Antes mesmo da proclamação da
independência, em junho de 1822, o ainda príncipe regente D. Pedro
convocou uma Assembleia com o objetivo de criar a primeira Constituição
do Brasil. Assim, em 1823, foi redigido por Antônio Carlos de Andrada o
esboço do documento.
Este, finalizado em 1823,
ficou conhecido como a “Constituição da Mandioca”, uma alusão ao fato de
que, para poder se eleger aos cargos do Legislativo, o indivíduo
deveria possuir certa quantidade mínima de alqueires de mandioca. Esta
foi uma das principais características do documento: o voto censitário e
a exclusão da participação popular nos processos políticos. Outro
aspecto muito importante
da carta foi a limitação dos poderes do imperador e a valorização da
autonomia do Legislativo. D. Pedro I logo reagiu à ideia de limitação de
seus poderes, iniciando um grande entrave entre imperador e Assembleia,
fato que fez com que o ano de 1823 fosse marcado por vários conflitos
políticos. D. Pedro I acabou se aproximando do
partido português que defendia a recolonização brasileira, uma vez que
toda a elite rural do Brasil, que fora aliada do imperador na
proclamação de independência, havia se virado contra ele no processo de
oposição à Constituinte.
Surge assim um ambiente extremamente hostil dentro do Brasil. Diversos jornais
da época passam a publicar coisas ofensivas ao governo imperial. D.
Pedro I responde violentamente, prendendo e exilando os envolvidos. A oposição da aristocracia brasileira
de nada adiantou. Em 10 de novembro, a Assembleia se declarou em uma
sessão permanente, com o fim de finalmente aprovar a Constituição. Tal
fato fez com que D. Pedro I usasse de força militar para intimidar os
deputados e assinasse um decreto imperial no qual dissolvia o
Legislativo, em 12 de novembro do mesmo ano.
Assim, D. Pedro I convocou um grupo de brasileiros
natos para redigirem uma nova constituição. Esta foi promulgada em 25
de março de 1824, tendo como principal característica a criação do Poder
Moderador, por meio do qual o imperador detinha o poder absoluto. Além
disso, o catolicismo foi decretado a religião oficial do Estado, isto é,
todos os padres e nomeados a cargos eclesiásticos passaram a ser
definidos pelo próprio imperador.
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