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Muito se fala sobre as camisas usadas pelos
jogadores da Seleção Brasileira de Futebol. Páginas e páginas são dedicadas a
descrever e analisar a evolução da peça que leva o emblema do País do Futebol.
Entretanto, o que realmente sofreu mudanças ao longo da história dos uniformes
da Seleção foram os calções, geralmente deixados de lado pelos
estudiosos da moda e curiosos de plantão.
Será porque a camisa está ali, bem à altura de
nossos olhos? Amarela e chamativa, a camisa da seleção é um símbolo que habita
o imaginário do brasileiro. O jogador, ao marcar um gol, beija-a, estica-a,
mostrando ao resto do mundo quem ele é: o esportista da melhor seleção de
futebol do mundo!
Entretanto, ao analisar os uniformes ao
longo da história percebemos uma intensa mudança nos calções. Pensando nesse
tema, segue uma linha do tempo dos uniformes da seleção brasileira com foco
nos calções, mostrando as evoluções feitas em termos de tecido, estilo e
modelagem.
O site da CBF e também no Bol Fotos tem registros da evolução do uniforme completo
das Seleções Brasileiras através dos anos. Vale a pena conferir.
De 1914 até 1938
1914 - Os primeiros uniforme da
seleção brasileira era feito de algodão, o que hoje seria inaceitável, uma vez
que essa fibra absorve água e umidade com muita facilidade. Ou seja, os calções
ficavam molhados muito facilmente, causando desconforto. Isso sem contar que o
peso do uniforme aumentava conforme os atletas corriam. Os primeiros calções
eram ligeiramente folgados. O cós era relativamente alto e preso por um cordão
e as pernas do “shorts” batiam na altura dos joelhos.
1930 - O Brasil estreou na
primeira Copa do Mundo com uma camisa branca que tinha amarração por cordões. O
distintivo ainda era da CBD (Confederação Brasileira de Desportos);
1936 - Calções esticados e
tecido mais maleável e shorts de cintura bem alta. Em 1936, a moda entre os
jogadores era usar o calção com a cintura bem alta, de modo a repuxar o tecido
e deixar boa parte das coxas à mostra. Ainda se usava o cós preso por cordão. O
time de 1939 entrou em campo vestindo calções bem mais curtos que de costume. A
cintura continuava alta, mas o comprimento das pernas diminuiu
consideravelmente. O modelo de 1939 se destaca pelo corte evasê das pernas, que
prendia menos os movimentos dos jogadores.
1938 - A nova camisa também era
branca, mas apresentou novidades no design – o escudo da CBD ficou maior, e o
uniforme abandonou os cordões e adotou gola “V”.O Brasil
estreou na primeira Copa do Mundo em 1930 com uma camisa branca que tinha
amarração por cordões;
Uniforme
de 1936 – Calções esticados e tecido mais maleável e shorts de cintura bem alta;
1938 – A
nova camisa também era branca, mas apresentou novidades no design – o escudo da
CBD ficou maior, e o uniforme abandonou os cordões e adotou gola “V”. Na imagem
à direita, o jogador Domingos da Guia (1912-2000);
De 1945 a 1966
1945 - os calções ficaram
ainda mais curtos e justos, a cintura já não era tão alta. Em 1949 a peça
ganhou uma charmosa listra lateral.
1950 - A seleção brasileira
vestia uma camisa com gola polo azul.
1954 - Finalmente a camisa
ganhou a cor amarela e detalhes em verde. O modelo foi usado nos mundiais de
1958, 1962 e 1966.
1958, 1962 e 1966
Em 1954, finalmente a camisa ganhou a cor amarela e detalhes em verde. O modelo foi usado nos mundiais de 1958, 1962 e 1966.
1970 até 1980
Os anos 70 representaram uma
revolução para os calções em termos de modelagem: surge o transgressor
microshort masculino e camiseta no modelo gola canoa. De cintura baixa e
comprimento curtíssimo, o calção ainda tinha uma costura que repuxava a
lateral, deixando mais pele à mostra. A peça causou furor na época.
