O efeito
estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha emitida pela
superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera.
Como consequência disso, o calor fica retido, não sendo libertado para o
espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital
importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. Serve para manter o
planeta aquecido, e assim, garantir a manutenção da vida. O que se pode tornar
catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito estufa que destabilize
o equilíbrio energético no planeta e origine um fenómeno conhecido como aquecimento global. O IPCC (Painel
Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, estabelecido pela Organização das Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial
em 1988) no seu
relatório mais recente diz
que a maior parte deste aquecimento,observado durante os últimos 50 anos, se
deve muito provavelmente a um aumento dos gases do efeito estufa.
Os gases de estufa (Vapor
de água 70% (H2O2), (dióxido de carbono 9% (CO2), metano 9% (CH4),
Óxido
nitroso (N2O), CFC´s (CFxClx) absorvem
alguma radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e radiam por sua
vez alguma da energia absorvida de volta para a superfície. Como resultado, a
superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera do que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca
de 30 °C mais quente do que estaria sem a presença dos gases «de estufa». Um
dos piores gases é o metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de
carbono, é produzido pela flatulência
dos ovinos e bovinos, sendo que
a pecuária
representa 16% das emissões mundiais de GEE. Cientistas
procuram a solução para esse problema e estão desenvolvendo um remédio para
tentar resolver o caso. Na Nova
Zelândia pensou-se em cobrar-se taxas por vaca, para compensar o efeito dos
gases emitidos.
Ao contrário do significado literal da expressão
«efeito estufa», a atmosfera terrestre não se comporta como uma estufa (ou como um cobertor). Numa
estufa, o aquecimento dá-se essencialmente porque a convecção
é suprimida. Não há troca de ar entre o interior e o exterior. Já no efeito
estufa atmosférico, parte da radiação infravermelha emitida pela superfície é
absorvida pela atmosfera, aumentando sua temperatura, e parte é re-emitida em
processo sucessivo que, ao final, termina com sua liberação para o espaço.
Embora a temperatura aumente em ambos os casos, os processos físicos são
bastante distintos. A energia recebida pelo sol tem espectro de frequência
diferente daquela emitida pela superfície terrestre. Os gases estufa são
largamente transparentes à luz solar visível, e obstruem o infravermelho da
Terra, retendo energia em nosso planeta.
O problema do aumento dos gases estufa e sua
influência no aquecimento global, tem colocado em confronto forças sociais que
não permitem que se trate deste assunto do ponto de vista estritamente
científico. Alinham-se, de um lado, os defensores das causas antropogênicas
como principais responsáveis pelo aquecimento acelerado do planeta. São a
maioria e omnipresentes na mídia. Do outro lado estão os "céticos", que
afirmam que o aquecimento acelerado está muito mais relacionado com causas
intrínsecas da dinâmica da Terra, do que com os reclamados desmatamento
e poluição que mais rápido causam os efeitos indesejáveis à vida sobre a face
terrestre do que propriamente a capacidade de reposição planetária. Ambos os
lados apresentam argumentos e são apoiados por forças sociais. A poluição
dos últimos duzentos anos tornou mais espessa a camada de gases existentes na
atmosfera. Essa camada impede a dispersão da energia luminosa proveniente do
Sol, que aquece e ilumina a Terra e também retém a radiação infravermelha
(calor) emitida pela superfície do planeta. O efeito do espessamento da camada
gasosa é semelhante ao de uma estufa de vidro para plantas, o que originou seu
nome. Muitos desses gases são produzidos naturalmente, como resultado de erupções vulcânicas, da decomposição
de matéria orgânica e da fumaça de grandes incêndios.
