sexta-feira, 24 de junho de 2016

Campina Grande e o "Maior São João do Mundo"

Trem do Forró no Maior São João do Mundo
O Maior São João do Mundo é um evento anual realizado pela prefeitura de Campina Grande, no estado da Paraíba (Brasil) durante o mês de junho. Trata-se de uma tradicional festa junina. Na cultura do Nordeste Brasileiro é muito típico comemorar o dia de São João através de espetáculos, danças e quadrilhas.Antes do evento ser criado, já se dançava forró e se comemorava o São João em Campina Grande. 

As festas de São João, Santo Antônio e São Pedro eram comemoradas com animação entre familiares e amigos convidados para as festas particulares, em volta de grandes fogueiras. Havia dança de forró em sítios, granjas e fazendas. Outros lugares onde se costumava festejar esses dias eram no Aero-club de Campina Grande, no Clube dos Caçadores e na Juventude Franciscana, que funcionava no auditório do Convento São Francisco

Além destes, o forró pé-de-serra era dançado nos clubes Paulistano, Ipiranga, Flamengo e Forró de Alcatrão. Mesmo nessa época, artistas famosos vinham prestigiar a cidade com suas apresentações: Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda, Marinês e Sua Gente, Abdias do Fole de Oito Baixos, Conjunto Zé Lagoa, Antônio Barros e Ceceu, Elino Julião, João Gonçalves, Zé e Manoel Calixto. Nos bairros de Campina, havia organizações de quadrilhas em várias ruas, em participação massiva da comunidade. Alguns patrocinantes era o Café São Braz e o Café Aurora, que davam as bandeirolas e o som. O prefeito da época, Ronaldo Cunha Lima, vendo a potencialidade das festividades juninas na cidade, resolveu concentrar as festas no centro da cidade, aumentando a participação do povo campinense. Nasce, assim, o Maior São João do Mundo.

Desde a sua primeira edição, o evento é realizado no Parque do Povo.Para a construção do Parque do Povo houve duas etapas. Primeiramente, uma palhoça com piso feito com cimento queimado foi construída. Palhas de coqueiros foram usadas para cobrir a palhoça e ornamentação da área, que era conhecida como Coqueiros de Zé Rodrigues. Um "mutirão" foi organizado para fazer o São João naquela área.Tendo a organização sido feita de última hora, os integrantes do mutirão estavam a pregar bandeirolas e a esperar o cimento secar poucas horas antes do início do evento.

Depois disso, foi sucesso absoluto. Das mil camisas que mandaram fabricar para venda no primeiro São João, tiveram que completar 12 mil, pois os pedidos eram muitos. Esse número foi crescendo nos outros anos, tendo aumentado para 25 mil e 30 mil nos próximos 2 anos.Tendo o prefeito Ronaldo Cunha Lima visto o sucesso atingido, fez toda a área do futuro Parque do Povo ser urbanizada e a Pirâmide do Parque do Povo ser construída. Além disso, também por conta do sucesso do evento, as casas de show Spazzio, Forrock, Vilá Forró, Vale do Jatobá, dentre outras, foram construídas em Campina.

Com o tempo, todas as atrações, barracas e tudo que se encontra no São João de Campina foram aparecendo: comidas típicas, artesanatos, os palcos, quadrilhas, ilhas de forró, cenários, casamento coletivo, trem do forró, etc.Essa iniciativa de promover o São João de Campina Grande, tomada pelo ex-prefeito Enivaldo Ribeiro e depois poeta-prefeito Ronaldo Cunha Lima e sua equipe de governo, repercutiu além da região polarizada pelo município, projetando a cidade no calendário do turismo de eventos do País e levando a EMBRATUR a inserir e consagrar a marca "Maior São João do Mundo" entre os principais festejos populares brasileiros.

Em 2006, por iniciativa do prefeito Veneziano Vital do Rego, o layout d'O Maior São João do Mundo foi alterado para O Maior São João é Campeão do Mundo, a fim de oferecer mais espaço e organização para o evento. O novo layout e a programação da festa junina para 2006 foram apresentados no Centro Cultural Lourdes Ramalho no dia 16 de maio de 2006.Na nova apresentação do São João no Parque do Povo está totalmente enfeitado com as cores do Brasil, as "ruas" entre as barracas estão mais largas do que nos anos anteriores. Além disso, cada rua e beco ganhou um nome, tornando fácil a identificação de um local específico no meio de tantas barracas, além de deixar o aspecto do ambiente mais amigável. 

Alguns nomes de ruas foram escolhidos para fazer homenagem aos nomes de ruas da Campina Grande antiga, como a Rua da Matriz, hoje Avenida Floriano Peixoto (onde fica a antiga matriz, a Catedral de Campina Grande) e a Rua Grande, hoje Rua Maciel Pinheiro, onde moravam os mais ricos no início do Século XIX e que hoje é uma rua importante para o comércio. Com o novo layout, as barracas estão uniformizadas, com telhados idênticos, mas com aparência própria.

