Vital Brasil |
Médico,
herpetólogo e higienista brasileiro nascido em Campanha, Minas Gerais, um dos
maiores nomes da história da pesquisa médica no Brasil e o descobridor do soro
antiofídico. O seu estranho nome foi criado por seu pai, José Manoel dos Santos
Pereira Júnior, que resolveu colocar em cada um dos seus oito filhos um nome
diferente como vingança contra sua própria família, com a qual estava brigado.
Assim seu nome foi composto com Vital, o nome do santo do dia, Brazil, que na
época se escrevia com z, Mineiro de Minas Gerais, e Campanha, cidade natal no
sul de Minas. Sua mãe, D. Mariana Carolina Pereira de Magalhães era prima de
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Passou a infância nas cidades mineiras de Campanha,
Itajubá e Caldas, trabalhando desde os 9 anos para ajudar a família. Com 15
anos foi para S. Paulo com a família, onde passou o resto da sua juventude
entre o trabalho e os estudos preparatórios para cursar Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro, então única escola de medicina no sul do país. Assim, com 21
anos ele foi para o Rio, onde trabalhou como escrevente da polícia e professor,
para sustentar-se e custear seus estudos na Faculdade. Formou-se em medicina
pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1891), indo inicialmente clinicar
em Botucatu, interior de São Paulo.
Após um período em Paris, iniciou as campanhas
(1892) contra a febre amarela, a cólera e a peste bubônica, no Estado de São
Paulo. Preparou os primeiros soros comprovadamente eficazes contra os venenos
dos crótalos e das cobras do gênero Bothrops, no Instituto Bacteriológico de
São Paulo (1898). Após sua criação por Adolfo Lutz, assumiu a direção do
Instituto Soroterápico (1899) que originaria a fundação do Instituto Butantã
(1905), onde começou a pesquisar um tipo de soro antiofídico. Na época
empreendeu dois tipos de campanha, uma trocava doses de soro por mais cobras
vivas para fabricar mais soro e a outra era de esclarecimento da população
rural sobre quais as cobras venenosas e as não.
Foi à Europa estudar no Instituto Pasteur, visitou
diversos países e voltou ao Brasil (1914). Foi no Congresso Científico
Pan-Americano (1915), que teve oportunidade de aplicar seu soro, no Bronx.
Mudando-se para Niterói, RJ, fundou o Instituto de Higiene, Soroterapia e
Veterinária (1919), para preparo de soros e vacinas, hoje Instituto Vital
Brasil. Viúvo (1913), casou-se novamente (1920) com Dinah Carneiro Vianna.
Voltou a dirigir o Butantã (1924), mas o deixou novamente para reassumir a
direção do Vital Brasil (1927), permanecendo ali pelo resto da vida.
Dentre suas obras escritas destacaram-se O ofidismo
no Brasil (1906) e A defesa contra o ofidismo (1911), versão francesa 1914).
Participando de campanhas contra epidemias, contraiu peste bubônica e febre
amarela e morreu em 8 de maio (1950), no Rio de Janeiro, aos 85 anos, ainda na
direção do Instituto Vital Brazil. Curiosamente, seu filho Vital Brasil Filho
morreu com 32 anos (1936), vitimado por uma septicemia contraída ao realizar
pesquisas sobre estreptococos.
Infornatus2012
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