Sua existência é indispensável para a existência de vida no planeta, mas a
densidade atual da camada gasosa é devida, em grande medida, à atividade
humana. Em escala global, o aumento exagerado dos gases responsáveis pelo
efeito estufa provoca o aquecimento do global, o que tem consequências
catastróficas. O derretimento das calotas
polares, dos chamados "gelos eternos" e de geleiras, por
exemplo, eleva o nível das águas dos oceanos e dos lagos, submergindo ilhas e amplas áreas
litorâneas densamente povoadas. O super aquecimento das regiões
tropicais e subtropicais contribui para intensificar o processo de desertificação e de proliferação de insetos nocivos à
saúde humana e animal. A destruição de habitats naturais
provoca o desaparecimento de espécies vegetais e animais. Multiplicam-se as secas, inundações
e furacões,
com sua sequela de destruição e morte.
Toda a absorção da radiação terrestre acontecerá
próximo à superfície, isto é, nas partes inferiores da atmosfera,
onde ela é mais densa, pois em maiores altitudes a
densidade da atmosfera é baixa demais para ter um papel importante como
absorvedor de radiação (exceto pelo caso do ozono). O vapor
de água, que é o mais poderoso dos gases estufa, está presente nas partes
inferiores da atmosfera, e desta forma a maior parte da absorção da radiação se
dará na sua base. O aumento dos gases estufa na atmosfera, mantida a quantidade
de radiação solar que entra no planeta, fará com que a temperatura
aumente nas suas partes mais baixas. O resultado deste processo é o aumento da radiação infravermelha da base da atmosfera,
tanto para cima como para baixo. Como a parte inferior (maior quantidade de
matéria) aumenta mais de temperatura que o topo, a manutenção do balanço
energético (o que entra deve ser igual ao que sai) dá-se pela redistribuição de
temperaturas da atmosfera terrestre. Os níveis inferiores ficam
mais quentes e os superiores mais frios. A irradiação para o espaço exterior se
dará em níveis mais altos com uma temperatura equivalente a de um corpo negro
irradiante, necessária para manter o balanço energético em equilíbrio.
As avaliações do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) são os mais
completos resumos do estado da arte nas previsões do futuro do planeta,
considerando vários cenários possíveis. O carbono e o hidrogênio, combustíveis,
são isolados do meio oxidante, preservando a sua potencialidade de queimar em
contato com o oxigênio, produzindo vários gases do efeito estufa, sendo o dióxido de carbono e o metano os mais
importantes. O metano é um gás com potencial de efeito estufa cerca de 20 vezes
mais potente que o gás carbônico (dióxido de carbono). O metano é um gás, na
maior parte primordial, emitido principalmente pelos vulcões de lama, pela digestão
dos animais e decomposição do lixo. O metano é oxidado em regiões de vulcões de lava,
tornando-se gás carbônico. Todos são prejudiciais quanto à saúde e ao meio
ambiente. Em relação à saúde, muitos indivíduos estão sofrendo por problemas
(doenças) provenientes do aquecimento global. São cerca de 160 mil pessoas que
morrem todo ano. As doenças variam, desde a malária à desnutrição e esses
números podem dobrar até 2020. Estudos dizem que as crianças em nações em
desenvolvimento são as mais vulneráveis. A maioria das mortes estaria ocorrendo
em continentes como a África, América
Latina e Ásia,
devido à maior incidência de desnutrição, diarréia e malária, com temperaturas
altas, enchentes
e secas.
Tanto o carvão mineral
quanto o petróleo e o gás natural são chamados, no jargão dos engenheiros e
ambientalistas, de fontes não renováveis de energia. A
energia produzida por geradores eólicos, células
solares, biomassa,
hidroelétricas,
etc, são consideradas fontes
renováveis. A Revolução Industrial, iniciada na Europa no século
XVIII, provocou a exumação do carvão enterrado há milhões de anos, em
proporções gigantescas, com o objetivo de girar as máquinas
a vapor recém inventadas. A produção de carvão mineral ainda é muito
grande. Para se ter uma ideia do volume de carvão que necessita ser minerado no
mundo, basta dizer que 52% de toda a energia elétrica consumida nos Estados
Unidos são provenientes da queima de carvão mineral. Proporções semelhantes
ou ainda maiores são utilizadas na China, Rússia e Alemanha. Considerando o consumo atual e
futuro, calcula-se que ainda exista carvão para mais 400 anos.
