Fernando Henrique Cardoso Ex -Presidente |
O Governo Fernando Henrique, também chamado Governo FHC, teve início com a posse da presidência por Fernando Henrique Cardoso, em 1 de Janeiro de 1995, e terminado em 1 de janeiro de 2003, quando assumiu Luiz Inácio Lula da Silva. Fernando Henrique Cardoso foi presidente por dois mandatos consecutivos (de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002). Suas principais marcas foram a consolidação do Plano Real, a introdução do programas de transferência de renda como o Bolsa Escola, além profundas reformas econômicas.
Economia
A política de estabilidade e da continuidade do Plano Real foi a principal bandeira da campanha eleitoral de 1998 para a reeleição de FHC. Ele foi reeleito já no primeiro turno. Promoveu inúmeras privatizações em setores como telecomunicações, distribuição de energia elétrica, mineração e financeiro. Essas privatizações eram contestadas por sua oposição, principalmente do PT .Ao longo de seu mandato presidencial a economia brasileira se manteve estável, em consequência do controle da inflação conseguido com o Plano Real.
Início da expansão econômica
Durante o Plano Real e sucessivamente, houve um maciço ingresso de
investimentos externos na área produtiva, sendo essa entrada de dólares
uma das âncoras do plano. Só na área da indústria de automóveis,
entraram com fabricação no país durante o governo de Fernando Henrique
nada menos que onze marcas (Peugeot, Renault, Citroën, Audi, Mitsubishi, Nissan, Land Rover, Toyota - até então uma pequena fabrica artesanal de jipes, Honda, Mercedes-Benz automóveis, Dodge-Chrysler, fora a (na época) brasileira Troller. Ainda no setor de caminhões a Volkswagem implantou fábrica em Resende-RJ, a Iveco em Minas e a Internacional/Agrale no Rio Grande do Sul. Entraram em atividade também montadoras de motocicletas como Kasinski e Sundown em Manaus. A produção de veículos no país cresceu expressivamente ultrapassando a marca de 2 milhões/ano. Investimentos perderam fôlego por causa das crises em vários países emergentes que ainda afetavam o Brasil.
Nesse período o país começava a viver uma expansão econômica, depois
de sofrer os efeitos de várias crises internacionais nos anos
anteriores. A expansão econômica embrionária, no entanto, trouxe efeitos
colaterais sérios, gerados pela ausência de investimento e planejamento
em produção de energia no Brasil, que não se organizara para seu
crescimento.
FHC enfrentou diversas crises mundiais durante seu governo, como a crise do México em 1995, a crise asiática em 1997-98, a crise russa em 1998-99 e, em 2001, a crise argentina, os atentados terroristas nos EUA em 11 de setembro de 2001, a falsificação de balanços da Enron/Arthur Andersen. Internamente, enfrentou uma crise em 1999, quando houve uma forte desvalorização do real, depois de o Banco Central abandonar o regime de câmbio fixo e passar a operar em regime de câmbio flutuante. Em 2002, a própria eleição presidencial no Brasil, em que se previa a vitória de Lula, causou mais uma vez a fuga de hot-money, elevando o preço do dólar a quase R$ 4,00.
Opositores de seu governo afirmam entretanto que tendo Fernando
Henrique incentivado o fluxo de capitais externos especulativos de curto
prazo no Brasil (hot-money) - que supostamente inundariam
o país para equilibrar o balanço de dólares, exatamente o oposto do
desejado se deu: a cada crise que surgia em outros países emergentes, a
economia brasileira sofria uma retirada abrupta desses capitais
internacionais especulativos, o que obrigava FHC a pedir socorro ao FMI, o que fez três vezes. , sendo a última já com concordância de Lula, recem-eleito.
Seus defensores lembram que FHC pegou o país falido, praticamente sem
divisas em dólar e com uma hiper-inflação que chegou a mais 70% em um
único mês, tendo que abrir mão de diversas frentes para estabilizar o
país e entregá-lo ao seu sucessor com as finanças devidamente
organizadas.
As principais marcas positivas do governo FHC foram a continuidade do Plano Real, iniciado por Itamar Franco que tinha o próprio Cardoso como Ministro da Fazenda; o fim da hiperinflação, e a criação de programas sociais pioneiros, como o bolsa-escola, o vale-gás e o bolsa-alimentação. Além de mudanças amplas no Estado brasileiro, com a implementação da Advocacia Geral da União, da Lei de Responsabilidade Fiscal, do Ministério da Defesa e a implantação do PROER
- programa de restruturação do sistema financeiro brasileiro -
concentrando e transformando os bancos brasileiros em instituições
fortemente fiscalizadas, o que rendeu elogios do próprio presidente Lula na ocasião da crise econômica mundial de 2008.
Salário Mínimo
O salário mínimo passou, em oito anos, de 70 para 200 reais em termos absolutos. Em termos reais seu crescimento foi de 44,28%
PIB
A taxa média de crescimento do PIB do período FHC foi de 2,3% ao ano.
Aumento da dívida pública
Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a Presidência da República,
a dívida pública federal interna e externa somavam cerca de R$ 153
bilhões e as dívidas de estados e municípios permaneciam descontrolados.
No seu governo, a dívida pública do Brasil, que era de US$ 60 bilhões em julho de 1994,
saltou para US$ 245 bilhões em novembro de 2002, principalmente devido
as altas taxas de juros e pela absorção da dívidas dos estados da
federação com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Com as privatizacões de empresas estatais conseguiu gerar para o Tesouro Nacional uma receita de US$ 78,61 bilhões, sendo 95% em moeda corrente).
A Lei de Responsabilidade Fiscal provocou uma mudança substancial na
maneira como é conduzida a gestão financeira dos três níveis de governo.
Até então, o governo federal
não tinha mecanismos para medir o endividamento total do país. Como
medida de contingênciamento para a implantação da LRF, o governo tomou
para si as dívidas públicas estaduais e municipais, tornando-se credor
dos estados e municípios altamente endividados. Com a LRF, impediu que
os prefeitos e governadores endividassem novamente os estados e
municípios além da capacidade de pagamento.
Saúde
O programa de combate à AIDS foi copiado por outros países e apontado como melhor programa de combate a Aids pela ONU. No período, foi criada também a lei de incentivo aos medicamentos genéricos, o que possibilitou a queda do preço dos medicamentos no Brasil. Eliminou os impostos federais dos medicamentos de uso continuado. Foi regulamentada ainda a lei de patentes, com resolução encaminhada à Organização Mundial do Comércio para licenciamento compulsório de fármacos em caso de interesse da saúde pública. Foi organizado também o Sistema Nacional de Transplantes e a Central Nacional de Transplantes.
Durante o Governo FHC, foi sancionado a Lei nº 10.167, de 2000 que
tornou mais rigorosa a política antitabagista no Brasil, com a proibição
da publicidade e a introdução das imagens de impacto em embalagens de
cigarro. Também foi introduzida a vacinação dos idosos contra a gripe e criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também tinha os "Mutirões da Saúde".
Nenhum comentário:
Postar um comentário