A revolta dos Malês foi um conflito
deflagrado na Bahia em 1835, período marcado pela intolerância religiosa
e pelo uso da mão-de-obra escrava, dois pilares do sistema colonial
português. Estes dois aspectos, aliados ao atraso econômico e à miséria
que a população nordestina convivia se constituíram as causas da
revolta.
Os malês eram
escravos de orientação religiosa islâmica impedidos de praticar sua
própria religião, fruto da intolerância a outras crenças além do
catolicismo. Um exemplo disso ocorreu alguns anos antes do conflito, com
a destruição da mesquita da Vitória, um reduto de negros muçulmanos, e
com a prisão de seus líderes. Planejada por
negros que já possuíam alguma experiência de combate, a revolta tinha o
grande objetivo de acabar com a escravidão, além de outras metas mais
radicais, como o fim do catolicismo, o assassinato de brancos e o
confisco de seus bens, além da implantação de uma república islâmica.
A delação de dois
participantes islâmicos fez com que o conflito rapidamente tenha sido
reprimido pelas tropas imperiais. Cerca de 200 revoltosos foram presos e
julgados, alguns inclusive foram condenados à pena de morte. Mesmo não
tendo sucesso, a revolta dos malês gerou a preocupação da elite baiana,
uma vez que ficou clara a possibilidade de revoltas idealizadas pelos
escravos.
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