Recife - Pe |
Recife
é um município e capital do estado de Pernambuco,
no Brasil.
Pertence à Mesorregião Metropolitana do Recife
e à Microrregião do Recife. Com cerca de
218,435 km², a cidade é constituída principalmente por uma planície aluvial. Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, em 2013 o município possuía uma população de
1 599 513 habitantes. A cidade é sede da Região Metropolitana do Recife, a
mais populosa área metropolitana do Norte-Nordeste e quinta do
Brasil, com 3,7 milhões de habitantes, além de terceira metrópole mais
densamente habitada do país, superada apenas por São Paulo
e Rio
de Janeiro, e quarta maior rede urbana do Brasil em
população, com área de influência que abrange outras capitais, como João
Pessoa, Maceió
e Natal.
Metrópole mais
rica do Norte-Nordeste em PIB PPC, o Recife desempenha um forte
papel centralizador em seu estado e região, abrigando grande número de sedes
regionais e nacionais de instituições e empresas públicas e privadas, como o Comando Militar do Nordeste, a SUDENE, a Eletrobras
Chesf, o TRF da 5ª Região, o Cindacta III, o
II COMAR, a SRNE da Infraero, a SRNE do INSS, a TV
Globo Nordeste, a Votorantim Cimentos N/NE, a Queiroz
Galvão, entre outras, além de possuir o maior número de consulados
estrangeiros fora do eixo Rio-São Paulo, sendo inclusive a única cidade, com exceção
de São Paulo e do Rio de Janeiro, que tem Consulados-Gerais
de países como Estados Unidos, França e Reino Unido.
A metrópole pernambucana está atrás somente de Brasília,
Rio de Janeiro e São Paulo na hierarquia da gestão federal.
A cidade do Recife foi eleita por pesquisa
encomendada pela MasterCard Worldwide como uma das 65 cidades com economia
mais desenvolvida dos mercados emergentes no mundo. Apenas cinco cidades
brasileiras entraram na lista, tendo o Recife recebido a quarta posição, após São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e
à frente de Curitiba.Segundo a consultoria britânica PricewaterhouseCoopers, o Recife será uma das
100 cidades mais ricas do mundo em 2020, à frente de cidades como Munique, Nápoles, Shenyang e Amsterdã.O Recife destaca-se por possuir o maior parque
tecnológico do Brasil, o Porto Digital o segundo maior polo médico do
Brasil os maiores PIB per capita e rendimento per
capita entre as capitais da Região
Nordeste a melhor universidade do Norte-Nordeste, a Universidade Federal de Pernambuco
o nono maior número de arranha-céus das Américas o
melhor aeroporto
do Brasil, o Aeroporto Internacional do Recife
e sua região metropolitana, o Complexo Industrial e
Portuário de Suape, que abriga o Porto
de Suape (melhor porto do Brasil), o Estaleiro Atlântico Sul (maior estaleiro do Hemisfério
Sul), entre outros empreendimentos. Destaca-se ainda por ser a capital
nordestina com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH), segundo dados da ONU
de 2010, calculado
como de 0.772, figurando como a capital mais alfabetizada, com a menor incidência de pobreza
e a com a maior renda
média domiciliar mensal do Nordeste do país.
Com um grande potencial turístico e forte vocação
para o turismo de negócios, frequentemente a cidade é escolhida como sede de
diversos eventos, como simpósios, jornadas e congressos: a Região Metropolitana do Recife foi o
terceiro polo de eventos internacionais no Brasil em 2011, atrás somente de São Paulo e Rio de Janeiro, graças ao
desempenho do Recife e de Porto
de Galinhas.Uma das regiões mais antigas das Américas e
principal centro financeiro do Brasil
Colônia até meados do século
XVIII, a metrópole pernambucana abriga importantes cidades históricas entre
os seus 14 municípios, como a própria cidade do Recife, Igarassu, além
de Olinda, cujo centro histórico é Patrimônio Cultura da Humanidade pela UNESCO.
Dentre as muitas alcunhas atribuídas ao Recife,
"Veneza Brasileira" é a mais conhecida. O romancista francês Albert
Camus, Prêmio Nobel de Literatura de 1957, esteve no Recife
em 1949, e comparou
a capital pernambucana a outra cidade italiana ao descrevê-la, em seu livro Diário
de Viagem, como a "Florença dos Trópicos".O nome "Recife" provém da palavra
"arrecife",
grande barreira rochosa de arenito (recifes) que se estende por toda a sua
costa, formando piscinas naturais. O termo "arrecife" vem de
"al-raçif", que em árabe significa "calçada", ou seja, a
calçada do mar.Geralmente, o nome do município dentro de frases
é antecedido de artigo masculino, como acontece com os municípios
do Rio de Janeiro, do Crato,
do Cabo de Santo Agostinho e outros. A esse
respeito, muitos intelectuais recifenses e pernambucanos já se pronunciaram,
entre eles Gilberto Freyre, em seu livro "O Recife, sim!
