Para saber se um ano será bissexto na regra
gregoriana que usamos até hoje faz-se a seguinte conta:
Tente dividir o ano por 4. Se o resto for
diferente de 0, ou seja, se for indivisível por 4, ele não é bissexto. Se for
divisível por 4, é preciso verificar se o ano acaba em 00 (zero duplo). Em caso
negativo, o ano é bissexto. Se terminar em 00, é preciso verificar se é
divisível por 400. Se sim, é bissexto; se não, é um ano normal.
Achou confuso? Vejamos na prática como
funciona a regra. Tomemos 2008 como exemplo. 2008 é um número
divisível por 4 (o resultado é 502) e que não acaba em 00. Logo, esse ano é
bissexto. Já o ano 1900 não foi bissexto: é divisível por 4, termina em 00, mas
não é divisível por 400. O ano 2000, por sua vez, foi bissexto: é divisível por
4, termina em 00 e é divisível por 400.
A regra de Gregório 13, apesar
de ser a mais exata das que existiram, também não resolve totalmente o
problema. A cada 3.300 anos seguindo essa regra, o calendário
gregoriano terá uma defasagem de 1 dia. Assim, no ano 4.882, o nosso
calendário vai estar um dia adiantado com relação ao início da primavera.
Ainda não há uma solução planejada para tal ano, já que os astrônomos de hoje
em dia resolveram deixar a preocupação para os seus colegas do futuro.
Porque o dia a mais é em fevereiro?
Comecemos explicando por que fevereiro é
mais curto que os outros meses.
O primeiro calendário romano foi supostamente
bolado por Rômulo (mitologicamente, um dos fundadores de Roma), por volta de
753 a.C. Ele só tinha 10 meses, de 30 ou 31 dias, e o ano durava 304 dias ao
todo, segundo o professor de astronomia Roberto Boczko, da USP.
Essa folhinha não estava em sincronia com as
estações do ano e, quando o sucessor Numa tomou o poder, instituiu um novo
calendário, baseado nas fases da lua com 12 meses de 29 ou 31 dias. Nenhum
deles tinha 30 dias porque, nessa época, acreditava-se que os números
pares desagradavam aos deuses e, por isso, eram sinal de azar. A soma
dos dias do ano, porém, era par (356 dias). Para que o ano inteiro não fosse
considerado azarado por ser par, decidiu-se que um mês teria de ser
“sacrificado” e ter um número par de dias para que o ano somasse 355 dias.
O escolhido foi fevereiro, considerado na
época um mês ruim (“o nome 'fevereiro' foi dado justamente por aquele
ser o mês das febres, das cobranças e das execuções judiciárias”, conta
Boczko). Arredondar para 28 dias, em vez de 30, foi uma escolha
estratégica: o mês azarado deveria acabar o mais rápido possível. Quando
surgiu a necessidade de acrescentar um dia ao ano, nada melhor que colocá-lo no
mês mais curto.
INFORNATUS
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