quarta-feira, 17 de maio de 2017

A Verdade sobre a Al-Qaeda

A Al-Qaeda, nome árabe que significa “A Base”, é uma organização radical islâmica de atuação internacional que foi fundada no ano de 1988. Essa organização tem duas formas principais de atuação: o terrorismo (praticado por meio de ações como atentados a bomba e sequestros) e o jihadismo (combate armado em locais específicos, como a Síria e o Iêmen). Um dos seus principais idealizadores foi o saudita Osama Bin Laden, e o mais terrível ato de terrorismo atribuído a essa organização foi o atentado de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos.


A origem da al-Qaeda, como bem explana o investigador independente e filósofo John Gray “está na Guerra Fria. Ela desenvolveu-se no final da década de 1980, durante a luta contra a invasão soviética do Afeganistão orquestrada pelos EUA, pela Arábia Saudita e pelos governos europeus. Com base nas estruturas operacionais que herdou daquela época, tornou-se o primeiro praticante da guerra não-convencional a ser realmente mundial em suas operações” [1] p. 93.


Além de treinamento tático e domínio de armamento, os combatentes muçulmanos que lutaram no Afeganistão, no início dos anos 1980, também receberam de órgãos como CIA conhecimento de organização de inteligência militar, isto é, a capacidade de montar um comando avançado de operações. Ironicamente, anos mais tarde, imbuídos de ideologia radical oriunda das ideias de intelectuais muçulmanos como Said Qutb, esses combatentes promoveram ataques coordenados aos próprios Estados Unidos.


Said Qutb, que mencionamos acima, foi um professor egípcio que estudou nos EUA e tornou-se, depois, um dos líderes da Irmandade Muçulmana, o berço do radicalismo islâmico do século XX. Na temporada que passou nos EUA, Qutb desenvolveu verdadeira ojeriza pelo modo de vida dos americanos e pela liberdade de que esses gozavam tanto na área política quanto no âmbito dos costumes. Os livros que Qutb escreveu condenando a cultura ocidental tornaram-se os “evangelhos” dos grupos terroristas que se formariam a posteriori no mundo muçulmano. Osama Bin Laden foi uma das lideranças nutridas pelos argumentos de Qutb, argumentos esses apresentados ao saudita pelo irmão do intelectual egípcio, Muhamad, como atesta John Gray:


A ideologia da al-Qaeda é um típico híbrido moderno. Embora afirmem ser expoentes de uma tradição nativa, seus fundadores reinterpretaram o islamismo à luz do pensamento ocidental contemporâneo. Na universidade Rei Abdul Azis em Jedah, Osama Bin Laden teve aulas de estudos islâmicos com Muhamad Qutb, irmão de Said Qutb, o ideólogo que, mais que nenhum outro, inventou o islamismo radical. De certa forma mais moderado que o irmão, Muhamad Qutb ainda assim compartilhava com ele a crença de que o Ocidente sofria de uma “grande fome espiritual”. Passou esta convicção para Bin Laden. [2] pp. 93-94.


Além da tragédia do 11 de setembro de 2001, que produziu quase 3.000 mortos, são atribuídos à Al-Qaeda as seguintes ações: ataque à embaixada americana no Quênia, em Nairóbi, no dia 7 de agosto de 1998; ataque à embaixada americana da Tanzânia, em Dar es Salaam, no mesmo dia do de Nairóbi; explosão do bombardeiro americano USS Cole, que estava atracado no Iêmen, em 12 de outubro de 2000; ataques ao sistema de metrô de Londres, em 7 de julho de 2005; e ataque a tiros à redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo, em Paris, no dia 7 de janeiro de 2015.

 
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