Recife, não!", em 1960. Sobre o tema, se pronunciou o historiador pernambucano
José Antônio Gonçalves de Melo: "Porque se originou de um acidente
geográfico - o recife ou o arrecife - a designação do Recife não prescinde do
artigo definido masculino: o Recife e nunca Recife." Por outro lado, o
gramático Napoleão Mendes de Almeida afirma, em
longo arrazoado, que não se deve usar o artigo definido para fazer referência à
cidade, mas apenas ao bairro homônimo: "o bairro do Recife na cidade de
Recife".
Por volta do ano 1000, os índios tapuias que
ocupavam a região da atual cidade do Recife foram expulsos para o interior do
continente por povos tupis
procedentes da Amazônia. Quando os portugueses chegaram à região, no século
XVI, a mesma era ocupada pelo povo tupi dos caetés . O atual município do Recife tem sua origem
intimamente ligada ao município de Olinda. No foral (carta de direitos feudais) de Olinda, concedido por
Duarte Coelho em 1537,
há uma referência a "Arrecife dos navios", um lugarejo habitado por
mareantes e pescadores.O Recife permaneceu português até a independência do
Brasil, com a exceção de um período de ocupação holandesa
entre 1630 e 1654.Durante os anos anteriores à invasão da Companhia das Índias Ocidentais, o
povoado do Recife existiu apenas em função do porto e à sombra da sede Olinda, local que a
aristocracia escolheu para residir devido à sua localização elevada, que
facilitava a defesa. Ergueram-se fortificações e paliçadas em defesa do povoado
e do porto do Recife, todas elas voltadas para o mar. Os temores voltavam-se
para o oceano por conta dos constantes ataques ao litoral da América Portuguesa
pela navegação de corso e pirataria. Ainda no final do século
XVI, o "povo dos arrecifes" foi atacado e saqueado pelo pirata inglês
James
Lancaster que, com três navios, derrotou a pequena guarnição responsável
pela defesa do porto. Entre os anos de 1620 e 1626, o então governador Matias de Albuquerque procurou estabelecer
posições fortificadas no porto do Recife a fim de que se pudesse evitar outro
ataque como aquele, bem como dissuadir a Companhia das Índias Ocidentais da
ideia empreendida na Bahia
em 1624.
Em 1630, a Companhia das Índias Ocidentais
invade a Capitania de Pernambuco, então a mais rica
capitania do Brasil Colônia e maior produtora de açúcar do mundo.No Recife holandês, foi iniciada a construção de Mauritsstad
(Cidade Maurícia, ou Mauriceia). O Recife foi a capital do Brasil
Holandês durante 24 anos, tendo sido governada de 1637 a 1644 pelo conde
alemão (a serviço da Companhia das Índias Ocidentais - West
Indische Compagnie) Maurício de Nassau. O império
holandês nas Américas era composto na época por uma cadeia de fortalezas que
iam do Ceará
à embocadura do rio São Francisco, ao sul de Alagoas. Os
holandeses também possuíam uma série de feitorias na Guiné e Angola, situadas no
outro lado do Atlântico, o que lhes dava controle sobre o açúcar e o
tráfico negreiro, administradas pela Companhia das Índias Ocidentais.Vista da Cidade
Maurícia (1645). Gravura em água forte de Pieter Schenck baseada em desenho
de Frans
Post para o livro Rerum in Brasilia et alibi gestarum, de Caspar
Barlaeus.
O conde desembarcou na Nieuw Holland, a Nova
Holanda, em 1637,
acompanhado por uma equipe de arquitetos e engenheiros. Nesse ponto começa a
construção de Mauritsstad, que foi dotada de pontes, diques e canais para vencer as
condições geográficas locais. O arquiteto Pieter Post
foi o responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios como o Palácio de
Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda, e do primeiro observatório astronômico do Continente Americano.Recife
foi a mais cosmopolita cidade das Américas
durante o governo do conde alemão (a serviço da coroa holandesa) Maurício de Nassau. O Marco Zero, cartão postal da cidade.Maurício de Nassau realizou uma política de
tolerância religiosa frente aos católicos
e calvinistas.