Essas mudanças tão drásticas tinham um motivo:
permitir que os jogadores se movimentassem com mais vigor. Os microshorts
seguiram com força até o final dos anos 80, quando o cordão do cós foi
substituído por uma tira elástica.
1974 - A camisa continuou com a
gola canoa, mas ganhou 3 estrelas acima do distintivo da CBD, em referência aos
títulos de 58, 62 e 70.
1978 - A seleção entrou em campo
com uma camisa de manga comprida. O uniforme ganhou 3 listras nas laterais, em
referência a um patrocinador, mas o logotipo da empresa ficou ausente
1970 – Para atuar nos gramados mexicanos, a seleção canarinho vestiu um modelo com gola canoa. À esquerda, o jogador Pelé ergue a taça Jules Rimet, conquistada pelo Brasil após a partida contra a Itália (4 a 1) na final da Copa de 1970, na Cidade do México. À direita, o ex-técnico da seleção brasileira, Mario Lobo Zagallo, mostra a camisa que Pelé usou no primeiro tempo da final da Copa;
1974 – A camisa continuou com a gola canoa, mas ganhou 3 estrelas acima do distintivo da CBD, em referência aos títulos de 58, 62 e 70.
1980 até 2013
1982 - Na primeira Copa do Mundo
disputada pelo Brasil sob a sigla CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a
camisa teve modificações significativas: o escudo tradicional deu lugar ao
desenho da taça Jules Rimet, e um pequeno ramo de café foi adicionado ao
distintivo, em referência ao Instituto Brasileiro do Café, que patrocinava a
Confederação. Na imagem à esquerda, os jogadores Júnior e Zico;
1986 - Outra mudança foi a
aplicação de logotipos das marcas patrocinadoras. O modelo retomou a gola
polo, e o raminho de café foi usado dentro do escudo no início da Copa, mas
depois, a pedido da Fifa (Federação Internacional de Futebol), foi retirado.
1990 – Praticamente a mesma
usada na Copa de 1986, a camisa só teve alteração na gola – o corte “V” foi
mudado, deixando o modelo mais fechado na altura do pescoço. Na imagem, em pé,
da esquerda para a direita: Ricardo Rocha, Taffarel, Mauro Galvão, Jorginho,
Ricardo Gomes e Branco. Agachados: Bebeto, Careca, Silas, Valdo e Dunga.
Já em termos de modelagem, os calções da década
de 90 são mais largos e consideravelmente mais compridos que os usados nos anos
70. As pernas são mais compridas, havendo uma pequena abertura lateral, a fim
de que os jogadores pudessem correr mais livremente.
1994 - O modelo teve
modificações radicais. A camisa retomou o escudo tradicional, acompanhado do
nome Brasil, e o novo patrocinador adotou três grandes escudos em relevo. Na
imagem, Ronaldão, Romário (com a taça) e Dunga (à direita) comemoram a
conquista do Mundial.
1998 - A camisa apresentou gola
canoa novamente e ganhou quatro estrelas acima do escudo, além de duas listras
verdes nas mangas. Na imagem, o atacante Ronaldo comemora gol durante a vitória
por 4 a 1 do Brasil sobre o Chile, pelas oitavas do Mundial.
2002 - A camisa ganhou gola
amarela e o verde se destacou em detalhes do modelo. E também teve sorte com a
vitória na copa do mundo.
2006 - Com a vitória de 2002, a
camisa passou a ter cinco estrelas acima do escudo, que ganhou um contorno. O
modelo também apresentou estrelas na gola, além da frase “Nascido para jogar
futebol” perto da barra.
2010 - Com a ideia de vigor
físico aliado à tecnologia, o uniforme traz a mais recente revolução nos
calções que é tecnologia pura. O Pro-Combat Slider Short da Nike é uma peça superjusta,
projetada para ser vestida sob o uniforme. O Slider Short foi desenvolvido para
a Copa do Mundo de 2010 e oferece aos atletas mais conforto, proteção,
mobilidade e adaptação aos diversos climas do continente africano.A camisa apresentou design clássico – gola
parecida com o modelo da Copa de 70, e as mangas ganharam uma listra verde.
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