A origem da empresa remonta à década de 1930, na Alemanha nazista, e ao
projeto de construção do automóvel que ficaria conhecido no Brasil como "Fusca",
em Portugal como "Carocha", na Alemanha como "Käfer" e nos
Estados Unidos e Reino Unido da Grã-Bretanha, como "Beetle". O termo
"Volkswagen" foi cunhado por volta de 1924 pelo engenheiro
alemão-judeu Josef Ganz, que lutava para modernizar a indústria
automobilística alemã, publicando suas idéias de introduzir suspensões
independentes com semieixos oscilantes, baixo centro de gravidade e chassi com
tubo central num automóvel popular que custasse o mesmo que uma motocicleta. Em
1933, Adolf
Hitler visita o Salão Internacional do Automóvel de Berlim e vê no
Volkswagen, uma forma eficiente de propaganda nazista, e passa a defender a
ideia de carro do povo como se fosse sua. Josef Ganz
e Edmund
Rumpler foram cogitados para dirigir o projeto, mas logo foram descartados
por serem judeus. O engenheiro encarregado de desenvolver o modelo foi Ferdinand
Porsche (1875-1952), apesar de grande parte de seu desenho ter sido
inspirado nos carros desenvolvidos por Hans Ledwinka para a empresa Tatra.
Cerca de 336 mil pessoas pagaram pelo modelo, e
protótipos do carro, chamados em alemão KdF-Wagen (KDF significa Kraft
durch Freude, em português, "força através da alegria", um dos
lemas do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o conhecido
Partido Nazista), surgiram a partir de 1936, sendo os primeiros modelos
produzidos em Stuttgart.
O carro já possuía as curvas de seu formato característico e o motor
refrigerado a ar, de
quatro cilindros, montado na traseira, similar ao Tatra. Erwin Komenda,
chefe de desenho da Porsche de longa data, desenvolveu o corpo do protótipo que
seria igual ao dos Carochas/Fuscas posteriores.
A nova fábrica - implantada numa cidade que foi
criada em torno da mesma e batizada de KdF-Stadt (atual Wolfsburg) -
só havia produzido algumas unidades quando a Segunda Guerra Mundial iniciou-se em 1939. Como consequência
da guerra, sua produção foi adaptada para veículos militares, como o jipe Kübelwagen,
o modelo anfíbio Schwimmwagen e o Kommandeurwagen.
1945 - Um futuro incerto
A empresa deve a sua existência no pós-guerra a um
homem, o major britânico Ivan Hirst. Em abril de 1945 a KdF-Stadt e sua
fábrica fortemente bombardeada foram capturados pelos norte-americanos,
e passaram às mãos da administração britânica. A primeira idéia foi usá-la para
a manutenção de veículos militares pesados. Para Hirst, como ela fora usada
para produção militar e fora um "animal político" (menção pessoal) ao
invés de um empreendimento comercial, seu equipamento na época fora destinado
às reparações de guerra. Assim, Hirst pintou um dos carros da fábrica de verde
e o exibiu em instalações militares britânicas. Dispondo de poucos veículos
leves de transporte, em setembro de 1945 o exército britânico foi persuadido a
encomendar 20.000 unidades. As primeiras unidades foram para o pessoal das
forças de ocupação e para o correio alemão. Por volta de 1946 a fábrica estava
produzindo 1000 carros por mês, uma quantidade notável, uma vez que a fábrica
ainda precisava de reparos: o teto e os vidros danificados interrompiam a
produção quando chovia, e o aço para fazer automóveis era pago com veículos
produzidos.
O carro e a cidade mudaram seus nomes da época da
Segunda Guerra Mundial para, respectivamente,
Volkswagen e Wolfsburg. Enquanto isto, a produção crescia. Como ainda era
incerto o futuro da fábrica, a mesma foi oferecida a representantes de empresas
automobilísticas britânicas, americanas e francesas.
Todos a rejeitaram. Depois de visitar a fábrica, Sir William Rootes, da
indústria britânica Rootes Group, declarou que "o modelo não atrai o
consumidor médio de automóveis, é muito feio e barulhento... se vocês pensam
que vão fazer automóveis neste lugar, vocês são uns grandes tolos,
rapazes". Ironicamente, a Volkswagen fabricou nos anos 80 uma versão do
Hillman Avenger, modelo criado pela empresa de Rootes (Hillman), após esta ter
sido absorvida pela Chrysler em 1978, e de a Chrysler, por sua vez, ter vendido
sua fábrica na Argentina - que produzia este modelo como "Dodge
Polara" - para a Volkswagen.