Além disso, permitiu a migração de judeus ao Recife e a criação de uma sinagoga, a Kahal Zur Israel, inaugurada em 1642 e
considerada o primeiro templo judaico
das Américas.
A Kahal Zur Israel, no Recife, foi a
primeira sinagoga
das Américas.
Nassau era também um entusiasta da ciência e das
belas artes. Ao embarcar para o Brasil, trouxe uma plêiade de naturalistas e
pintores para retratar e estudar a novo continente. Entre estes destacam-se os
pintores Frans
Post e Albert Eckhout, que retrataram as paisagens e os
exóticos habitantes locais, o médico Willem Piso
e o naturalista alemão Georg Marggraf, que estudaram a fauna e a flora, a
farmacopeia local e as doenças tropicais.Nassau retornou à Holanda
em 1644, demitido
devido a desentendimentos com as autoridades da Companhia, que não se
contentaram com o nível de lucros das possessões brasileiras. Os novos
governantes holandeses entraram em conflito com a população, desencadeando a
partir de 1643 uma insurreição - a chamada Insurreição Pernambucana - que terminaria
com a expulsão definitiva dos holandeses em 1654. A economia
açucareira local passou a enfrentar a competição das Antilhas Holandesas, para onde os holandeses
levaram a tecnologia da produção de açúcar.
Com a colônia holandesa tomada pelos portugueses,
os judeus receberam um prazo de três meses para partir ou se converter ao
catolicismo. Com medo da fogueira da Inquisição,
quase todos venderam o que tinham e deixaram o Recife em 16 navios. Parte da
comunidade judaica expulsa de Pernambuco fugiu para Amsterdã,
e outra parte se estabeleceu em Nova York. Através deste último grupo a Ilha
de Manhattan, atual centro financeiro dos Estados
Unidos, conheceu grande desenvolvimento econômico; e descendentes de judeus
egressos do Recife tiveram participação ativa na história estadunidense:
Gershom Mendes Seixas, aliado de George
Washington na Guerra de Independência dos
Estados Unidos; seu filho Benjamin. Mendes Seixas, fundador da Bolsa de Valores de Nova York;
Benjamin Cardozo, juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos
ligado a Franklin Roosevelt; entre outros.Em 15 de maio de 1645, reunidos no Engenho de São João, 18 líderes insurretos
pernambucanos assinaram compromisso para lutar contra o domínio holandês
na capitania.Com o acordo assinado, começa o contra-ataque à invasão holandesa.A primeira vitória importante dos insurretos se deu
no Monte das Tabocas, (hoje localizada no
município de Vitória de Santo Antão) onde 1200 insurretos mazombos armados de
armas de fogo, foices, paus e flechas derrotaram numa emboscada 1900 holandeses
bem armados e bem treinados.O sucesso deu ao líder Antônio Dias Cardoso o apelido de Mestre
das Emboscadas. Os holandeses que sobreviveram seguiram para Casa Forte,
sendo novamente derrotado pela aliança dos mazombos, índios
nativos e escravos
negros. Recuaram novamente para as casas-forte
em Cabo de Santo Agostinho, Pontal de Nazaré, Sirinhaém,
Rio
Formoso, Porto Calvo e Forte Maurício, sendo sucessivamente
derrotados pelos insurretos.
O lugar
onde foi erguido o Palácio da Justiça de Pernambuco (foto)
pertenceu ao impontente Palácio de Friburgo, local de residência e de
despachos de Maurício de Nassau demolido no século XVIII.Por fim, Olinda foi
recuperada pelos rebeldes. Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa que
ficou conhecida como Nova Holanda, indo do Recife a Itamaracá, os invasores começaram a sofrer com a
falta de alimentos, o que os levou a atacar plantações de mandioca nas
vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. Em 24 de abril
de 1646, ocorreu a
famosa Batalha de Tejucupapo, onde mulheres camponesas armadas de utensílios
agrícolas e armas leves expulsaram os invasores holandeses, humilhando-os
definitivamente. Esse fato histórico consolidou-se como a primeira importante
participação militar da mulher na defesa do território brasileiro. Devido à Primeira Guerra Anglo-Neerlandesa,
a República Holandesa não pôde auxiliar os
holandeses no Brasil. Com o fim da guerra contra os ingleses, a Holanda exige a
devolução da colônia em maio de 1654. Sob ameaça de uma nova invasão do Nordeste brasileiro, Portugal cede à
exigência dos holandeses que Portugal pague 4 milhões de cruzados entre um
período de 16 anos. Porém, em 6 de agosto de 1661, a Holanda cede
formalmente o Nordeste brasileiro a Portugal através da Paz de Haia.
