sábado, 3 de maio de 2014

Aprenda o Cálculo Para Saber se o Ano é Bissexto



Para saber se um ano será bissexto na regra gregoriana que usamos até hoje faz-se a seguinte conta:

Tente dividir o ano por 4. Se o resto for diferente de 0, ou seja, se for indivisível por 4, ele não é bissexto. Se for divisível por 4, é preciso verificar se o ano acaba em 00 (zero duplo). Em caso negativo, o ano é bissexto. Se terminar em 00, é preciso verificar se é divisível por 400. Se sim, é bissexto; se não, é um ano normal. 

Achou confuso? Vejamos na prática como funciona a regra. Tomemos 2008 como exemplo. 2008 é um número divisível por 4 (o resultado é 502) e que não acaba em 00. Logo, esse ano é bissexto. Já o ano 1900 não foi bissexto: é divisível por 4, termina em 00, mas não é divisível por 400. O ano 2000, por sua vez, foi bissexto: é divisível por 4, termina em 00 e é divisível por 400.

A regra de Gregório 13, apesar de ser a mais exata das que existiram, também não resolve totalmente o problema. A cada 3.300 anos seguindo essa regra, o calendário gregoriano terá uma defasagem de 1 dia. Assim, no ano 4.882, o nosso calendário vai estar um dia adiantado com relação ao início da primavera. Ainda não há uma solução planejada para tal ano, já que os astrônomos de hoje em dia resolveram deixar a preocupação para os seus colegas do futuro.

Porque o dia a mais é em fevereiro?

Comecemos explicando por que fevereiro é mais curto que os outros meses.

O primeiro calendário romano foi supostamente bolado por Rômulo (mitologicamente, um dos fundadores de Roma), por volta de 753 a.C. Ele só tinha 10 meses, de 30 ou 31 dias, e o ano durava 304 dias ao todo, segundo o professor de astronomia Roberto Boczko, da USP.

Essa folhinha não estava em sincronia com as estações do ano e, quando o sucessor Numa tomou o poder, instituiu um novo calendário, baseado nas fases da lua com 12 meses de 29 ou 31 dias. Nenhum deles tinha 30 dias porque, nessa época, acreditava-se que os números pares desagradavam aos deuses e, por isso, eram sinal de azar. A soma dos dias do ano, porém, era par (356 dias). Para que o ano inteiro não fosse considerado azarado por ser par, decidiu-se que um mês teria de ser “sacrificado” e ter um número par de dias para que o ano somasse 355 dias.

O escolhido foi fevereiro, considerado na época um mês ruim (“o nome 'fevereiro' foi dado justamente por aquele ser o mês das febres, das cobranças e das execuções judiciárias”, conta Boczko). Arredondar para 28 dias, em vez de 30, foi uma escolha estratégica: o mês azarado deveria acabar o mais rápido possível. Quando surgiu a necessidade de acrescentar um dia ao ano, nada melhor que colocá-lo no mês mais curto.




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