Dá-se o nome de encilhamento à política econômica
adotada pelo governo de Deodoro da Fonseca logo nos primeiro anos da
recém-criada república. Nesta época, durante o fim do século XIX, a
economia brasileira era baseada majoritariamente na agricultura,
especialmente no cultivo do café.
Todavia, mesmo diante da óbvia importância do
setor agrícola, era crescente a percepção de que apenas um efetivo
processo de industrialização iria ser capaz
de gerar modernidade e proporcionar um robusto desenvolvimento
econômico. Também se pode registrar neste período a existência de um
sistema financeiro bastante deficiente e arcaico, já que não estava
havendo papel-moeda suficiente para pagar o crescente número de
trabalhadores assalariados, fato ocasionado pelo grande número de
imigrantes que vinham trabalhar nas lavouras de café.
Diante de todas estas realidades, o governo
de Deodoro, por meio do então ministro da Fazenda, Rui Barbosa, criou
uma política econômica que tinha o fim de intensificar o processo de
industrialização e facilitar o desenvolvimento econômico
por meio da introdução de modernos mecanismos financeiros. A ideia era
simples: gerar papel-moeda, conceder empréstimos sem restrições e
permitir a livre emissão de créditos monetários pelos bancos.
Entretanto, tais políticas acabaram tendo o
efeito contrário, desencadeando uma grave crise econômica. Na verdade,
houve uma emissão de moeda
acima do necessário, gerando uma inflação descontrolada, os devedores
não conseguiam pagar seus credores, visto que os bancos sequer avaliavam
a condição de pagamento daqueles, e, como não havia fiscalização,
muitas empresas fantasma lançavam seus títulos na bolsa sem o mínimo de
fundamentos econômicos, ocasionando grandes especulações e prejuízos aos
investidores.
Rui Barbosa permaneceu à frente da direção da economia
brasileira até o início de 1891. De fato, os problemas desencadeados
pela política do encilhamento só começaram a ser atenuados por meio de
um maior controle na emissão de moeda, durante o governo de Campos
Salles, a partir de 1898.
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