sábado, 24 de novembro de 2012

Ditadura Militar




Após a posse de João Goulart, em 1961, o Brasil viveu um momento de liberdade política e abertura às organizações sociais. Entretanto, boa parte da sociedade brasileira, formada por militares, empresários, Igreja e outros grupos conservadores considerava esta abertura o passo inicial para a implantação de um governo comunista no país, uma vez que o mundo estava em plena Guerra Fria. De fato, Jango, como era chamado João Goulart, tinha intenções de realizar profundas mudanças na estrutura social brasileira. 

Tais aspectos preocupavam até mesmo os Estados Unidos, que não queriam ver o Brasil se transformar em uma nova Cuba, aspecto que levou o país norte-americano a ajudar de forma estratégica o golpe que estaria por vir. Em 1964, os militares de Minas Gerais e São Paulo saíram às ruas. Para não piorar a agitação política que o país passava, João Goulart preferiu renunciar e se refugiar no Uruguai. 

No mesmo ano, o general Castello Branco assumiu o poder. Em 1967, foi elaborada uma nova Constituição, a qual institucionalizava o regime militar no Brasil. Eleições indiretas foram estabelecidas, vários políticos perderam seus mandatos e os direitos constitucionais dos cidadãos foram abolidos. 

Ainda em 1967, outro general assume a presidência do Brasil: Costa e Silva. Seu governo foi marcado pelo crescimento do descontentamento da população, aspecto que levou os militares a serem ainda mais autoritários. Com o intuito de consolidar o regime militar de uma vez por todas, Costa e Silva anunciou o AI-5 (Ato Institucional), o qual acabou se tornando em uma das mais drásticas medidas de todo o período da ditadura. Tal decreto eliminava todas as garantias civis, praticamente anulava o poder do Judiciário e estabelecia o fechamento do Congresso a qualquer momento. 

Com o presidente se retirando do poder por motivos de saúde, um governo de transição foi exercido por uma junta militar em 1969. No mesmo ano, o general Emílio Médici foi escolhido como presidente pela mesma. Médici ficou conhecido por exercer o governo mais autoritário de toda a ditadura. Com o bordão “Brasil, Ame ou deixe-o”, o presidente ordenou a total censura a livros, filmes, músicas e quaisquer outros tipos de manifestações contra o regime. 

Entretanto, foi no governo de Médici que o Brasil viveu o chamado “milagre econômico”. Com uma série de medidas que visavam o investimento interno, o país conseguiu a proeza de ter uma taxa de crescimento de 12% ao ano. Juntamente com o crescimento econômico veio a realização de obras faraônicas, como a rodovia Transamazônica e a ponte Rio-Niterói. 

Ernesto Geisel assumiu a presidência em 1974, um período bem mais conturbado do que os anteriores. Os grandes gastos públicos do governo Médici, a crise do petróleo e a alta inflação geraram grande insatisfação popular. Em um ponto de seu governo, Geisel já se acostumava com a ideia de reconduzir de forma gradual o Brasil à democracia. Uma das provas disto foi o fim do AI-5, em 1978. Contudo, alguns militares não concordavam com a ideia de redemocratização, fato que resultou na morte de muitos líderes da oposição, mesmo de forma oculta e clandestina. 

Os problemas econômicos do Brasil só aumentaram. Em 1978, João Figueiredo assumiu a presidência e logo concedeu anistia aos presos políticos e devolveu os direitos individuais dos exilados. Em 1979, Figueiredo deu mais um passo em direção à democracia, reconstituindo o pluripartidarismo no país.

A partir de 1983, surgiu no Brasil um grande movimento de redemocratização da nação. Milhares de estudantes, vários artistas, intelectuais, políticos da oposição e sindicalistas saíram às ruas, realizando comícios e passeatas em prol da instituição de eleições diretas. O movimento resultou na volta do poder civil em 1985, com a eleição de Tancredo Neves à presidência, terminando assim, a longa época da ditadura militar. 



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