A Capitania de Pernambuco lutava por
reconstruir suas duas principais cidades - Recife e Olinda - destruídas com as
lutas contra os invasores holandeses.Os senhores de engenho,
radicados em Olinda e com reservas quanto ao porto do Recife, acreditavam
merecer maiores reconhecimentos da Coroa Portuguesa, pelo contributo na
expulsão dos neerlandeses.Portugal, entretanto, mandou para governar a Capitania
Jerônimo de Mendonça Furtado, um estranho, contrariando assim os interesses de
muitos pernambucanos, que se julgavam merecedores de ocupar a função, e não um estrangeiro.Mendonça Furtado era apelidado pejorativamente de
Xumberga (ou, nalgumas outras versões, Xumbregas) - referência ao
general alemão Von Schomberg, mercenário que lutara na Guerra da Restauração, por ter um bigode
semelhante ao dele. O estopim do movimento, que culminou com a prisão e
deposição do governador, foi a estada, no porto do Recife, de uma esquadra
francesa, que por ordem da Corte, foram bem tratados. Os insurgentes fizeram
divulgar a notícia de que o governador estaria a serviço dos estrangeiros, que
preparavam um ataque à província, e seu consequente saque.
Guerra dos Mascates (1710-1711)
Após a invasão holandesa, muitos comerciantes
vindos de Portugal
- chamados pejorativamente de "mascates" - estabelecem-se no Recife,
trazendo prosperidade à vila. O desenvolvimento do Recife foi visto com
desconfiança pelos olindenses, em grande parte formada por senhores de engenho
em dificuldades econômicas. O conflito de interesses políticos e econômicos
entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses deu origem à Guerra dos Mascates, durante a qual o Recife
foi palco de combates e cercos.A Guerra dos Mascates é considerada como um
movimento nativista, precursor da Independência do Brasil, pela historiografia
em História do Brasil.
Revolução Pernambucana (1817)
A chamada Revolução Pernambucana, também conhecida
como "Revolução dos Padres", eclodiu em 6 de
março de 1817 na
então Província de Pernambuco. Dentre as suas causas destacam-se a crise
econômica regional, o absolutismo monárquico português e a
influência das ideias Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas.O movimento iniciou com ocupação do Recife, em 6 de
março de 1817. No regimento de artilharia, o capitão José de Barros Lima,
conhecido como Leão Coroado, reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada
o comandante Barbosa de Castro. Depois, na companhia de outros militares
rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir
o avanço das tropas monarquistas. O governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro
refugiou-se no Forte do Brum, mas, cercado, acabou se rendendo.O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva
e de Frei
Caneca. Tendo conseguido dominar o Governo Provincial, se apossaram do
tesouro da província, instalaram um governo provisório e proclamaram a
República.A repercussão da Revolução Pernambucana
contribuiu para facilitar o processo de emancipação de Alagoas, que
logrou obter autonomia pelo Decreto de 16 de setembro de 1817. O desmembramento
da Comarca de Alagoas da jurisdição de Pernambuco foi sancionado por D. João VI.
Confederação do Equador (1824)
A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário, de caráter emancipacionista
(ou autonomista)
e republicano
ocorrido em Pernambuco. Representou a principal reação contra a tendência absolutista
e a política centralizadora do governo de D.
Pedro I (1822-1831), esboçada na Carta Outorgada de 1824, a primeira
Constituição do país. O conflito possui
raízes em movimentos anteriores na região: a Guerra dos Mascates e a Revolução
Pernambucana, esta última de caráter republicano.
O centro irradiador e a liderança da revolta couberam à província de
Pernambuco, que já se rebelara em 1817 e enfrentava dificuldades econômicas. Além da crise, a
província se ressentia ao pagar elevadas taxas para o Império, que as
justificava como necessárias para levar adiante as guerras provinciais
pós-independência (algumas províncias resistiam à separação de Portugal).Pernambuco esperava que a primeira Constituição
do Império seria do tipo federalista, e daria autonomia para as províncias
resolverem suas questões.Como punição a Pernambuco, D. Pedro I determinou,
através de decreto de 07/07/1825, o desligamento do extenso território da
Comarca do Rio São Francisco (atual Oeste Baiano), passando-o, inicialmente,
para Minas Gerais e, depois, para a Bahia.
Revolta Praieira (1848-1850)
A Revolta
Praieira, também denominada como "Insurreição Praieira",
"Revolução Praieira" ou simplesmente "Praieira", foi um
movimento de caráter liberal e separatista
que eclodiu, durante o Segundo Reinado, na província de Pernambuco, entre 1848 e 1850.A Última das revoltas provinciais está ligada às
lutas político-partidárias que marcaram o Período Regencial e o início do Segundo Reinado.
