (Methicillin-resistant Staphylococcus aureus). Staphylococcus aureus resistente à meticilina é uma superbactéria tendo como as colónias mais comuns no sistema respiratório e feridas abertas, cateteres intravenosos e sistema urinário. Esta espécie de bactéria matou cerca de 19.000 norte-americanos em 2005, a maioria deles em hospitais, de acordo com um relatório publicado em outubro no Journal of the American Medical Association. A meticilina atua na inibição da síntese da parede celular bacteriana por ligação e inibição competitiva da enzima transpeptidase utilizada pelas bactérias para gerar ligações cruzadas.


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