Outra modificação para o São João de 2006 foi um destaque maior para a Pirâmide. Ela recebeu uma pintura nova das cores da bandeira do Brasil. Antes de 2006 ela era utilizada como palco de forró de maneira semelhante às ilhas de forró espalhadas pelo Parque do Povo, a partir dessa edição, a pirâmide recebeu as apresentações de quadrilhas, que antes acontecia em um palco no começo do Parque do Povo. A réplica da catedral foi movida para uma área anterior, desocupando a "praça" do parque, que antes ficava escondida por conta da igreja.

A Pirâmide é o espaço coberto, que durante as festas juninas ocorre campeonato das quadrilhas das cidades próximas de Campina Grande e onde forrozeiros podem dançar sem se preocupar com as frequentes chuvas do inverno, que acontecem em junho(que hoje quase nunca acontece). Dentro da programação do São João se destaca o Expresso do Forró, um passeio de trem que acontece nos fins de semana do evento e que leva seus passageiros da Estação Velha, em Campina, até o distrito de Galante, um belo lugarejo repleto de turistas, onde a animação toma conta das ruas e pavilhões. O trajeto de ida e volta é feito em uma locomotiva toda decorada com motivos juninos, onde em cada vagão se apresenta um autêntico trio de forró. Ao chegarem a Galante os passageiros são recepcionados por quadrilhas juninas e podem se acomodar em pavilhões, onde podem degustar iguarias típicas, ou dançar o forró ao som de várias atrações. A paisagem rural é um convite a um passeio, seja a pé ou de charrete, onde se pode sentir o clima acolhedor da população.

Além das danças e das festas, o São João de Campina Grande Campina oferece diversas outras atrações: em uma delas, o Parque do Povo virá palco de casamento, durante o dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, quando são realizadas dezenas de casamentos conjuntos, no Casamento Coletivo. Muitas pessoas sem poder aquisitivo realizam o sonho do casamento em festas com tudo pago pela Prefeitura da cidade. Já no dia de São João, são reservadas as melhores atrações e Campina Grande recebe o estrondo de dezenas de fogos de comemoração, por mais de 10 minutos.

Um ponto muito importante para visitação turística é o Sítio São João: um cenário rural de 800 metros quadrados, que fica no Arraial Luiz Gonzaga e que reproduz o cotidiano de um sítio do passado no interior nordestino. Ao todo, encontram-se uma Igreja, bodega, uma casa de Mangaio, Casa de Farinha (principal atividade econômica da época) e a casa do morador, que por possuir utensílios e rudimentos utilizados na época, faz o visitante voltar no tempo.Outro lugar interessante é a reprodução da época que Campina Grande ainda era vila: a "Vila Nova da Rainha". São 15 casinhas, uma igreja e um coreto, tudo construído em uma arquitetura semelhante a original, onde os turistas podem fazer suas compras de artesanato e confeccionados, produzidos a partir de diversas matérias-primas como madeira, estopa, bucha vegetal, sisal, barro, couro ou tecido. É no pátio das casinhas que acontecem as tradicionais brincadeiras do pau-de-sebo, corrida de saco, burreata, adivinhações… além das corridas de jegue e da fogueira.

Neste lugar, pode-se ver réplicas de lugares importantes da cidade, formando uma cidade artesanal, como a Catedral de Nossa Senhora da Conceição (18 metros de altura), a primeira igreja de Campina e atual catedral da Cidade. Réplicas do Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande e do Cassino Eldorado (8,5 m) também podem ser encontradas. Tanto o museu quanto o cassino eram grandes atrações nacionais que se apresentavam na cidade nas décadas de 30 e 50. Até hoje o cassino se encontra na Rua Manuel Pereira de Araújo, na feira Central. Em 2005, fizeram a pavimentação desta área de 2.900 , facilitando as danças, tornando-as mais cômodas.

Para quem quer dançar muito forró, além dos shows que ocorrem nos 6 palcos, existem 5 Ilhas de Forró distribuídas ao longo do Parque do Povo. Essas ilhas são espaços reservados para danças onde se toca o autêntico forró pé-de-serra. Durante as 30 noites de festas, passam por essas ilhas 90 trios de forró, juntando uma quantidade imensa de pessoas que realmente estão ali para dançar forró de verdade, pois a concentração de forrozeiros é muito grande. As ilhas são palhoças com um espaço relativamente grande, caracterizadas como as palhoças juninas da zona rural.

A fim de tornar o cenário ainda mais em clima junino, todos os anos monta-se uma fogueira gigante, a Fogueira Cenográfica, dentro do Parque do Povo. São 20 metros de altura e é construída a partir de cola, poliuretano, tecido, dentre outros. Ao ver a fogueira, qualquer um diria que foi feita de madeira, de tão perfeita que foi sua construção.Dessa vez é na Pirâmide, um espaço aberto e privilegiado pela sua extensão grandiosa, onde os forrozeiros podem dançar bem a vontade sem se preocupar com o espaço. Por aqui passarão 35 atrações.


 INFORNATUS




Nenhum comentário:

Postar um comentário