sábado, 28 de setembro de 2013

Governo Jânio Quadros (1961)

Embora a política desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek tenha proporcionado significativos índices de crescimento econômico, também trouxe consigo um grande aumento da dívida externa brasileira e altas taxas inflacionárias, realidade que deixava grande parte da população insatisfeita e que acabou resultando na vitória expressiva do candidato da oposição, Jânio da Silva Quadros, nas eleições presidenciais de 1960. 

Expressão máxima do populismo, Jânio fazia promessas de moralização da política, utilizando a imagem de uma vassoura para passar a ideia de que “varreria” a corrupção do país. No entanto, a falta de um posicionamento político e as contradições de Quadros resultaram em um governo curto, confuso e que acabou provocando uma grave crise institucional. 

Na área econômica, foram adotadas medidas conservadoras, seguindo à risca as medidas propostas pelos credores internacionais, como a desvalorização da moeda e o congelamento dos salários, por exemplo. Aparentemente, isto dava indícios de uma aproximação do governo com o bloco capitalista, o que, de fato, não ocorreu. Pelo contrário, Jânio Quadros pregava um posicionamento independente. Assim, reatou as relações diplomáticas com a União Soviética, recusou convites de encontros com o presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, e chegou a condecorar o líder revolucionário cubano Ernesto Che Guevara, o que mostrou um claro alinhamento ao bloco socialista e gerou pesadas críticas ao seu governo.

Paralelamente a toda a polêmica criada por sua política diplomática e suas consequências, Jânio Quadros adotava medidas contraditórias e de pouca importância, como a proibição do uso de biquínis em praias e das brigas de galo, por exemplo. Tudo isso, aliado ao fato de que a inflação continuava em altos níveis, resultou em uma grande insatisfação popular. Em 25 de agosto de 1961, o Brasil foi surpreendido pelo pedido de renúncia de Jânio Quadros. Para muitos historiadores, isto não passou de uma manobra política com o fim de tentar gerar uma comoção popular. Assim, o Congresso se veria obrigado a pedir seu retorno e Jânio voltaria fortalecido da situação.


Carta de renúncia de Jânio Quadros 

Porém, não foi o que ocorreu. A população viu sua renúncia com grande indiferença. O Congresso aceitou-a prontamente, tendo Ranieri Mazilli, presidente da Câmara, ocupado o cargo até a volta do vice-presidente, João Goulart, de uma visita à China.


Nenhum comentário:

Postar um comentário