segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Encilhamento

Dá-se o nome de encilhamento à política econômica adotada pelo governo de Deodoro da Fonseca logo nos primeiro anos da recém-criada república. Nesta época, durante o fim do século XIX, a economia brasileira era baseada majoritariamente na agricultura, especialmente no cultivo do café. 

Todavia, mesmo diante da óbvia importância do setor agrícola, era crescente a percepção de que apenas um efetivo processo de industrialização iria ser capaz de gerar modernidade e proporcionar um robusto desenvolvimento econômico. Também se pode registrar neste período a existência de um sistema financeiro bastante deficiente e arcaico, já que não estava havendo papel-moeda suficiente para pagar o crescente número de trabalhadores assalariados, fato ocasionado pelo grande número de imigrantes que vinham trabalhar nas lavouras de café. 

Diante de todas estas realidades, o governo de Deodoro, por meio do então ministro da Fazenda, Rui Barbosa, criou uma política econômica que tinha o fim de intensificar o processo de industrialização e facilitar o desenvolvimento econômico por meio da introdução de modernos mecanismos financeiros. A ideia era simples: gerar papel-moeda, conceder empréstimos sem restrições e permitir a livre emissão de créditos monetários pelos bancos. 

Entretanto, tais políticas acabaram tendo o efeito contrário, desencadeando uma grave crise econômica. Na verdade, houve uma emissão de moeda acima do necessário, gerando uma inflação descontrolada, os devedores não conseguiam pagar seus credores, visto que os bancos sequer avaliavam a condição de pagamento daqueles, e, como não havia fiscalização, muitas empresas fantasma lançavam seus títulos na bolsa sem o mínimo de fundamentos econômicos, ocasionando grandes especulações e prejuízos aos investidores. 

Rui Barbosa permaneceu à frente da direção da economia brasileira até o início de 1891. De fato, os problemas desencadeados pela política do encilhamento só começaram a ser atenuados por meio de um maior controle na emissão de moeda, durante o governo de Campos Salles, a partir de 1898.

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