Sua derrota representou uma demonstração de força do governo de D. Pedro II (1840-1889).O Recife é a capital do sétimo estado mais
populoso do Brasil, Pernambuco, situando-se próximo ao paralelo
8º04'03'' sul e do meridiano 34º55'00'' oeste. Ocupa uma área de
218,435 quilômetros quadrados, e se limita com os municípios de Jaboatão dos Guararapes, São Lourenço da Mata, Camaragibe,
Paulista e Olinda. É sede da Região Metropolitana do Recife
(RMR), a sexta maior aglomeração urbana do Brasil (2010),e sua área de
influência direta abrange grande parte dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas.
A cidade do Recife está situada sobre uma planície aluvional (fluviomarinha), constituída por ilhas, penínsulas,
alagados e manguezais
envolvidos por 5 rios: Beberibe, Capibaribe,
Tejipió
e braços do Jaboatão e do Pirapama,
conferindo-lhe características peculiares. Essa planície é circundada por
colinas em arco que se estendem do norte ao sul, de Olinda até Prazeres
(Jaboatão).O Recife é conhecido como "Veneza
Brasileira" graças à semelhança fluvial com a cidade
europeia de Veneza. Cercado por
rios e cortado por pontes, é cheio de ilhas e mangues. Ali
acontece o encontro dos rios Beberibe e Capibaribe
que deságuam no Oceano Atlântico. O município conta com dezenas de
pontes, entre elas a mais antiga da América Latina, a Ponte Maurício de Nassau. A altitude média
em relação ao nível do mar é de 4 metros, porém há algumas áreas do município
que se localizam 2 metros abaixo do nível do mar, segundo o estudioso Fernando
Bruce. O município se localiza na latitude de 8º 04' 03''S e longitude de 34º
55' 00''O. O Recife tem um clima tropical
úmido de monções (tipo Am na classificação climática de
Köppen-Geiger), com alta umidade relativa do ar. Apresenta temperaturas
equilibradas ao longo do ano devido à proximidade com o mar, com médias em
torno dos 26 ºC. Janeiro possui as temperaturas mais altas, sendo a máxima
de 30 °C e a mínima de 22 °C, com muito sol. Julho possui as
temperaturas mais baixas, sendo a máxima de 27 °C e a mínima de
20 °C, com muita precipitação.
Nos dias mais quentes do verão a temperatura pode chegar a 35°C em alguns
bairros, e a mínima ser de 28 °C. Nos dias mais frios, a temperatura
máxima pode ser de 23 °C, e a mínima ser de 16 °C. A característica
distintiva desta área é o regime de precipitações, que apresenta totais
pluviométricos elevados, em torno de 1 500 milímetros, com chuvas
concentradas nos meses de outono e inverno. Embora não exista estação
verdadeiramente seca, as grandes chuvas ocorrem entre abril e julho. Chuvas
torrenciais acompanhadas de trovoadas podem ocorrer, principalmente no inverno.
Chegadas de frentes frias, apesar de muito raras, também podem acontecer. A
maior enchente registrada no Recife foi em julho de 1975. Ventanias também são
comuns, como a que ocorreu em 18 de fevereiro de 2010, quando uma rajada de
vento de 86 km/h destelhou casas. Nevoeiros são
comuns na cidade nos meses mais chuvosos. O nevoeiro mais forte que o Recife já
registrou foi no dia 30 de outubro de 1998, onde a cidade amanheceu cinzenta
devido a uma inversão térmica.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET), entre 1961 e 2013, a menor já registrada na capital pernambucana
(estação meteorológica de Curado)
foi de 15 °C nos dias 2 de setembro de 1965 e 4 de agosto de 1988, e a
maior atingiu 35,1 °C em 21 de março de 1988. Os dez maiores acumulados de
chuva registrados em 24 horas foram de 335,8 milímetros em 11 de agosto de
1970, 235 milímetros em 24 de maio de 1986, 185,9 milímetros em 1º de agosto de
2000, 176,4 milímetros nos dias 29 de julho de 1990 e 12 de junho de 1965,
165,3 milímetros em 22 de abril de 1973, 162,8 milímetros em 29 de junho de
1990, 162 milímetros em 21 de julho de 1973, 159,7 milímetros em 10 de junho de
1980 e 154,2 milímetros em 8 de abril de 1986. O maior volume de chuva
registrado em um mês foi de 770,4 milímetros em abril de 1973.
INFORNATUS
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