Acredita-se que o jesuíta
belga Ferdinand Verbiest tenha sido um dos precursores do trem ao
idealizar em 1681, em Pequim, uma máquina auto propulsora a vapor. Em
1769, Joseph Cugnot, militar francês, construiu em Paris uma máquina a
vapor para o transporte de munições. Após várias tentativas fracassadas,
Richard Trevithick, engenheiro inglês, conseguiu em 1804, construir uma
locomotiva que fora capaz de puxar cinco vagões com dez toneladas de carga e setenta passageiros à velocidade vertiginosa de 8 km por hora.
Outro inglês, John
Blenkinsop, construiu uma locomotiva em 1812 que usava dois cilindros
verticais, capazes de movimentar os dois eixos, unidos a uma roda
dentada que faziam acionar uma cremalheira. Esta máquina usava também
carris de ferro-fundido, que vieram a substituir definitivamente os
trilhos em madeira usados até então. Estes trilhos ou linhas de madeira
haviam sido desenvolvidos
na Alemanha por volta do ano de 1550 e serviam carruagens que eram
puxadas por animais, principalmente por cavalos, mas também por vezes, à
força de braços.
No entanto, o grande passo
para o desenvolvimento da locomotiva e do trem, por consequência, foi
dado por George Stephenson. Este inglês, mecânico nas minas de
Killingworth, construiu a sua primeira locomotiva a quem chamou Blucher,
em 1814. A Blucher, que se destinava ao transporte dos materiais das
minas, conseguiu puxar uma carga de trinta toneladas à velocidade de 6
quilômetros por hora. Stephenson viria a construir a primeira linha
férrea, entre Stockton e a região mineira de Darlington, que foi
inaugurada em 27 de Setembro de 1825 e tinha 61 km de comprimento;
quatro anos mais tarde, foi chamado a construir a linha férrea entre Liverpool
e Manchester. Nesta linha foi usada uma nova locomotiva, batizada
Rocket, que tinha uma nova caldeira tubular inventada pelo engenheiro
francês Marc Seguin e já atingia velocidades da ordem dos 30 km/hora.
No início do século XIX, as rodas
motrizes passaram a ser colocadas atrás da caldeira, aspecto que
permitiu aumentar o diâmetro das rodas e, consequentemente, o aumento da
velocidade de ponta. O escocês James Watt, com a introdução de várias
alterações na concepção dos motores a vapor, designadamente na separação
do condensador dos cilindros, muito contribuiu também para o
desenvolvimento dos caminhos de ferro. A partir daqui, a evolução do
trem e das linhas ferroviárias tornou-se efetiva, transportando o
progresso à volta do globo. Na metade do século XIX já havia milhares de
quilômetros de vias férreas por todo o mundo: na Inglaterra, 10 mil;
nos EUA, 30 mil. Neste último, com a colonização do Oeste, esta cifra
atingiu mais de 400 mil quilômetros no início do século XX.
Num ápice, as locomotivas passaram do
vapor à eletricidade. No dia 31 de Maio de 1879, Werner von Siemens
apresentou na Exposição Mundial de Berlim a primeira locomotiva
elétrica. No entanto, o seu desenvolvimento só foi significativo a
partir de 1890, mantendo-se a sua utilização até aos nossos dias. A
invenção da locomotiva elétrica não é pacífica: há quem atribua
igualmente esta invenção tanto ao norte americano Thomas Davenport como
ao escocês Robert Davidson.
Nos fins do século XIX, Rudolf Diesel
inventou o motor de injeção a diesel e com ele novas locomotivas foram
desenvolvidas usando esta nova tecnologia; foram também criadas
locomotivas que utilizavam os dois conceitos (elétrico e diesel), sendo
por isso bastante versáteis. Estas máquinas começaram a ganhar terreno
às velhinhas locomotivas a vapor que, no entanto, se mantiveram na ativa
até 1977, ano em que foram definitivamente afastadas, acusadas de serem
causadoras de diversos incêndios. Mais recentemente foram desenvolvidas
também locomotivas com turbinas a gás e com elas, chegamos aos trens de
alta velocidade, capazes de atingir os 300, 400 e mais quilômetros por
hora, designadamente em condições de testes.
A França foi o maior impulsionador
deste tipo de trem, com o seu TGV “Train Grand Vitesse”; em 23 de
Setembro de 1981 foi inaugurado o primeiro traço da linha Paris – Lyon e
em 3 de Março de 2007, um TGV passou a atingir os 574,8 km por hora na
nova linha Paris-Estrasburgo, batendo o anterior recorde de velocidade
ferroviário que era de 515 km/h. Em 1993 é inaugurada a linha que une
Paris à Bélgica, Holanda, Alemanha e ao Reino Unido através do Túnel da
Mancha.
A França continua sendo a maior
impulsionadora dos trens de alta velocidade, mas não foi o primeiro país
a introduzi-los: 17 anos antes, no dia 1 de Outubro de 1964, os
japoneses inauguraram a sua primeira linha de alta velocidade, ligando
Tóquio a Osaka com as famosas locomotivas Shinkansen. O trem de levitação magnética, mais
conhecido por Maglev, são as últimas novidades na tecnologia
ferroviária, embora a primeira patente de um trem de levitação magnética
tenha sido registrada em 1969.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trem
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