Com o advento da produção em escala industrial
dos automóveis,
no início do século XX, iniciou-se a produção e o consumo em massa do
petróleo e, de utilização mais recente, o gás natural na produção da energia elétrica, aquecimento doméstico e industrial
e no uso de automóveis. O processo da queima de combustíveis fósseis criou
condições para a melhoria da qualidade de vida da humanidade,
porém produz como resíduo o dióxido de carbono e outras substâncias químicas,
também muito poluidoras. Os gases produzidos pela queima de combustíveis
fósseis seguem vários caminhos: parte é absorvida pelos oceanos e entra na
composição dos carbonatos que constituem as carapaças
de muitos organismos marinhos ou é simplesmente dissolvida na água oceânica e
finalmente depositada no assoalho oceânico como carbonatos. À medida que estes
animais vão morrendo, depositam-se no fundo do mar, retirando o carbono, por
longo tempo, do ciclo geoquímico. Outra parte é absorvida pelas plantas que
fazem a fotossíntese, tanto marinhas (algas e bactérias)
como pelas florestas,
ao qual transformam o carbono coletado da atmosfera em material lenhoso,
reiniciando o ciclo de concentração e fossilização dos compostos carbonosos, se
as condições ambientais locais assim o permitirem. O que interessa aqui, no
entanto, é que uma parte importante do dióxido de carbono concentra-se na
atmosfera.
A maior parte do aumento do dióxido de carbono
ocorreu nos últimos 100 anos, com crescimento mais acentuado a partir de 1950. As melhores
previsões para os próximos 100 anos (isto é, para o ano de 2100) estão sendo
realizadas pelos pesquisadores do IPCC -Intergovernmental Panel on Climate Change,
patrocinado pela ONU. No
melhor dos cenários, a emissão anual de CO2 no ano de 2100 será de
cinco teratoneladas (1012 toneladas) de carbono, com uma
concentração de 500 ppmpv (partes por milhão por volume) de CO2, um
aumento de temperatura de cerca de 1,5 °C e um aumento do nível médio dos
mares de 0,1 m.
Nos piores cenários (os negócios mantidos como
são nos dias de hoje), a emissão anual de CO2 em 2100 será de 30
Gton, a concentração de CO2 atingirá 900 ppmpv, a temperatura média
da terra estará entre 4,5 °C e 6,0 °C mais elevada e o nível médio
dos mares terá subido 90 centímetros. A temperatura aumentou em média
0,7 °C nos últimos 140 anos, e pode aumentar mais 5 °C até o ano
2100. "A emissão exagerada de gases causadores do efeito estufa está
provocando mudanças climáticas. A dificuldade é separar o
joio do trigo", explica Gilvan Sampaio. Existem ciclos naturais de
mudanças de temperatura na Terra e é difícil entender quanto desse aumento foi
natural e quanto foi consequência de ações humanas. Com o objetivo de diminuir
as emissões de gases de efeito estufa, o Protocolo de Quioto, assinado por 84 países,
determina uma redução de, em média, 5,2%. O debate em torno do
protocolo evidenciou as diferenças políticas entre Europa e Estados Unidos, que
mesmo sendo o maior poluidor do planeta não entrou no acordo. "Os europeus
vêm sofrendo há décadas com as consequências da poluição, como as chuvas
ácidas, e com episódios climáticos atípicos,como grandes enchentes. Os
países da Europa vêm desenvolvendo alternativas não-poluentes como energia
eólica, que já configuram parte importante da matriz energética de alguns
deles", diz o geólogo Alex Pelogia, especialista em política.Internacional.
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