Artur Bernardes |
Candidato representante dos interesses das oligarquias mineira e
paulista, Artur Bernardes assumiu a presidência da república em 1922
após uma dura disputa contra Nilo Peçanha, candidato apoiado por Rio
Grande do Sul, Bahia, Pernambuco,
Rio de Janeiro e grande parte das populações urbanas do Brasil. De
fato, a acirrada disputa eleitoral já era um claro indício de que as
forças oposicionistas à República Oligárquica só cresciam.
O governo de Artur Bernardes foi marcado por
uma grande instabilidade política. Com o fim de enfraquecer seus
adversários, o mineiro adotou uma prática de intervencionismo nos
Estados adversários, apelando para leis que restringiam liberdades e
direitos individuais, editadas sob estado de sítio, o que acentuou ainda mais a insatisfação das províncias fora do eixo do café-com-leite.
O tenentismo, movimento iniciado pelos jovens
militares contra o domínio das oligarquias durante o mandato de Epitácio
Pessoa, dava sinais de crescimento.
A ordem oligárquica, que acabava excluindo outras camadas da sociedade,
especialmente a classe média urbana (militares, funcionários públicos e
pequenos comerciantes), um grupo social em plena ascensão, levou partes
desfavorecidas da sociedade a reivindicar uma maior participação no
processo político do país, resultando na eclosão de diversas revoltas de
pequeno porte no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pará, Amazonas e
Sergipe.
No entanto, em 1925, o militar gaúcho Luís
Carlos Prestes iniciou uma agitação que futuramente iria desestabilizar o
sistema oligárquico. A Coluna Prestes foi um movimento político-militar
organizado por duas frentes, uma do Rio Grande do Sul e outra de São
Paulo. Cerca de 1500 revoltosos iniciaram uma verdadeira marcha por
cerca de 25.000 quilômetros chamando a atenção da população e
denunciando a situação política e social que o Brasil vivia por meio de
comícios e manifestações.
Após ter percorrido 11 Estados, o movimento se desfez em 1927, na
Bolívia, local em que muitos dos combatentes acabaram se exilando.
Embora a falta de um projeto
político tenha feito com que os dissidentes não tivessem sucesso em
derrubar o sistema político vigente, a Coluna Prestes foi importante
para enfraquecer o poder das oligarquias rurais, abrindo caminho para a
posterior Revolução de 30.
Mesmo com uma fortíssima instabilidade política,
Artur Bernardes conseguiu terminar seu mandato até 1926 e as oligarquias
acabaram colocando mais um de seus representantes, Washington Luís, no
poder. No entanto, os dias da hegemonia das oligarquias já estavam
contados.
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