Presidente Tancredo Neves |
Desde 1964, o Brasil vivia os anos
da Ditadura Militar, um regime marcado pelo autoritarismo, repressão dos
direitos civis, prisões, perseguições políticas, censura e falta de democracia.
Embora durante tal período, mais precisamente no governo de Médici, o país
tenha experimentado o chamado “milagre econômico”, os anos seguintes reservavam
más notícias: alta inflação, alto nível de endividamento público, crise do
petróleo e desemprego.
A recessão econômica ocasionada durante
os últimos anos da Ditadura abriu espaço para o crescimento da insatisfação
popular. A pressão por maiores liberdades e pelo fim da censura acabou
desestabilizando o governo, ao ponto de João Figueiredo, logo após tomar posse
da presidência em 1979, ter concedido anistia aos presos políticos e devolvido
os direitos individuais dos exilados. Um ano depois, Figueiredo reconstituiu o
pluripartidarismo no país.
A partir de 1983, a pressão popular
em prol da democracia se ampliou grandemente, fato que resultou no surgimento
de um movimento social de grandes proporções: as Diretas Já. Milhares de
estudantes, vários artistas, intelectuais, políticos da oposição e
sindicalistas saíram às ruas, realizando comícios e passeatas em prol da
instituição de eleições diretas. O movimento resultou na volta do poder civil
em 1985, com a eleição de Tancredo Neves à presidência, terminando assim, a
longa época da ditadura militar.
Entretanto, por motivos de saúde,
Tancredo nem chegou a ocupar a cadeira presidencial. Após sua morte, seu vice,
José Sarney, assumiu a presidência de forma definitiva no ano seguinte, em
1986. O governo Sarney ficou conhecido pelas suas tentativas de controlar a
inflação por meio do congelamento de preços, o chamado Plano Cruzado. Outro fato
muito importante decorrente deste período foi a elaboração de uma nova
Constituição, em 1988, a qual é vigente até os dias de hoje.
O Plano Cruzado não deu certo e a
inflação voltou a subir. Em 1989, foi criado outro conjunto de medidas
econômicas: o Plano Verão, o qual congelava salários e preços. Entretanto, os
índices inflacionários continuavam bastante altos. As eleições de 1989 foram marcadas
pela polaridade entre os candidatos Fernando Collor, apoiado pelos partidos
conservadores, e Luís Inácio Lula da Silva, representante do Partido dos
Trabalhadores. Após Collor ter vencido as eleições e despertado grande euforia,
com sua imagem de líder jovem e dinâmico, a insatisfação popular voltou a
crescer após dois anos de sucessivos planos econômicos mal sucedidos e
recessão.
Em 1991, o próprio irmão de Collor
apresentou à imprensa denúncias de corrupção no governo. Informações da
existência de um esquema de favorecimento e desvio de dinheiro levou o
Congresso Nacional a instaurar uma CPI para investigar o caso. A pressão
popular, sob a forma do movimento Caras-Pintadas, no qual estudantes saíam em
passeatas pelas ruas reivindicando justiça, foi decisiva para o impeachment de
Fernando Collor, o primeiro da América Latina.
Em 1992 assume seu sucessor, Itamar
Franco. Em seu governo foi criado o Plano Real, projeto econômico desenvolvido
pelo ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, o qual foi decisivo para o
controle da inflação. O sucesso do Plano Real rendeu bons frutos a Fernando
Henrique. O mesmo foi eleito à presidência em 1994 e 1998, tendo apresentado um
governo marcado pelas ideias neoliberalistas. Luís Inácio Lula da Silva foi
eleito em 2002 e 2006. Após as eleições de 2010 o Brasil conheceu a primeira
presidenta de sua história, Dilma Rousseff.
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