1948-1974 - Ícone da recuperação alemã
Fábrica da Volkswagen
na cidade de Wolfsburg, Alemanha.
Após 1948, a Volkswagen se tornou um importante
elemento simbólico e econômico, da recuperação da Alemanha Ocidental. Heinrich Nordhoff
(1899-1968), ex-gerente da área de caminhões da Opel foi chamado para
dirigir a fábrica naquele ano. Em 1949 Hirst deixou a empresa, agora
reorganizada como um monopólio controlado pelo governo alemão ocidental. Além da
introdução do veículo comercial "VW tipo 2" (conhecido como Kombi)
em suas versões de passageiros, furgão e camioneta, e do esportivo Karmann
Ghia, Nordhoff seguiu a política de modelo único até pouco antes de sua
morte em 1968. A produção do "tipo 1", nome oficial do
"Carocha" ou "Fusca", cresceu enormemente ao longo dos anos
no mundo todo, tendo atingido 1 milhão de veículos em 1954.
Durante a década de 1960 e o início dos anos 70,
apesar de o carro estar ficando ultrapassado em alguns aspectos, suas
exportações para os EUA, sua publicidade inovadora e sua reputação de veículo
confiável ajudaram seus números de produção total superarem os do recordista
anterior, o Ford Modelo "T". Por volta de 1973 sua produção mundial
já superava 16 milhões de unidades.
A Volkswagen expandiu sua linha de produtos em 1967 com a introdução
de vários modelos "tipo 3", os quais eram essencialmente variações de
desenho de carrocerias ("hatch", três volumes) baseados na plataforma
mecânica do "tipo 1". Novamente o fez em 1969 com a linha
relativamente impopular chamada "tipo 4" que diferiam bastante dos
anteriores pela adoção de carroceria monobloco, transmissão automática e
injeção de combustível.
1974 - Do "Käfer" para o Golf
A Volkswagen (VW) enfrentou sérios problemas em
fins dos anos 60, com o insucesso dos "tipo 3" e "tipo 4"
também com o K70, baseado em modelo da montadora NSU. A empresa sabia que a
produção do "Käfer" (Carocha, Fusca)
iria terminar algum dia, porém o enigma sobre como substituí-lo se convertera
num pesadelo. A chave para o problema veio da aquisição da Audi/Auto-Union, em 1964. A Audi possuía os
conhecimentos tecnológicos sobre tração dianteira e motores refrigerados a água dos quais a
Volks tanto necessitava para produzir um sucessor de seu "tipo 1". A
influência da Audi abriu caminho para uma nova geração de Volkswagens: Polo, Golf e Passat.
A produção do Käfer na fábrica de Wolfsburg
cessou em 1974, sendo substituído pelo Golf. Era um veículo totalmente
diferente de seu predecessor, tanto na mecânica quanto no desenho, com suas
linhas retas desenhadas pelo projetista italiano
Giorgetto Giugiaro). Seu desenho seguiu tendências estabelecidas pelos pequenos
modelos familiares, tais como o Mini Cooper, de 1959 e o Renault 5, de
1972—o Golf tinha um motor refrigerado a água montado transversalmente, desenho
"hatch-back" e tração dianteira, uma configuração que tem dominado o
mercado desde então. A produção do Käfer (Carocha/Fusca) continuou em fábricas
alemãs menores até 1978,
porém o grosso da produção foi deslocado para o Brasil e o México.
Dos anos 70 aos dias atuais
Volkswagen
Polo de 1990.
Desde a introdução do Golf, a Volkswagen tem
oferecido uma gama de modelos semelhantes a de outros fabricantes europeus. O
Polo, menor em tamanho que o Golf e introduzido na mesma época, os esportivos
Scirocco e Corrado, e o Passat, de maior tamanho, foram os mais importantes e
significativos. Em 1998
a Volks lançou o chamado New Beetle, um carro com plataforma baseada no
Golf e desenho que lembrara o "Beetle"/"Käfer". Em
2002, a empresa alemã - cujo nome traduzido ao português significa "carro
do povo" - lançou dois automóveis para o segmento de alto luxo: a limusine
Phaeton(como
chamam os sedãs na Alemanha,seu maior mercado) e o SUV Touareg.
