quinta-feira, 13 de junho de 2013

Governo Artur Bernardes (1922-1926)




Artur Bernardes
Candidato representante dos interesses das oligarquias mineira e paulista, Artur Bernardes assumiu a presidência da república em 1922 após uma dura disputa contra Nilo Peçanha, candidato apoiado por Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e grande parte das populações urbanas do Brasil. De fato, a acirrada disputa eleitoral já era um claro indício de que as forças oposicionistas à República Oligárquica só cresciam. 

O governo de Artur Bernardes foi marcado por uma grande instabilidade política. Com o fim de enfraquecer seus adversários, o mineiro adotou uma prática de intervencionismo nos Estados adversários, apelando para leis que restringiam liberdades e direitos individuais, editadas sob estado de sítio, o que acentuou ainda mais a insatisfação das províncias fora do eixo do café-com-leite. 

O tenentismo, movimento iniciado pelos jovens  militares contra o domínio das oligarquias durante o mandato de Epitácio Pessoa, dava sinais de crescimento. A ordem oligárquica, que acabava excluindo outras camadas da sociedade, especialmente a classe média urbana (militares, funcionários públicos e pequenos comerciantes), um grupo social em plena ascensão, levou partes desfavorecidas da sociedade a reivindicar uma maior participação no processo político do país, resultando na eclosão de diversas revoltas de pequeno porte no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pará, Amazonas e Sergipe.

No entanto, em 1925, o militar gaúcho Luís Carlos Prestes iniciou uma agitação que futuramente iria desestabilizar o sistema oligárquico. A Coluna Prestes foi um movimento político-militar organizado por duas frentes, uma do Rio Grande do Sul e outra de São Paulo. Cerca de 1500 revoltosos iniciaram uma verdadeira marcha por cerca de 25.000 quilômetros chamando a atenção da população e denunciando a situação política e social que o Brasil vivia por meio de comícios e manifestações. Após ter percorrido 11 Estados, o movimento se desfez em 1927, na Bolívia, local em que muitos dos combatentes acabaram se exilando. 

Embora a falta de um projeto político tenha feito com que os dissidentes não tivessem sucesso em derrubar o sistema político vigente, a Coluna Prestes foi importante para enfraquecer o poder das oligarquias rurais, abrindo caminho para a posterior Revolução de 30. Mesmo com uma fortíssima instabilidade política, Artur Bernardes conseguiu terminar seu mandato até 1926 e as oligarquias acabaram colocando mais um de seus representantes, Washington Luís, no poder. No entanto, os dias da hegemonia das oligarquias já estavam contados.

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