Natural do Rio Grande do Sul, o marechal Artur da Costa e
Silva assumiu a presidência do Brasil em 1967, após vencer as eleições
indiretas como candidato
único pelo ARENA, partido dos militares. Seu governo ficou marcado pela
institucionalização da ditadura e a intensificação da repressão
policial-militar contra os grupos opositores ao governo.
Na área econômica, Costa e Silva teve no combate à
inflação seu principal objetivo. De fato, elaborou o Plano de Ação
Econômica do Governo (PAEG), uma espécie de planejamento governamental
que previa a redução da atividade econômica e a compressão dos salários
como formas graduais de impedir o aumento dos preços.
No entanto, é no cenário político que vemos os
elementos mais marcantes de seu mandato. Costa e Silva teve que
enfrentar uma crescente pressão de oposição vinda de várias direções.
Muitos políticos influentes, entre eles Juscelino Kubitschek e João
Goulart, e até mesmo figuras que haviam apoiado o Golpe organizaram um
forte movimento de oposição ao regime militar.
O fechamento dos partidos políticos abriu
caminho para o crescimento da participação dos movimentos estudantis,
outra grande preocupação para o governo. Mesmo após este ter colocado a
UNE (União Nacional dos Estudantes)
no campo de ilegalidade, os universitários, adeptos das ideologias de
esquerda, conseguiam organizar diversas passeatas e protestos contra o
governo militar.
Havia ainda um terceiro foco de oposição: os grupos de esquerda do antigo Partido Comunista Brasileiro
(PCB) que defendiam a “luta armada” pela instauração do socialismo no
Brasil. Estes revoltosos faziam uso de atos terroristas, como sequestros
e assaltos a bancos, como formas de combate à repressão
policial-militar.
Todas estas forças de oposição levaram o
governo a reagir de uma forma ainda mais dura e a decretar o Ato
Institucional número 5 (AI-5), o qual dava fim a todos os direitos
civis, permitia o fechamento do Congresso e a cassação dos mandatos dos
parlamentares por meio de ordens do chefe do Executivo, proibia
quaisquer manifestações
sobre assuntos de natureza política, além de dar às forças policiais o
direito de interrogar, perseguir e prender os cidadãos sem a necessidade
de mandado judicial. Em outras palavras, o AI-5 institucionalizava a
ditadura no Brasil, iniciando o período mais repressivo do governo dos
militares, conhecido como os “anos de chumbo”.
Costa e Silva teve que se afastar do mandato um pouco
antes do término do mesmo em virtude de um derrame cerebral, o qual
acabou o levando à morte em dezembro de 1969. Seu sucessor foi o general
Emílio Garrastazu Médici.
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