terça-feira, 27 de agosto de 2013

Escravidão no Brasil


Imagem achetudoeregiao.com.br
A escravidão é algo tão antigo quanto as mais arcaicas civilizações. Várias sociedades da Antiguidade tratavam os povos vencidos em batalhas como escravos. Muitas delas os viam como mercadorias, outras os consideravam como propriedade exclusiva do Estado, como no caso da sociedade espartana, por exemplo. No Brasil, a escravidão se iniciou durante a primeira metade do século XVI, quando a Coroa portuguesa começou a trazer negros africanos para trabalharem como mão-de-obra nos engenhos de cana-de-açúcar. O transporte destes africanos era feito de forma desumana: vinham amontoados dentro dos porões dos navios; muitos morriam no meio do caminho e simplesmente eram jogados ao mar. 

Eram vistos  como mercadorias, tendo preços variáveis de acordo com suas características físicas. Os escravos com bons dentes, canelas finas, quadris estreitos e calcanhares altos eram os mais visados. Não é preciso dizer que as condições de trabalho nas fazendas e, posteriormente, nas minas de ouro, eram as piores possíveis: trabalhavam exaustivamente, tinham uma péssima alimentação, viviam em condições precárias, não tinham nenhum tipo de liberdade, além de serem submetidos a duros castigos físicos. 

Os escravos tentavam amenizar esta dura realidade encontrando formas de expressar seus costumes e tradições, como no caso da capoeira, por exemplo. Além disso, inúmeras foram as tentativas de fugas. Os escravos fugitivos se agrupavam no interior das matas em grupos. Sob a liderança de Zumbi, o Quilombo dos Palmares constituiu-se em um dos mais emblemáticos quilombos formados durante o período colonial. Em 1831, os ingleses passaram a pressionar o Brasil com a primeira lei antiescravista, a qual proibia o tráfico negreiro. Embora a medida não tenha sido eficaz, alguns navios passaram a ser interceptados. Em 1845, o Parlamento inglês aprovou a lei Bill Aberdeen, a qual permitia à esquadra inglesa prender navios escravos e julgar os tripulantes como piratas. Embora o Brasil tenha relutado, cedeu à Lei Eusébio de Queirós, de 1850, a qual reafirmou a proibição do tráfico de 1831. 

Com isso, o dinheiro envolvido passou a ser investido em outras atividades. Dada a resistência dos proprietários rurais, o fim do trabalho escravo ainda era algo distante, apesar dos movimentos abolicionistas terem quebrado a disciplina nas senzalas. Em seguida vieram a Lei do Ventre Livre, de 1871, a qual declarava livres os filhos de escravas nascidas a partir daquela data, e a Lei dos Sexagenários, a qual libertava os escravos maiores de 60 anos. Mas somente em 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea assinada pela princesa Isabel, é que a escravidão teve seu fim no Brasil.

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