Em 30 de julho
de 2003, o último Carocha/Fusca
foi produzido no México, selando para o modelo um total de 21.529.464 unidades
produzidas em todo o mundo. Hoje, a Volkswagen é parte do Volkswagen
AG (Volkswagen Aktiengesellschaft), que inclui as marcas:
- Audi -- antiga Auto Union/DKW—comprada da Daimler-Benz em 1964-1966.
- NSU Motorenwerke AG -- comprada em 1969 pela divisão Audi. A marca não é mais usada desde 1977.
- SEAT -- marca espanhola adquirida em 1987.
- Škoda -- adquirida em 1991.
- Bentley -- adquirida em 1998 da empresa inglesa Vickers, junto com a marca Rolls-Royce.
- Bugatti -- adquirida em 1998.
- Lamborghini -- adquirida em 1998 pela divisão Audi.
- MAN SE -- Tornou-se sócia marjoritária em 2008 com 55,9% das ações
- Scania AG—adquirida em 2008.
- Italdesign Giugiaro S.p.A -- adquirida em 2010.
- Ducati Motor Holding -- adquirida em 2012 pela divisão Audi
De julho de 1998 até dezembro de 2002 a divisão
Bentley da Volkswagen também vendeu automóveis sob a marca Rolls-Royce, após
acordo com a também alemã BMW, a qual comprara os direitos de uso do nome. A
partir de 2003, apenas a BMW
pode fabricar automóveis com a marca Rolls-Royce. Possui 19,9% das ações da
Suzuki Motor Corporation desde 2009.
Outras fábricas
- Uma das maiores fábricas da Volkswagen está situada na vila de Palmela a sul de Lisboa, que é conhecida como a Autoeuropa.
- A Volkswagen Motores está localizada na cidade de São Carlos no estado de São Paulo.[2]
- A Volkswagen Caminhões e Ônibus foi vendida à MAN Latin America,(Pertencente ao Grupo VW) e está localizada na cidade de Resende no estado do Rio de Janeiro.
- A Volkswagen de Taubaté e Vinhedo no estado de São Paulo e a Volkswagen de São José dos Pinhais no estado do Paraná.
- A Volkswagen de São Bernardo do Campo no estado de São Paulo é a matriz no Brasil.
Portfólio no Brasil
O atual portfólio da marca alemã contém 23
veículos, sendo metade destes produzidos no Brasil: Gol "G4", Novo
Gol, Voyage, Saveiro, Parati, CrossFox, Fox, Polo (hatch e sedan), Golf e
Kombi; O SpaceFox e a Amarok são produzidos na Argentina; Passat, Passat
Variant, Passat CC e Tiguan são produzidos na Alemanha; o Touareg é produzido
na Eslováquia; Bora, Jetta, Jetta Variant e New Beetle são produzidos no
México: o Eos é produzido em Portugal (Palmela).
Ao longo dos últimos anos, a Volkswagen do Brasil
foi dirigida por quatro presidentes diferentes (Herbert Demel, austríaco, Paul
Fleming, inglês, Hans-Christian Maergner, alemão e Thomas Schmall, alemão) e é
a atual primeira colocada em vendas em produção de carros e comerciais leves,
em território nacional.
Modelos Atuais
- Golf
- Voyage
- Parati
- Saveiro
- Fox
- SpaceFox
- Crossfox
- Polo
- Polo Sedan
- Bora
- Kombi
- Passat
- Passat Variant
- Passat CC
- Sharan
- Touareg
- Tiguan
- Eos
- Gol
- Gol G4
- Jetta
- Jetta Variant
- Jetta
- New Beetle
- Amarok
Ligações externas
- Volkswagen AG
- Volkswagen Brasil
- Volkswagen Portugal
- Volkswagen Mexico
- Volkswagen Peru
- Volkswagen Argentina
- Volkswagen Chile
- Volkswagen Peru
- Banco Volkswagen
- Fundação Volkswagen
- Escândalo da Volkswagen
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